Hoje 22 de março novamente o Estado Islâmico (também chamado ISIS), organização semi-fascista que supostamente representa os «interesses do Islã contra o Ocidente» realizou um ataque bárbaro dessa vez em Bruxelas capital da Bélgica.
Como ocorreu nas duas vezes em Paris, em 2015 o Estado Islâmico novamente deixou dezenas de mortos e centenas de feridos, a maioria entre eles, trabalhadores. A única consequência disto é dar mais legitimidade ao «estado de exceção» e da «guerra ao terror», um ótimo pretexto para o imperialismo justificar a agenda reacionária dentro dos países europeus e bater ainda mais nos povos oprimidos do mundo árabe.
Estes ataques são injustificáveis, dizemos isso de maneira categórica! O Estado Islâmico não é uma organização que expressa, nem sequer distorcidamente, nenhuma aspiração genuína dos explorados e oprimidos do Oriente Médio. Onde estão, na região do Iraque e Síria o Estado Islâmico se impõe, com mão de ferro e métodos bárbaros, políticas brutalmente opressivas contra as mulheres e os trabalhadores, corta todas as liberdades democráticas sociais e políticas. O Estado Islâmico é reacionário contra o povo em toda a linha.
Paralelamente a isso, os seus ataques bárbaros na Europa não fazem nenhum favor aos trabalhadores, mulheres e jovens nesses países. E muito menos para a população migrante a partir da qual se nutre! Ao contrário dá argumentos adicionais e fortalecem governos imperialistas para imporem sua agenda reacionária de guerra e destruição de países inteiros no Oriente Médio. E também para continuar a sua política brutal e desumana de expulsão de imigrantes, reduzidos hoje a campos de concentração que lembram as piores imagens da Europa no século XX. As ações do Estado Islâmico servem para justificar e facilitar o ataque aos direitos dos trabalhadores europeus e imigrantes.
Não pode haver justificação alguma ao Estado Islâmico, seus métodos ou ao os seus objetivos. Nenhum nem outro são progressivos, não expressam nada do que houve como certas organizações terroristas século passado que tinham causas justas com métodos equivocados. A agenda do ISIS é o retorno a uma espécie de impérios medievais, com base na submissão absoluta da população, sob o pretexto da «luta contra o Ocidente.»
No entanto, é um fato que o imperialismo só pode responder de maneira hipócrita e esconder a sua responsabilidade na própria existência de tais organizações. Muitas vezes promoveram conflitos fratricidas, que o permitiriam facilmente dominar o Iraque, Síria, África do Norte, Afeganistão, etc.! Os imperialistas têm destruído países inteiros com suas ações nesta região. Eles claro, não deixaram nenhuma perspectiva de uma geração de origem imigrante que vivem em França, Bélgica, Inglaterra, Alemanha … (mesmo tendo em conta as disparidades de país para país em abordar este problema e suas responsabilidade internas e externas). Criando um caldo de cultura do terror e um terreno fértil para organizações como o Estado islâmico.
Por isso, é necessário repudiar incondicionalmente esses ataques, bem como a «guerra anti-terrorista» e «estados de exceção» que tem promovido os governos imperialistas europeus. Principalmente agora farão uso deste atentado para reforçar a agenda reacionária.
Nós chamamos a todos a repudiar este novo ataque com a mais ampla a mobilização dos trabalhadores, jovens, mulheres. Esta mobilização também deve enfrentar a tendência de criminalizar e marginalizar ainda mais as massas de migrantes em países europeus. Devemos nos opor a mentira de que a solução para o flagelo dos ataques é multiplicar o bombardeio a populações inocentes no mundo árabe. Afinal elas formam as primeiras vítimas do Estado Islâmico!
Os ataques do ISIS merecem todo o repúdio com manifestações nas ruas, locais de trabalho, universidades e toda solidariedade com as vítimas do ataque de hoje e das «estados de exceção», e das «guerras antiterroristas» dos governos imperialistas.
Declaração de Socialismo ou Barbárie, 22 de março de 2016