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«Eles vão ver a força que a educação tem.»
(Professora Cleci Martins do Paraná,
greve de adesão de 100% no estado)
Os serviços como educação tem sido um dos setores que mais têm sentido o arrocho econômico. O ano letivo de 2015 inicia-se em quase todo Brasil com problemas antigos e recentes. No estado de São Paulo há denúncias de toda natureza contra os desmandos do governo Alckmin. Na capital, temos escolas fechadas por problemas de manutenção, estudantes sem transporte coletivo, que lhe são de direito e mais de duas mil salas no ensino estadual fechadas, o que causa prejuízos em dois sentidos: muitos ficam sem vaga na escola pública, professores ficam sem aulas e a qualidade de ensino com a superlotação das salas também cai.
Segundo o governador e a secretaria de educação, o fechamento de salas de aulas ocorreu devido o processo de evasão escolar. Mas, esse argumento não se sustenta, pois a orientação da secretaria é de superar o limite de alunos por sala de aula estabelecido pela própria. Assim, em todo o estado encontramos salas de aula com mais de 35 alunos no ensino fundamental e mais de 40 no ensino médio. Ou seja, o fechamento das salas de aula está diretamente ligado à política de superlotação imposta pela secretaria de educação do estado de São Paulo.
O problema da evasão escolar e da melhoria da qualidade de ensino poderia ser resolvido efetivamente se o governo atendesse demandas básicas das escolas e dos professores, tais como: efetivação de milhares de professores que perderam o vínculo empregatício e estão desempregados ou mesmo os concursados que não chamados para escolha do cargo, aplicação imediata da «lei do piso», que prevê uma jornada de trabalho com 1/3 dela voltada para a preparação das aulas, redução do número de alunos por sala de aula, reformas e construção de escolas em todo o estado de acordo com a demanda efetiva de cada região. Por fim, medidas que poderiam garantir o retorno milhares de crianças/adolescentes que estão fora da escola por razões adversas que nada tem haver com uma escolha delas ou de seus pais.
O governador com sua política de fechamento de salas e precarização do contrato de trabalho de milhares de professores provoca a precariedade do ensino e estimula a evasão escolar. Quando fecha-se salas de aulas aumenta-se o número de alunos por sala e contrata-se menos professores, impondo assim com sua política paulatina de queda qualidade do ensino. Em São Paulo a realidade é essa, «resolve-se» a evasão escolar fechando sala de aula, desempregando professores e jogando no limbo os filhos da classe trabalhadora. É o modo típico psdebista de governar: ódio a escola pública, aliás, a tudo que é público. Menos quando se trata de abocanhar as finanças do estado, como o caso dos cartéis do metrô, por exemplo.
No entanto, outros governos não têm fugido ao modelo psdebista de governar a educação e outros setores. A educação brasileira esta há anos e em seguidos governos em estado critico. A lógica dos governos não é investimento financeiro ou político, mas a de sucateamento e/ou abandono, políticas estas que siglas partidárias de A a Z seguem a risca.
Em São Bernardo do Campo (ABC paulista), a merenda escolar foi reduzida pelo prefeito Luiz Marinho (PT) sob o pretexto do combate ao desperdício de alimentos e obesidade infantil. Foram substituídas duas refeições por uma ao dia, dieta composta de bolachas, hot-dog e «k-suco» (parece piada, mas não). O governo pensa em economizar apenas quando se trata da população, pois a Secretaria de Educação do município, Cleuza Repulho (PT), esta envolvida no superfaturamento na compra de tênis e mochilas para os alunos da rede pública nos anos de 2010 e 2011.
No estado Paraná, está em curso uma verdadeira batalha por parte de professores da rede estadual com adesão de diversas categorias do serviço público, estudantes e população contra um projeto do governador Beto Richa (PSDB) que intitulamos como primeiro pacotão de maldades contra a educação que veio a público. Trata-se de um sucateamento da educação nunca visto no estado.
Estes são somente alguns casos de um projeto muito maior. Os serviços como saúde, transporte e educação são os grandes alvos do ajuste fiscal que começou em 2014, com o aumento de impostos, cortes de direitos e demissões em massa.
A defesa da educação e dos serviços públicos só pode ser garantida com a luta direta dos educadores, pais, alunos e da sociedade como um todo. Muito se fala sobre a importância da educação em campanhas eleitorais em todos os âmbitos, Dilma em seu pronunciamento de posse disse que a prioridade do seu governo seria a educação, que o país seria uma «Pátria Educadora» mas, uma das primeiras medidas do seu segundo mandato foi cortar gastos com o ensino.
O único esforço do poder público em relação a educação é o de culpar pais, alunos, e professores pelos resultados catastrófico no Enem, Saresp, Enade, etc. Como se diante das condições bárbaras de ensino e estudo pudesse ser diferente, estes indicadores por si só são questionáveis ao medir com o mesmo critério realidades tão dispares.
Fecham salas, cortam verbas, demitem professores, precarizam tudo que não fazem uso, investir/insistir em educação não é «produtivo», mas exigem dos educadores querem melhorias nos índices educacionais… As avaliações externas ao processo são verdadeiras armadilhas, pois transferem a responsabilidade para quem não as têm diretamente, deveriam é dar o certificado de incompetência às «autoridades» (i)responsáveis pela Educação.
Educação não é empresa, não é negócio! Diante do fracasso escolar crônico que vivemos, nenhum corte é justificável. Os trabalhadores da educação, pais, alunos e a população em geral exigem e lutaram por educação pública, laica e de qualidade.Não deixaremos que baixem as portas da educação!
• Não deixaremos que baixem as portas da educação!
• Todo apoio a luta do Paraná!
• Contra os ajustes de Dilma e Alckmin!
• GREVE JÁ!
Por Rosi Santos, Práxis – Socialismo ou Barbárie, 16/02/2015