Un
debate de balances que interesa a los activistas
y
militantes de todos los países
Elecciones
en Argentina y gran votación
de la izquierda
"roja"
Las
recientes elecciones en Argentina han tenido una merecida
repercusión en muchos países, especialmente entre la
militancia de izquierda. Es que en ellas la izquierda
revolucionaria, concretamente los partidos y candidatos
trotskistas, lograron una buena votación en las dos etapas
en que se realizaron estas elecciones.
El
balance y la perspectivas de este éxito electoral,
desataron asimismo una fuerte polémica, detonada
principalmente por el balance escrito por Jorge Altamira,
dirigente del Partido Obrero (PO) que encabeza al FIT
(Frente de Izquierda y los Trabajadores).
Aquí
presentamos primero, en portugués y español, un balance
global de estas elecciones y, luego, una polémica
específica con la visión y la política de quienes
dirigen el FIT.
►
Eleições na Argentina em um horizonte de
crise socioeconômica e política - Bons resultados para a
esquerda “vermelha”, mas também enormes
responsabilidades, por Roberto Ramírez, de Buenos Aires
para o Correio da Cidadania, 06/11/2013
►
Elecciones en Argentina en un horizonte de crisis económico-social
y política - Buenos resultados para la izquierda
“roja”… pero también enormes responsabilidades, por
Roberto Ramírez, desde Buenos Aires para Correio da
Cidadania, 06/11/2013
►
El balance electoral del PO - El método del inflador, por
José Luis Rojo, Socialismo o Barbarie, semanario,
07/11/2013
►
El “catastrofismo” como herramienta
estratégica,
por José Luis Rojo, Socialismo o Barbarie, semanario,
07/11/2013
—
I —
Eleições
na Argentina em um horizonte de
crise socioeconômica e política
Bons
resultados para a esquerda “vermelha”, mas
também
enormes responsabilidades
Roberto
Ramírez (*),
de Buenos Aires para o Correio da Cidadania, 06/11/2013
http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9035:submanchete061113&catid=72:imagens-rolantes
No
dia 27 de outubro, realizou-se o “segundo ato” das eleições
legislativas, que marcam a metade do período presidencial
de Cristina Fernández de Kirchner.
Nelas,
como já havia ocorrido com o “primeiro ato” deste ano
eleitoral – as eleições “primárias” de 11 de agosto
passado –, houve um importante crescimento dos votos da
esquerda “vermelha”. Quer dizer, para as listas de
organizações trotskistas, em primeiro lugar a Frente de
Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) – composta pelo Partido
Operário (PO), o Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS)
e Esquerda Socialista (IS), e também pelo novo MAS (Movimento
ao Socialismo).
Paralelamente,
em ambas votações – as de 11/08 e 27/10 –, assistiu-se
a um forte retrocesso de outras expressões de esquerda.
Referimo-nos aos setores da esquerda “rosada”, que antes
costumavam estar no primeiro plano eleitoral dessa faixa.
Dentre eles, vale mencionar três: 1) o MST (Movimento
Socialista dos Trabalhadores), afinado internacionalmente a
algumas correntes do PSOL e que considera o Syriza da Grécia
como o modelo atual de agrupamento político; 2) a AyL (Autodeterminação
e Liberdade), encabeçada pelo ex-deputado Luis Zamora, que
sustenta um autonomismo pós-moderno anti-partido; 3) Maré
Popular, coalizão que mostra um chavismo “moderado”,
encabeçada pelo deputado nacional Claudio Lozano junto com
dirigentes estudantis e sociais, provenientes da Frente
Popular Dario Santillán.
É
necessário destacar esse aspecto, porque é menos conhecido
internacionalmente. A ascensão eleitoral da esquerda
revolucionária foi simultânea à queda da “esquerda”
rosada em suas diversas variantes. Assim, ficou desmentido o
suposto “axioma” de que a esquerda, nessas épocas, só
pode conseguir êxitos eleitorais renunciando a programas
revolucionários e adotando um reformismo rosa-pálido, que
não assuste eleitores.
Explicação
prévia imprescindível: o fraudulento sistema eleitoral da
Argentina K
Antes
de entrar no balanço geral das eleições, no qual se
coloca a votação da “esquerda vermelha”, é imprescindível
explicar ao leitor brasileiro o insólito e enganoso sistema
eleitoral imposto pelo kirchnerismo. É, em parte, uma péssima
cópia do sistema dos EUA.
Fazem-se
duas eleições. Primeiro, se realizam as PASO (Primárias
Abertas Simultâneas Obrigatórias), que se efetuaram em 11
de agosto. Essas “primárias” são um filtro que elimina
listas e candidatos. Depois, com os que ficaram, realizam-se
as eleições definitivas, as de 27 de outubro. Ainda que os
partidos e coalizões que se apresentam não tenham listas
competidoras, mas uma única, é igualmente obrigatório
passar pelo filtro nas “primárias”.
Junto
com maiores exigências de milhares e milhares de afiliados
para que os partidos tenham legalidade eleitoral, o
kirchnerismo estabeleceu esse sistema com dois propósitos.
Primeiro,
pra tratar de recuperar o tradicional e perdido
bipartidarismo. No calor das crises sociais e políticas,
especialmente a do “argentinazo” (a explosão social de
2001), foi-se produzindo uma perigosa fragmentação política
dos partidos patronais, principalmente nos dois maiores e
tradicionais, o peronismo e o radicalismo. Supunha-se que
fazendo eleições “primárias”, estilo EUA, para
designar candidatos, suas frações e correntes se
reunificariam dentro desse mecanismo. Isso fracassou.
O
outro objetivo foi a proscrição da esquerda, impondo
grandes exigências de legalidade eleitoral e depois o
filtro das PASO.
Balanço
geral das eleições
Ainda
que em ambas votações a esquerda “vermelha” tenha
conseguido cifras importantes, que analisaremos em detalhe
mais adiante, a tendência principal não foi nesse sentido.
A
Frente para a Vitória (FpV), a grande coalizão oficialista
da presidente Cristina Fernández, perdeu 4 milhões de
votos em relação às anteriores eleições de 2011. Foi
uma clássica eleição de “voto castigo”.
Uma
fração minoritária desses votos foi para a esquerda
“vermelha” – o FIT e o Novo MAS - , o que explica seu
grande crescimento em relação a 2011, que logo veremos em
números. Mas, ao mesmo tempo, uma análise séria não pode
ignorar que a maior parte dos votos perdidos pelo
kirchnerismo marchou no sentido oposto: um voto conservador,
com distintos matizes e candidaturas, todas situadas à
direita do atual governo.
Com
grandes traços, a oposição patronal conseguiu impor seu
“programa” conservador: a necessidade de um governo mais
“normal”, que seja amigável aos “mercados”, e que a
inflação e a “segurança” devem estar no topo da sua
agenda etc. etc. Mas, simultaneamente, esse voto, no
conjunto indiscutivelmente conservador, tem suas nuances.
O
principal beneficiado foi Sergio Massa, prefeito de um
distrito da Grande Buenos Aires, que ocupou altos cargos nos
governos kirchneristas, entre eles chefe do Gabinete de
Ministros.
Para
tais eleições, Massa organizou a coalizão opositora
Frente Renovadora (FR). Muitos de seus votantes, desgostosos
pela situação econômico-social e a gestão de Cristina, o
veem como um representante dos “anos dourados” do
kirchnerismo. Massa, um camaleão político que passou por
todos os governos desde meados dos anos 90, cuidou muito bem
de afastar tais equívocos.
Mas
o signo conservador neoliberal de sua candidatura –
patrocinada pelo monopólio midiático do Clarín, a Globo
argentina – não deixa dúvidas.
Outro
beneficiário, ainda que menor, da migração conservadora
do “voto castigo” a Cristina, foi Mauricio Macri,
prefeito da Cidade Autônoma de Buenos Aires, que encabeça
o Pro. Diferentemente de Massa, Macri não dissimula. É uma
espécie de Geraldo Alckmin portenho: seu neoliberalismo
raivoso se combina com seu afã de reprimir com extrema violência
qualquer protesto. Por último, como uma versão mais de
“centro-esquerda” ou “moderada” do voto conservador,
se coloca a coalizão UNEN, aliança dos restos dispersos do
radicalismo com o centenário Partido Socialista de tradição
liberal-gorila, além de outros grupos menores.
Um
grande problema da burguesia é que ainda não tem uma força
indiscutivelmente hegemônica para fazer a substituição do
kirchnerismo nas eleições presidenciais de 2015. Todos,
começando pelo exitoso Massa, são coalizões e partidos de
alcances mais regionalizados: Massa e sua Frente Renovadora
na Província de Buenos Aires; Macri e o Pro na cidade de
Buenos Aires; UNEN na província de Santa Fé, governada
pelo PS.
Assim,
o governante FpV de Cristina Kirchner, ainda que muito
debilitado, segue sendo a principal força política em
escala nacional e com maioria (precária) em ambas as câmaras
do Congresso Nacional. É uma primeira minoria muito
deteriorada, mas sua força é a debilidade ainda maior de
seus adversários em sua construção nacional.
Perspectiva
de transição traumática
Os
dois anos que faltam do mandato presidencial de Cristina
ameaçam ser traumáticos. A economia nacional vem sofrendo
paulatina deterioração, perdas de reservas e inflação
crescente. Em sua costumeira linguagem crítica, os
economistas e políticos patronais de todos os campos falam
da necessidade de um “sinceramento” da economia. Ou seja,
um brutal ajuste que faça a crise ser paga pelos
trabalhadores e os setores populares.
Mas
quem põe os pingos nos is? Esse assunto crucial não esteve
abertamente presente na campanha eleitoral. A grande maioria
não espera que isso possa vir. Porém, o grosso dos
votantes operários e populares – tanto os que se
inclinaram por Massa como pelo kirchnerismo – tem a
expectativa de manter “melhorada” a situação atual.
Qualquer
grupo que pretenda aplicar o ajuste que parece necessário
deverá pagar um alto custo político, além de desatar
elementos de instabilidade social e rejeição. Por essa razão,
a patronal exige de Cristina que seja ela a se encarregar de
aplicá-lo já, fazendo o trabalho sujo que deixe aberto o
caminho ao próximo governo, a chegar em 2015.
Esse
é outro elemento de crise nas alturas. O kirchnerismo vai
fazer tranquilamente um harakiri político em beneficio do
governo que o sucederá? Não está claro que esteja
disposto a levar adiante as medidas de ajuste com o rigor
necessário.
Assim,
um panorama de incertezas se avizinha ao redor das contradições
que rodeiam a derrota e o fim do ciclo K. A passagem ao novo
governo não será sem crises e conflitos.
A
Argentina viveu nos últimos 30 anos duas transições e
agora se encaminha para uma terceira. Talvez os traumas não
sejam tão graves como os explosivos finais das presidências
de Alfonsín (1989) e De la Rúa (2001), no meio de circunstâncias
de hiperinflação, hiper-recessão e conflitividade social
aguda. Isso ainda não acontece.
Mesmo
assim, nada permite assegurar, com certeza, que não será
assim ao final. Cada período de transição teve suas
bombas-relógio. No meio, não se pode descartar que outra
vez apareça uma grande crise. Menos ainda na Argentina, país
cuja classe trabalhadora é caracterizada por grandes tradições
de luta.
O
voto da esquerda “vermelha”
É
dentro desse panorama social, com todas as suas contradições,
que uma faixa minoritária do voto kirchnerista derivou em
sentido oposto. Foi até a esquerda trotskista,
principalmente à FIT, mas também uma porcentagem do Novo
MAS. Vejamos alguns números.
Nas
PASO de agosto de 2011, a FIT conquistou 520 mil votos e o
Novo MAS (apresentando-se só na província de Buenos Aires)
conseguiu 16.000.
Agora,
nas PASO de agosto de 2013, a FIT obteve 900.000 votos e o
Novo MAS (apresentando-se em quatro distritos), 120.000
votos. Assim mesmo, a relação entre os votos da FIT e do
Novo MAS se reduz bastante se forem medidas as cifras nos
distritos em que ambos se apresentaram, que são os mais
importantes politicamente e em nível de movimento operário:
a cidade de Buenos Aires, a província de Buenos Aires, Córdoba
e Neuquén. Ali, a FIT conseguiu uns 500.00 votos, ante os
120.000 do Novo MAS.
Nas
eleições definitivas de 27 de outubro de 2013, a FIT subiu
para 1.150.000 milhão de votos. Esse aumento teve várias
vertentes: 1) o Novo MAS, eliminado pelos mecanismos
proscritivos da lei eleitoral, chamou o voto crítico na FIT.
O aumento de votos da FIT em quatro distritos centrais que
mencionamos é praticamente a soma de seus votos de agosto,
mais os obtidos pelo Novo MAS; 2) Contrariamente, em duas
províncias – Mendoza e Salta – houve maior retorno à
FIT de ex-eleitores kirchneristas, o que fez a diferença.
Assim,
a FIT obteve três deputados nacionais, um pela província
de Buenos Aires e outros dois por Mendoza e Salta.
Essas
cifras de votos da esquerda “vermelha” são muito
importantes. É um triunfo político eleitoral indiscutível.
Mas, ao mesmo tempo, há de se ter em conta simultaneamente
que os demais 95% dos eleitores votaram em partidos
patronais... E que nessa faixa impressionantemente majoritária
o centro de gravidade se voltou ao sentido conservador.
Ter
em conta todas as cifras e proporções é essencial para não
se perder a cabeça, como já ocorreu a alguns dirigentes
que falam de “rebelião nas urnas”, como veremos à
frente.
Transformar
a vitória eleitoral em construção orgânica
A
pergunta do milhão é: como levar essa vitoria eleitoral ao
terreno da luta de classes?
De
outra maneira: a votação histórica com a qual se alçou a
esquerda nas duas eleições deste ano, assim como os
parlamentares que obteve, colocam o desafio de sustentar um
curso independente, que não faça o jogo de nenhum setor,
assim como o esforço de transformar a votação obtida em
construção orgânica no terreno da classe trabalhadora e
da juventude.
Ter
isso em conta é essencial. Não é a primeira vez que a
extrema-esquerda consegue votações de certa importância,
desde a Frente Operária Camponesa Estudantil Popular (FOCEP)
do Peru (com 15%) ou o trotskismo francês que algumas vezes
chegou a 6%.
Mas
a experiência final desses e outros grandes êxitos
eleitorais foi que os votos vão e vêm, caso não haja
correlação com um curso político independente e,
sobretudo, um avanço qualitativo da construção orgânica
no movimento operário e a juventude.
Com
maior ou menor tamanho, os partidos trotskistas argentinos
(os três da FIT e o Novo MAS) ainda são organizações
importantes de vanguarda. Os votos conquistados ainda
excedem de longe sua implantação orgânica, especialmente
no terreno de combate decisivo: o movimento operário.
Ali
as correntes trotskistas – não o PO, mas particularmente
o PTS e o Novo MAS – conseguiram posições em estruturas
de base (comissões internas e corpos de delegados). Mas
ainda as burocracias sindicais, mesmo que venham dividindo
três centrais peronistas (CGTs) e duas de fachada
“progressista” (as CTAs), conservam um controle
praticamente total dos sindicatos. Agora, as três centrais
pretendem se reunificar. É evidente que um de seus pontos
de unidade é “arrebentar os troskos”, o que não é uma
metáfora.
Em
síntese: estamos diante de imensas e difíceis tarefas, que
os votos não resolvem por si mesmos.
A
FIT, “cooperativa eleitoral” ou Frente para a Luta de
Classes?
Tendo
em conta essa perspectiva, os sinais de interrogação se
acentuam pelo caráter do FIT, que tem agora uma enorme
responsabilidade política por ter obtido três
parlamentares.
Quem
definiu o FIT de forma mais científica (e não sem certo
cinismo) é seu componente menor, a Esquerda Socialista (IS):
a FIT é uma “cooperativa eleitoral”.
A
FIT se fundou com vista nas eleições de 2011. Uma das
primeiras medidas de sua conformação foi a de excluir o
Novo MAS, uma operação sectária que se aproveitou das
normas proscritivas da nova lei eleitoral que antes
comentamos.
Em
seus dois anos de existência, a FIT não conseguiu tomar
uma posição comum (nem ao menos desenvolver uma ação
conjunta) em quase nenhuma luta ou acontecimento importante.
E não se trata de nuances, mas de posições encontradas. A
lista é muito grande e os temas politicamente
significativos, como, por exemplo, os cacerolazos da oposição
gorila, dos bairros de classe média alta, contra o governo
K. Um setor da FIT apoiou fervorosamente essas “mobilizações”
da direita conservadora, outro esteve corretamente contra e
o terceiro oscilou entre ambos.
Mas
o caso que motivou um escândalo em toda a vanguarda,
especialmente no ativismo operário, como a União Ferroviária
(UF), um dos sindicatos mais importantes do país.
A
burocracia da UF, ao mesmo tempo em que atua como patrão
dos operários ferroviários precarizados, assassinou em
outubro de 2010 o jovem militante do Partido Obrero, Mariano
Ferreyra. A morte de Mariano desatou um escândalo nacional
e grandes mobilizações de protestos, nas quais confluiu
toda a esquerda. O governo e o aparato judicial se viram
obrigados a atuar contra o principal burocrata da UF – José
Pedraza – e vários de seus cúmplices, que hoje estão
presos e condenados. Isso foi algo inédito na larga história
de crimes da burocracia sindical argentina.
Tempos
depois, já constituída a FIT, houve eleições na União
Ferroviária, onde a burocracia de Pedraza continua
controlando o sindicato. Ante o assombro da vanguarda operária
de todo o país, os três componentes da FIT dividiram o
ativismo anti-burocrático. O PO, PTS e IS conformaram três
chapas diferentes, que se dedicaram a guerrear mutuamente.
Logicamente, a burocracia de Pedraza se impôs sem grandes
problemas.
As
novas responsabilidades que agora caem implacavelmente sobre
a FIT mudaram seu caráter de “cooperativa eleitoral”?
Ou a FIT “vai fechar o quiosque” até o próximo verão
eleitoral, as presidenciais de 2015?
A
necessidade de balanços sérios
Para
finalizar, digamos que um curso político correto está
sempre fundamentado em caracterizações e balanços sérios.
Por esse motivo, provocou estupor o balanço das eleições
e da situação política que apresenta o Partido Obrero,
pela boca de seu principal dirigente, Jorge Altamira. E isso
se agrava porque o PO é o patrão ou sócio principal da
FIT (durante muitos anos, em relação ao Brasil, o PO e
Altamira, estiveram associados ao Partido da Causa Operária
– PCO – de Rui Costa Pimenta).
É
um balanço simplesmente desvairado, que não leva em conta
as dimensões reais de um triunfo (somente) eleitoral, que
é indiscutível, mas que tem as proporções aqui
analisadas.
Altamira
– com cerca de 5% dos votos para a FIT e 95% para os
partidos patronais – proclama desde o “desmoronamento do
peronismo” até que as eleições configuram uma rebelião
popular. Como se votar não fosse exatamente o oposto de uma
rebelião!
O
fundamental de seu balanço é que se confirmariam suas
teorias do “catastrofismo” e da “queda do
capitalismo” (textual!), que já está em curso e sendo
precipitada na Argentina, a partir dos resultados eleitorais.
Sob
os golpes fatais de cerca de 5% dos votos para a esquerda
revolucionária (que além de tudo não está só no PO), o
capitalismo em geral, e seus partidos políticos (em
primeiro lugar, o peronismo), começaram a cair. Simples
assim!
O
peronismo governante está em queda e a oposição burguesa
é só um desprezível “conglomerado de tribos”. Todos
os partidos patronais se pulverizaram (textual!), o que também
“representa o esgotamento” do regime democrático-burguês
iniciado em 1983, após a liquidação da ditadura militar.
Não
vamos mais cansar o eleitor com essa antologia do disparate.
Convidamos à leitura de seu texto completo em
http://www.socialismo-o-barbarie.org/argentinazo/131030_elecciones-dos-formas-opuestas-de-hacer-un-balance.htm
Comentamos
também por que se trata do pensamento político do “patrão”
da FIT. Para o bem de toda a esquerda revolucionária e do
ativismo operário e juvenil da Argentina, esperamos que o
indiscutível triunfo eleitoral (que não é só do PO, mas
também do resto da FIT e do Novo MAS) não se dissipe neste
deliruim tremens.
Abriu-se
uma grande oportunidade para toda a esquerda revolucionária.
Mas, ao mesmo tempo, é uma responsabilidade imensa para
todas as suas direções – em primeiro lugar, da FIT, por
ter conseguido representação parlamentar – avançar em
uma construção orgânica no movimento operário e na
juventude, e simultaneamente enfrentar as inevitáveis pressões
do parlamentarismo. Para isso, os festejos eleitorais
não ajudam.
*
Roberto Ramirez é editor de Socialismo o Barbarie, revista
internacional da web.
—
II —
Elecciones
en Argentina en
un horizonte de
crisis económico-social y política
Buenos
resultados para la izquierda “roja”… pero
también
enormes responsabilidades
Por Roberto Ramírez (*),
Desde
Buenos Aires para Correio da Cidadania, 06/11/2013
El domingo 27 de octubre se realizó
el “segundo acto” de las elecciones legislativas, que marcan la
mitad del período presidencial de Cristina Fernández de
Kirchner.
En
ellas, como ya había sucedido en el “primer acto” de este año electoral –las elecciones
“primarias” del 11 de agosto pasado– hubo un
importante crecimiento de los votos de la izquierda
“roja”. Es decir, para las listas de organizaciones trotskistas,
en primer lugar al Frente
de Izquierda y los Trabajadores (FIT: compuesto por el
Partido Obrero [PO], el Partido de los Trabajadores
Socialistas [PTS] e Izquierda Socialista [IS]), pero también
el Nuevo MAS
(Movimiento al Socialismo).
Paralelamente,
en ambas votaciones –las del 11/08 y del 27/10–, se
asistió a un fuerte
retroceso de otras expresiones de izquierda. Nos
referimos a los sectores de izquierda “rosada”, que
antes solían estar en el primer plano electoral de esa
franja. De entre ellos, vale mencionar tres: 1) El MST
(Movimiento Socialista de los Trabajadores), afín
internacionalmente a algunas corrientes del PSoL y que
considera a Syriza como el modelo actual de agrupamiento político;
2) AyL
(Autodeterminación y Libertad) encabezada por el ex
diputado Luis Zamora, que sostiene un autonomismo posmoderno
anti-partido; 3) Marea
Popular, coalición que exhibe un chavismo
“moderado”, encabezada por el diputado nacional Claudio
Lozano junto con dirigentes estudiantiles y sociales
provenientes del Frente Popular Darío Santillán.
Es
necesario subrayar este aspecto, porque es menos conocido
internacionalmente. El ascenso electoral de la izquierda
revolucionaria fue simultáneo al bajón de la izquierda
“rosada” en sus diversas variantes. Así quedó
desmentido el supuesto “axioma” de que la izquierda, en
estas épocas, sólo puede lograr éxitos electorales si
renuncia a programas revolucionarios y adopta un reformismo
rosa pálido, que no asuste a los votantes.
Explicación
previa imprescindible: el fraudulento sistema electoral de
la Argentina K.
Antes
de entrar al balance global de las elecciones, en el cual se ubica la votación de la
izquierda “roja”, es imprescindible explicar al lector
brasileño el insólito y tramposo sistema electoral
impuesto por el kirchnerismo. Es, en parte, una mala copia
del sistema de EEUU.
Se
hacen dos elecciones.
Primero, se realizan las PASO
(Primarias Abiertas Simultáneas Obligatorias), que se
efectuaron el 11 de agosto. Estas “primarias” son un
filtro que elimina a listas y candidatos. Luego, con los que
quedaron, se realizan las elecciones definitivas, las del 27 de octubre. Aunque en los
partidos y coaliciones que se presenten no haya listas
competidoras sino una lista única, es igualmente
obligatorio pasar por el filtro de las “primarias”.
Junto
con mayores exigencias de miles y miles de afiliados para
que los partidos tengan legalidad electoral, el kirchnerismo
estableció este sistema con dos propósitos.
Uno,
para tratar de recuperar
el perdido y tradicional bipartidismo. Al calor de las
crisis sociales y políticas, especialmente la del
“argentinazo” (el estallido social del 2001), se fue
produciendo una peligrosa fragmentación política de los
partidos patronales, principalmente de los dos mayores y
tradicionales, el peronismo y el radicalismo. Se suponía
que haciendo elecciones “primarias”, estilo EEUU, para
designar candidatos, sus fracciones y corrientes se
reunificarían dentro de ese mecanismo. Esto fracasó.
El
otro objetivo fue la proscripción
de la izquierda, imponiendo grandes exigencias de
legalidad electoral y luego el filtro de las PASO.
El
balance global de las elecciones
Aunque
en ambas votaciones la izquierda “roja” logró cifras
importantes, que analizaremos en detalle más adelante, la tendencia principal no fue en ese sentido.
El
Frente para la
Victoria (FpV), la gran coalición oficialista de la
presidenta Cristina Fernández, perdió
4 millones de votos en relación a las anteriores
elecciones del 2011. Fue una clásica elección de “voto
castigo”.
Una
fracción minoritaria
de esos votos fueron a la izquierda “roja” –el FIT y
el Nuevo MAS–, lo que explica su gran crecimiento en
relación a 2011, que luego veremos en cifras. Pero, al
mismo tiempo, un análisis serio no puede ignorar que la
mayor parte de los sufragios perdidos por el
kirchnerismo marcharon en sentido opuesto: hacia un voto
conservador con distintos matices y candidaturas, todas
situadas a la derecha
del actual gobierno.
A
grandes rasgos, la oposición patronal logró imponer
su “relato” conservador: la necesidad de un gobierno
más “normal”, que sea “amigable con los mercados”,
que la inflación y la “seguridad” deben estar al tope
de la agenda, etc., etc. Pero simultáneamente este voto, de
conjunto, indiscutiblemente conservador, tiene sus matices.
El
principal beneficiado fue Sergio Massa, prefeito de un distrito del Gran Buenos Aires, que ocupó
altos cargos en los gobiernos kirchneristas, entre ellos
jefe del Gabinete de Ministros.
Para
estas elecciones, Massa organizó la coalición opositora Frente
Renovador (FR). Muchos de sus votantes, disgustados por
la situación económico-social y la gestión de Cristina,
lo ven como un representante
de los “años dorados” del kirchnerismo. Massa, un
camaleón político que ha pasado por todos los gobiernos
desde mediados de los ´90, se ha cuidado muy bien de
despejar esos equívocos. Pero el signo conservador
neoliberal de su candidatura –patrocinada por el monopolio
de medios Clarín, una especie de Rede
Globo argentina– no deja dudas.
Otro
beneficiario, aunque menor, de la migración conservadora
del “voto castigo” a Cristina K., ha sido Mauricio Macri, jefe de Gobierno de la Ciudad de Autónoma de Buenos
Aires, que encabeza el Pro.
A diferencia de Massa, Macri no disimula. Es una especie de
Geraldo Alckmin porteño: su neoliberalismo rabioso se
combina con su afán de reprimir con extrema violencia
cualquier protesta.
Por
último, como una versión más de “centro-izquierda” o
“moderada” del voto conservador, se ubica la coalición UNEN, alianza de los restos dispersos del radicalismo con el
centenario Partido Socialista de tradición liberal-gorila,
más otros grupos menores.
Un
gran problema de la burguesía es que todavía no tiene una fuerza indiscutiblemente hegemónica para
hacer el recambio del
kirchnerismo en las presidenciales del 2015. Todos,
comenzando por el exitoso Massa, son coaliciones y partidos
de alcances más bien regionales: Massa y su Frente
Renovador, en la Provincia de Buenos Aires; Macri y el Pro
en Ciudad de Buenos Aires; UNEN, en la Provincia de Santa
Fe, gobernada por el PS.
Así,
el gobernante FpV de Cristina Kirchner, aunque muy
debilitado, sigue siendo la principal fuerza política a
escala nacional, y con mayoría (precaria) en ambas cámaras
del Congreso Nacional. Es una primera minoría muy
deteriorada, pero su fuerza debilidad es la debilidad aun
mayor de sus adversarios en su construcción nacional.
Perspectivas
de transición traumática
Los
dos años que restan del mandato presidencial de Cristina K.
amenazan ser traumáticos.
La economía nacional viene sufriendo un paulatino
deterioro, pérdida de las reservas e inflación creciente.
En su acostumbrado lenguaje críptico, los economistas y políticos
patronales de todos los campos, hablan de la necesidad de un
“sinceramiento” de la economía. O sea, un brutal “ajuste” que haga pagar la crisis a los trabajadores y
los sectores populares.
¿Pero
quién le pone el cascabel al gato? Este tema
crucial no estuvo abiertamente presente en la campaña
electoral. La gran mayoría no
espera que esto pueda venir. Más bien, el grueso de los
votantes obreros y populares –tanto los que se inclinaron
por Massa como por el kirchnerismo– tiene la expectativa
de mantener “mejorada” la situación actual.
Cualquier
elenco que pretenda aplicar el ajuste que parece necesario,
deberá pagar un alto costo político, amén de desatar
elementos de inestabilidad social y rechazo. Por esa razón,
la patronal exige a Cristina que
sea ella la que se encargue de aplicarlo
ya, haciendo el “trabajo sucio” que deje expedito el
camino al próximo gobierno que venga en 2015.
Este
es otro elemento de crisis en las alturas. ¿El kirchnerismo
va a hacerse tranquilamente un harakiri político en
beneficio del gobierno que lo sucederá? No está claro que
esté dispuesto a llevar adelante las medidas de ajuste con
el rigor necesario.
Así,
un panorama de
incertidumbres se anuda alrededor de las contradicciones
que rodean la derrota y el fin de ciclo K. El pasaje hacia
un nuevo gobierno no será sin crisis y conflictos.
La
Argentina ha vivido en los últimos 30 años dos
transiciones y ahora se encamina hacia una tercera. Quizá
los traumas no serán tan graves como los explosivos finales
de las presidencias de Alfonsín (1989) y De la Rúa (2001),
en medio de circunstancias de hiperinflación, hiper recesión
y conflictividad social aguda. Esto aún
no sucede.
Sin
embargo, nada permite asegurar con certeza que no será así
finalmente. Cada período político de transición tuvo sus
bombas de tiempo. En el medio, no se puede descartar que
otra vez emerja una gran crisis. Y menos que menos en la
Argentina, país cuya clase obrera está caracterizada por
grandes tradiciones de lucha.
El
voto de la izquierda “roja”
Es
dentro de ese panorama global, con todas sus
contradicciones, que una franja minoritaria del voto
kirchnerista derivó
en sentido opuesto. Fue hacia la izquierda trotskista,
principalmente al FIT pero también un porcentaje al Nuevo
MAS. Veamos algunas cifras.
En
las PASO de agosto de
2011 el FIT logró 520.000 votos y el Nuevo MAS (presentándose
sólo en provincia de Buenos Aires) logró 16.000.
Ahora,
en las PASO de agosto
de 2013, el FIT obtuvo 900.000
votos y el Nuevo MAS (presentándose ahora en cuatro
distritos), 120.000
votos. Asimismo, la relación entre los votos del FIT y
el Nuevo MAS se reduce bastante si se miden las cifras en
los distritos en que ambos
se presentaron, que son los más importantes políticamente
y a nivel del movimiento obrero: la Ciudad de Buenos Aires,
la provincia de Buenos Aires, Córdoba y Neuquén. Allí el FIT
logró unos
500.000 votos frente a los 120.000
del Nuevo MAS.
En
las elecciones
definitivas del 27 de octubre de 2013, el FIT subió
a 1.150.000. Esto aumento tuvo varias vertientes: 1) el
Nuevo MAS, eliminado por los mecanismos proscriptivos de la
ley electoral, llamó a votar
críticamente por el FIT. El aumento de votos del FIT en
los cuatro distritos centrales que mencionamos es prácticamente
la suma de sus votos de agosto más los obtenidos por el
Nuevo MAS. 2) Por el contrario, en dos provincias periféricas
–Mendoza y Salta–, hubo un mayor vuelvo al FIT de los ex
votantes kirchneristas, lo que hizo la diferencia.
Así
el FIT obtuvo tres diputados nacionales, uno por la
provincia de Buenos Aires y otros dos por Mendoza y Salta.
Estas
cifras de votos de la izquierda “roja” son muy
importantes. Es un triunfo político electoral indiscutible.
Pero, al mismo tiempo, hay que tener en cuenta simultáneamente
que el otro 95% de los electores votó por partidos patronales… y que
en esa franja abrumadoramente mayoritaria, el centro de
gravedad se ha
corrido en sentido conservador.
Tener
cuenta todas las cifras
y proporciones es esencial para no perder la cabeza, como ya le ha
sucedido a algunos dirigentes que hablan de “rebelión en
la urnas”, como veremos más adelante.
Transformar
el triunfo electoral en construcción orgánica
La
pregunta del millón es ¿cómo llevar este triunfo electoral
al terreno de la lucha de clases?
Dicho
de otra manera: la votación histórica
con la que se ha alzado la izquierda en las dos elecciones
de este año, así como los parlamentarios que ha obtenido,
plantean el desafío de sostener un curso independiente que no le haga el juego
a ningún sector patronal, así como el esfuerzo
por transformar la
votación obtenida en construcción orgánica en el
terreno de la clase obrera y la juventud.
Tener
esto en cuenta es esencial. No es la primera vez que la
extrema izquierda logra votaciones de cierta importancia,
desde el Frente Obrero Campesino Estudiantil Popular (FOCEP)
de Perú (con el 15%) o el trotskismo francés que a veces
llegó al 6%.
Pero
la experiencia final de esos y otros grandes éxitos
electorales ha sido que los votos vienen
y se van… si no hay correlato con un curso
político independiente y, por sobre todo, un avance
cualitativo de la construcción orgánica
en el movimiento obrero y la juventud.
Con
mayor o menor tamaño, los partidos trotskistas argentinos
(los tres del FIT y el Nuevo MAS) aún somos organizaciones
importantes de vanguardia. Los votos logrados, aún exceden
de lejos nuestra implantación
orgánica, especialmente en el terreno de combate
decisivo: el movimiento obrero.
Allí
las corrientes trotskistas –no el PO sino principalmente
el PTS y el Nuevo MAS– han logrado conquistar posiciones
en estructuras de base (comisiones internas y cuerpos de
delegados). Pero todavía las burocracias sindicales, aunque
se han venido dividiendo en tres centrales peronistas (CGTs)
y dos de fachada “progresista” (las CTAs), conservan un
control prácticamente total de los sindicatos. Ahora, la
tres CGTs se reunificarían… Y es evidente que uno de sus
puntos de unidad será el de “reventar a los troskos”…
lo que no es una metáfora.
En
síntesis: estamos ante inmensas y difíciles tareas, que
los votos no resuelven por sí mismos.
¿El
FIT, “cooperativa electoral” o frente para la lucha de
clases?
Teniendo
en cuenta esta perspectiva, los signos de interrogación se
acentúan por el carácter
del FIT, que tiene ahora una enorme
responsabilidad política por haber obtenido tres
parlamentarios.
Quien
ha definido al FIT en forma más científica (y no sin
cierto cinismo) es su componente menor, Izquierda Socialista
(IS): el FIT es una “cooperativa
electoral”.
El
FIT se fundó en vistas a las anteriores elecciones del
2011. Una de las primeras medidas de su conformación fue la
de excluir al Nuevo
MAS, una operativo sectario que aprovechó las normas
proscriptivas de la nueva ley electoral que antes
comentamos.
En
sus dos años de existencia, el FIT no logró tomar una posición común (ni menos desarrollar una acción
mancomunada) en casi ninguna lucha o acontecimiento
importante. Y no se trata de matices sino de posiciones
encontradas. La lista es muy larga y los temas políticamente
significativos, como por ejemplo, los “cacerolazos” de
la oposición gorila, de los barrios de alta clase media,
contra el gobierno K. Un sector del FIT apoyó
fervorosamente estas “movilizaciones” de la derecha
conservadora, otro estuvo correctamente en contra y un
tercero osciló entre ambos.
Pero
el caso que motivó un escándalo en toda la vanguardia,
especialmente en el activismo obrero, fue el de la Unión
Ferroviaria (UF), uno de los sindicatos más importantes del
país.
La
burocracia de la UF, que al mismo tiempo actúa como patrón
de los obreros ferroviarios precarizados, asesinó en
octubre del 2010 al joven militante del Partido Obrero,
Mariano Ferreyra. La muerte de Mariano desató un escándalo
nacional y grandes movilizaciones de protesta, en las que
confluyó toda la izquierda. El gobierno y el aparato
judicial se vieron obligados a actuar contra el principal
burócrata de la UF –José Pedraza– y varios de sus cómplices,
que hoy están presos y condenados. Esto fue algo inédito
en la larga historia de crímenes de la burocracia sindical
argentina.
Tiempo
después, ya constituido el FIT, hubo elecciones
en la Unión Ferroviaria, donde la burocracia de Pedraza sigue
manejando el sindicato. Ante el asombro de la vanguardia
obrera de todo el país, los tres componentes del FIT dividieron
al activismo antiburocrático. El PO, el PTS e IS
conformaron tres
listas distintas, que se dedicaron a hacerse la guerra
mutuamente. Por supuesto, la burocracia de Pedraza se impuso
sin mayores problemas.
Las
nuevas responsabilidades que ahora caen abrumadoramente
sobre el FIT, ¿cambiaran su carácter de “cooperativa
electoral”? ¿O el FIT “cerrará el kiosko” hasta el
próximo verano electoral, las presidenciales del 2015?
La
necesidad de balances serios
Para
finalizar, digamos que un curso político correcto está
siempre fundamentado en caracterizaciones
y balances serios. Por ese motivo provocó estupor el
balance de las elecciones y de la situación política que
presenta el Partido Obrero, por boca de su principal
dirigente, Jorge Altamira. Y esto se agrava porque el PO es
el patrón o socio principal del FIT.
Es
un balance simplemente disparatado, que no tiene en cuenta las dimensiones reales de un
triunfo (sólo) electoral
que es indiscutible,
pero que tiene las proporciones
que hemos analizado.
Altamira
–con alrededor del 5% de los votos para FIT y el 95%
para los partidos patronales– proclama desde el
“desmoronamiento del peronismo” hasta que las elecciones
configuran una “rebelión popular”. ¡Como si votar no
fuese exactamente lo opuesto de hacer una rebelión!
Lo
fundamental de su balance, es que se confirmarían sus teorías
del “catastrofismo”
y del “derrumbe del
capitalismo” (textual!), que ya está en curso y que
los resultados de estas elecciones precipitarían en
Argentina.
Bajo
los golpes mortales de un 5% de los votos para la izquierda
revolucionaria (que además no son sólo del PO), el
capitalismo en general y sus partidos políticos (en primer
lugar el peronismo) han comenzado a derrumbarse.
¡Es así de simple!
El
peronismo gobernante está “en derrumbe” y la oposición burguesa es sólo un despreciable “conglomerado
de tribus”. Todos los partidos patronales se han “pulverizado”
(textual!) lo que también “representa
el agotamiento” del régimen democrático-burgués
iniciado en 1983, tras la liquidación de la dictadura
militar.
La
comentamos porque se trata del pensamiento político del “patrón” del FIT. Para bien de toda
la izquierda revolucionaria y del activismo obrero y juvenil
de Argentina, esperamos que el indiscutible triunfo
electoral (que no es sólo del PO, sino también del resto
del FIT y del Nuevo MAS) no se disipe en este delirium
tremens.
Se
ha abierto una gran oportunidad para toda la izquierda
revolucionaria. Pero al mismo tiempo es una responsabilidad
inmensa para todas sus direcciones –en primer lugar, las
del FIT por haber logrado representación parlamentaria–
la de avanzar en una construcción orgánica en el
movimiento obrero y la juventud, y al mismo tiempo,
enfrentar las inevitables presiones del parlamentarismo.
Pero, para eso, las borracheras electorales no ayudan.
*
Roberto Ramírez es
editor de Socialismo o Barbarie, revista internacional en la
web.
—
III —
El
balance electoral del PO
El
método del inflador
Por José Luis Rojo
Socialismo o Barbarie,
semanario, 07/11/2013
“En
el lapso de apenas dos años, el Frente de Izquierda pasó
de medio millón de votos a casi un millón y medio, un
crecimiento del 200 por ciento. Acabamos de conquistar el
ingreso de un bloque de cuatro diputados nacionales, y la
instalación en numerosas legislaturas y concejos
deliberantes”
(“El ascenso de la izquierda”, Jorge Altamira, 29/10/2013).
Así comienza el balance de la
elección del FIT presentado por Altamira. No discutiremos
aquí lo que ya hemos señalado: el hecho que la elección
de la izquierda ha sido histórica para sus patrones, como
la gran importancia de haber logrado parlamentarios.
Discutiremos, sí, un criterio y un método: la manera en
que se deben abordar triunfos parlamentarios, así como las
oportunidades y presiones que se derivan de él.
Que el método
del texto de Altamira es ell del inflador
se puede observar desde los primeros renglones: el millón y
medio de votos en realidad son 1.150.000; los cuatro
diputados, por ahora, son sólo tres.
Cada renglón del balance
requeriría de polémica. Al extrapolar tendencias sin ningún
contrapeso, se termina en una típica pieza del “fatalismo
optimista” que criticara tanto Trotsky como rasgo de los
oportunistas, y que apelaba a que la realidad resolviera
“automáticamente” los problemas que debemos encarar los
revolucionarios.
Por su unilateralidad, por la falta
completa de proporciones en casi todo lo que se dice, por la
carencia de cualquier tipo de equilibrio, el texto es casi un decálogo de cómo no se debería hacer un balance electoral.
El
gobierno se “desmorona”, la oposición “fuga hacia la
nada”
En el texto hay tres
definiciones de base que llaman fuertemente la atención. La
primera es que hay “un cuadro de desmoronamiento del
peronismo en cuanto movimiento popular”: una unilateralidad que no resiste el análisis. Es verdad que
el kirchnerismo perdió cuatro millones de votos y que pasó
del 54% de dos años atrás al actual 33%; esto marca
irreversiblemente un fin de ciclo y la apertura de una
transición política que estará marcada por enormes
incertidumbres y crisis.
También es cierto que de esos
cuatro millones de votos, grosso
modo, entre medio millón y algo más vino hacia la
izquierda, un dato sumamente auspicioso. Tanto el FIT como
nuestro partido habíamos detectado en las PASO un
importante voto kirchnerista que emigraba hacia la
izquierda; ahora el Frente de Izquierda capitaliza este fenómeno
en diputados.
Lo que Altamira no dice es que
en la provincia de Buenos Aires el 75% de los votos perdidos
por los K fueron a parar a Massa, que se alzó con casi 4
millones de votos, en su mayoría entre los trabajadores. Así,
el peronismo se está “desmoronando” cuando la suma de
los votos K y el massismo alcanza casi 12 millones de
votantes…
Un verdadero
“desmoronamiento” requerirá de una situación de la
lucha de clases mucho más radicalizada que la actual, que
podría estar en el horizonte dados determinados supuestos.
Pero como dato del presente
el análisis de Altamira es de una falta de proporciones
absoluta. Lo que sí hay es crisis del kirchnerismo y división
del peronismo en dos o tres fracciones (kirchneristas
“puros”, sciolistas y masistas).
Otras dos definiciones llaman
la atención. La primera: Altamira señala que “el
bonapartismo del Ejecutivo tiende a cero”. Claro, tuvo la
mala suerte de publicar su balance cuando
la Corte Suprema todavía no había emitido su fallo sobre
la Ley de Medios.
El resultado electoral
ya mostraba ciertos contrapesos: aun en su derrota, el
Ejecutivo se había alzado con una exigua mayoría en ambas
cámaras y quedaba como primera minoría nacional. Es decir:
el mismo lunes 28 se podía ver que mantenía ciertos
atributos de gobernabilidad. Por eso, hablar de una
capacidad de arbitraje “tendiendo a cero” era un
desequilibrio completo, algo que reforzó después el fallo
de la Corte.
Otra exageración: para
Altamira, Massa, Macri, Binner o Cobos, los “presidenciables”
opositores alternativos a los K, son “una fuga hacia la nada (…) el
agotamiento de toda la etapa democratizante iniciada en el
83”.
Parece haber un empecinamiento en negar los hechos más
simples: Massa cosechó sus votos entre lo más granado de
los trabajadores y las clases medias del Gran Buenos Aires; el
principal centro estratégico económico, político y social
del país.
Es verdad que el de Massa,
como el de los demás “presidenciables”, no es aún un
armado verdaderamente nacional, y que esa proyección a todo
el país va a estar plagada de problemas. Acá talla la
crisis no resuelta del sistema de partidos heredada de 2001,
uno de los factores más importantes de crisis,
inestabilidad y dinamismo del período que viene.
Pero de ahí a suponer, como
Altamira, que en la última década no hubo una cierta
recuperación de la democracia patronal luego de la crisis
de 2001, sino que se vive el “agotamiento” del régimen
nacido en 1983, hay demasiada distancia. Altamira parece
anunciar una crisis de poder que sólo existe en su
imaginación Por ahora, no están las condiciones para que
se plantee el problema del poder para los trabajadores.
En una crisis de gobernabilidad puede
salir eyectado el presidente, sin llegar a cuestionarse
realmente el poder de la clase capitalista. Esto requiere
elementos como organismos de poder alternativos de la clase
trabajadora, quebrantar el aparato represivo del Estado,
armamento popular, etc.
Una
curiosa “rebelión popular”
Otras definiciones hacen a la
naturaleza de la votación de la izquierda. Llama la atención
el planteo de que “se ha manifestado una rebelión popular
que ha tenido como escenario la conciencia del proletariado
más activo y de numerosos estratos medios”.
Es cierto que en agosto, y
nuevamente en octubre, la flor y nata del activismo obrero
e, incluso, sectores más allá del activismo de la clase
trabajadora han votado por la izquierda. También es un
hecho que amplias porciones de las clases medias
“progresistas” han girado del kirchnerismo hacia la
izquierda, como se puede observar en varios centros urbanos
o en una votación como la de Mendoza.
Ahora bien, más allá de que
el grueso de los trabajadores votó a Massa en el núcleo
central de la clase obrera, nos queremos detener en la
“categoría” de “rebelión popular en las urnas”. Si
lo que se quiere referir es que algo revolucionario está
ocurriendo en la conciencia de un sector minoritario pero
sin embargo muy importante de los trabajadores, estamos
completamente de acuerdo. Es un movimiento dinámico cuyo
contenido no es aún “obrero y socialista”, sino más bien de
una simpatía difusa hacia la izquierda en el terreno
electoral, que
puede estar expresando procesos más subterráneos a
desarrollarse en el próximo período. Sobre todo, si los
equilibrios construidos en los últimos años se rompen y
hay un importante ascenso de la lucha de clases.
Ahora bien, de ahí a hablar
de “rebelión popular en las urnas” hay un gran trecho.
Es verdad que votaciones como las obtenidas por el PO en la
provincia de Salta son extraordinarias y de características históricas,
como sería histórico que la izquierda en esa provincia
derrote al peronismo o, incluso, pudiera aspirar a dirigir
municipios, lo que plantearía inmensos desafíos… y
presiones.
Por otro lado, con lo de
“rebelión popular” en el terreno puramente electoral,
se
tira por la borda que el marxismo siempre ha concebido las
elecciones como un terreno distorsionado
de la lucha de clases, con lentes de aumento o disminución
de las tendencias reales, que para hacerse valer deben
trasladarse al terreno estructural, la
lucha de clases.
Una votación como la de Salta
puede anticipar un escenario de luchas incrementadas
sustancialmente, y la votación de la izquierda puede estar
mostrando, en sectores de amplia vanguardia, una importante
disposición de lucha. Pero esto hay que confirmarlo en los
hechos y no andar anunciando “rebeliones populares” en
un terreno donde no pueden existir: las rebeliones, por
definición, son
manifestaciones de la acción directa de los explotados y
oprimidos, no un fenómeno electoral.
Prepararse
para enfrentar fuertes presiones
Altamira plantea algo que el
FIT no hizo en toda la campaña electoral: que los
parlamentarios del FIT “deberán servir al desarrollo de
la conciencia política de la clase obrera” y a la
“educación revolucionaria de nuestros parlamentarios
(…) como tribunos y cuadros realmente socialistas”.
En sí
mismo el planteo es correcto. Efectivamente, el principal
rol de los parlamentarios de la izquierda es ser el vehículo
de amplias denuncias acerca de la cueva de bandidos que es
el parlamento burgués, educando de esta manera a las
amplias masas trabajadoras. También es un desafío para los
diputados de la izquierda formarse como tribunos populares
de estas denuncias y peleas en sentido socialista.
Pero en el texto de Altamira
brilla por su ausencia el planteo elemental de que esta acción
de los parlamentarios de izquierda debe servir como un punto
de apoyo importantísimo pero siempre secundario a la acción extraparlamentaria de los partidos de la
izquierda. Su acción principal es siempre la
participación e impulso de la lucha de clases directa de
los explotados y oprimidos y la construcción de nuestros
partidos en dichas luchas, tarea al servicio de la cual
se ponen los parlamentarios.
Esta ausencia plantea un grave
peligro. Altamira, el campeón de la crítica a las
corrientes “democratizantes”, no alerta ni una sola vez
acerca de las presiones
que vienen sobre los parlamentarios.
Salir a actuar
dentro de las instituciones del régimen o aparecer todos
los días en los grandes medios de comunicación, son
conquistas muy importantes que plantean a los
revolucionarios el desafío de salir de la marginalidad. Sin
embargo, generan también inmensas presiones que es
imposible contrapesar si los principales
dirigentes de un partido revolucionario son todos diputados o “figuras”, y tampoco se alerta acerca de las renovadas presiones que se vienen.
Por ejemplo, al parecer Daniel
Scioli (gobernador de la provincia de Buenos Aires) habría llamado a Pitrola para felicitarlo por su
elección. Seguramente Pitrola lo atendió y le agradeció
el llamado, lo que no está mal en sí mismo: ser
revolucionario no significa tener un comportamiento
infantil. Pero ilustra las brutales
presiones de la táctica del “abrazo de oso” que va
a ejercer ahora el régimen sobre los partidos del FIT: que
“somos todos parte de la gran política”, que las cosas
se pueden resolver “por arriba”, “dialogando”, etc.
Cuando somos organizaciones
pequeñas en condiciones de marginalidad, las presiones son
más bien sectarias; pero cuando se obtienen parlamentarios
y aumenta la exposición pública y mediática, la cosa
viene por el lado del oportunismo. El balance de Altamira no prepara para enfrentar estas presiones y tampoco para aprovechar
revolucionariamente los resultados obtenidos.
—
IV —
El “catastrofismo” como
herramienta estratégica
Por José Luis Rojo
Socialismo o Barbarie,
semanario, 07/11/2013
“El
catastrofismo sirvió para sustentar una pedagogía política,
simplemente porque arma al pueblo para enfrentar mejor las
consecuencias del derrumbe del capital”
(“El ascenso de la izquierda”, Jorge Altamira, cit.)
El PO cree que el éxito
electoral del FIT justifica sus elucubraciones teóricas.
Entre ellas, pone en primer lugar la categoría de “catastrofismo”, colocada
como una herramienta de análisis válida para evaluar la
dinámica de los acontecimientos y armar a los trabajadores
para enfrentar los desafíos que vienen.
Sostenemos lo
contrario: se trata de un recurso analítico erróneo que
siempre ha desarmado a los revolucionarios frente a las
tareas planteadas cuando vienen grandes crisis como las que
están en el horizonte.
El PO ha afirmado siempre que
el catastrofismo es característico del socialismo
revolucionario. La verdad es la contraria.
En su lucha contra el
revisionismo dentro de la socialdemocracia alemana a
comienzos del siglo XX, revolucionarios de la talla de Rosa
Luxemburgo opusieron el análisis de una agudización histórica
de las contradicciones del capitalismo contra una visión
edulcorada de que las contradicciones del sistema tendían a
atenuarse. La falsedad de este punto de vista se demostró
en pocos años con el estallido de
la Primera Guerra Mundial, que llevaría en sus entrañas
la Revolución Rusa.
Sin embargo, de esto no
se desprende que para el marxismo las puras contradicciones
económico-sociales llevarían automáticamente a la revolución
social. Si así fuera, los revolucionarios podríamos
irnos tranquilamente a la playa y esperar la llegada del
“gran día”.
Por su propia dinámica, el
capitalismo tiende a generar crisis recurrentes, unas más
profundas que otras, que crean las condiciones
o prerrequisitos materiales para el desarrollo de una
lucha de clases incrementada. Sin embargo, la que decide el
curso final de las cosas es la propia lucha de clases: esto
es, la acción de las
clases sociales, sus partidos y organismos en la liza de la
historia.
Las situaciones
revolucionarias no son el resultado solamente de factores
objetivos como crisis económicas, políticas o guerras,
sino también de la maduración de factores subjetivos: la
radicalización de la clase obrera y la formación de sus
partidos y organismos de poder.
Sin esa maduración, la economía
finalmente encontrará su curso para restablecerse, y aunque
cada recuperación prepara, en términos generales,
crisis cada vez mayores, ya Lenin advertía que ninguna
crisis tenía una salida “sólo económica”: debe
tallar la lucha de clases para que se salde en favor de los
trabajadores. Se puede ir hacia el socialismo o hacia la
barbarie, como decía Rosa Luxemburgo parafraseando a Engels
y al propio Manifiesto
Comunista.
Así, el “catastrofismo”
no sólo es equivocado desde el punto de vista de la teoría
económica del marxismo, sino un desastre
estratégico, como señalara Trotsky.
Arma falsamente a
su partido el dirigente que en el análisis de las
tendencias de la realidad, no insiste en que no puede haber
solución “catastrófica” objetiva
a los problemas, sin
una radicalización política de la clase obrera, la
acumulación de una experiencia de lucha revolucionaria y la
construcción de un gran partido socialista revolucionario
con influencia de masas que pueda dirigir amplios sectores,
y además armado con una política revolucionaria correcta.
La sustitución de esta
compleja lucha estratégica
solamente puede preparar grandes desastres, como ha
ocurrido tantas veces en el pasado. El complejo salto a la
construcción de organizaciones con influencia de masas
requiere de un abordaje crítico de las experiencias
anteriores, y no podrá ser resuelto con un catastrofismo
que reedite el "objetivismo" de la mayoría de las corrientes
del trotskismo en la posguerra, que finalmente las llevó al desastre.
Es
lo que ocurrió, por ejemplo, con el viejo MAS, una experiencia
de la cual el PO parece no sacar la menor lección
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