Argentina,
elecciones del
27 de octubre

Un debate de balances que interesa a los activistas
y militantes de todos los países

Elecciones en Argentina y gran votación
de la izquierda "roja"

Las recientes elecciones en Argentina han tenido una merecida repercusión en muchos países, especialmente entre la militancia de izquierda. Es que en ellas la izquierda revolucionaria, concretamente los partidos y candidatos trotskistas, lograron una buena votación en las dos etapas en que se realizaron estas elecciones.

El balance y la perspectivas de este éxito electoral, desataron asimismo una fuerte polémica, detonada principalmente por el balance escrito por Jorge Altamira, dirigente del Partido Obrero (PO) que encabeza al FIT (Frente de Izquierda y los Trabajadores).

Aquí presentamos primero, en portugués y español, un balance global de estas elecciones y, luego, una polémica específica con la visión y la política de quienes dirigen el FIT.

Eleições na Argentina em um horizonte de crise socioeconômica e política - Bons resultados para a esquerda “vermelha”, mas também enormes responsabilidades, por Roberto Ramírez, de Buenos Aires para o Correio da Cidadania, 06/11/2013

Elecciones en Argentina en un horizonte de crisis económico-social y política - Buenos resultados para la izquierda “roja”… pero también enormes responsabilidades, por Roberto Ramírez, desde Buenos Aires para Correio da Cidadania, 06/11/2013

El balance electoral del PO - El método del inflador, por José Luis Rojo, Socialismo o Barbarie, semanario, 07/11/2013

El “catastrofismo” como herramienta estratégica, por José Luis Rojo, Socialismo o Barbarie, semanario, 07/11/2013


I

Eleições na Argentina em um horizonte de
crise socioeconômica e política

Bons resultados para a esquerda “vermelha”, mas
também enormes responsabilidades

Roberto Ramírez (*),
de Buenos Aires para o Correio da Cidadania, 06/11/2013

http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9035:submanchete061113&catid=72:imagens-rolantes

No dia 27 de outubro, realizou-se o “segundo ato” das eleições legislativas, que marcam a metade do período presidencial de Cristina Fernández de Kirchner.

Nelas, como já havia ocorrido com o “primeiro ato” deste ano eleitoral – as eleições “primárias” de 11 de agosto passado –, houve um importante crescimento dos votos da esquerda “vermelha”. Quer dizer, para as listas de organizações trotskistas, em primeiro lugar a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) – composta pelo Partido Operário (PO), o Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) e Esquerda Socialista (IS), e também pelo novo MAS (Movimento ao Socialismo).

Paralelamente, em ambas votações – as de 11/08 e 27/10 –, assistiu-se a um forte retrocesso de outras expressões de esquerda. Referimo-nos aos setores da esquerda “rosada”, que antes costumavam estar no primeiro plano eleitoral dessa faixa. Dentre eles, vale mencionar três: 1) o MST (Movimento Socialista dos Trabalhadores), afinado internacionalmente a algumas correntes do PSOL e que considera o Syriza da Grécia como o modelo atual de agrupamento político; 2) a AyL (Autodeterminação e Liberdade), encabeçada pelo ex-deputado Luis Zamora, que sustenta um autonomismo pós-moderno anti-partido; 3) Maré Popular, coalizão que mostra um chavismo “moderado”, encabeçada pelo deputado nacional Claudio Lozano junto com dirigentes estudantis e sociais, provenientes da Frente Popular Dario Santillán.

É necessário destacar esse aspecto, porque é menos conhecido internacionalmente. A ascensão eleitoral da esquerda revolucionária foi simultânea à queda da “esquerda” rosada em suas diversas variantes. Assim, ficou desmentido o suposto “axioma” de que a esquerda, nessas épocas, só pode conseguir êxitos eleitorais renunciando a programas revolucionários e adotando um reformismo rosa-pálido, que não assuste eleitores.

Explicação prévia imprescindível: o fraudulento sistema eleitoral da Argentina K

Antes de entrar no balanço geral das eleições, no qual se coloca a votação da “esquerda vermelha”, é imprescindível explicar ao leitor brasileiro o insólito e enganoso sistema eleitoral imposto pelo kirchnerismo. É, em parte, uma péssima cópia do sistema dos EUA.

Fazem-se duas eleições. Primeiro, se realizam as PASO (Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias), que se efetuaram em 11 de agosto. Essas “primárias” são um filtro que elimina listas e candidatos. Depois, com os que ficaram, realizam-se as eleições definitivas, as de 27 de outubro. Ainda que os partidos e coalizões que se apresentam não tenham listas competidoras, mas uma única, é igualmente obrigatório passar pelo filtro nas “primárias”.

Junto com maiores exigências de milhares e milhares de afiliados para que os partidos tenham legalidade eleitoral, o kirchnerismo estabeleceu esse sistema com dois propósitos.

Primeiro, pra tratar de recuperar o tradicional e perdido bipartidarismo. No calor das crises sociais e políticas, especialmente a do “argentinazo” (a explosão social de 2001), foi-se produzindo uma perigosa fragmentação política dos partidos patronais, principalmente nos dois maiores e tradicionais, o peronismo e o radicalismo. Supunha-se que fazendo eleições “primárias”, estilo EUA, para designar candidatos, suas frações e correntes se reunificariam dentro desse mecanismo. Isso fracassou.

O outro objetivo foi a proscrição da esquerda, impondo grandes exigências de legalidade eleitoral e depois o filtro das PASO.

Balanço geral das eleições

Ainda que em ambas votações a esquerda “vermelha” tenha conseguido cifras importantes, que analisaremos em detalhe mais adiante, a tendência principal não foi nesse sentido.

A Frente para a Vitória (FpV), a grande coalizão oficialista da presidente Cristina Fernández, perdeu 4 milhões de votos em relação às anteriores eleições de 2011. Foi uma clássica eleição de “voto castigo”.

Uma fração minoritária desses votos foi para a esquerda “vermelha” – o FIT e o Novo MAS - , o que explica seu grande crescimento em relação a 2011, que logo veremos em números. Mas, ao mesmo tempo, uma análise séria não pode ignorar que a maior parte dos votos perdidos pelo kirchnerismo marchou no sentido oposto: um voto conservador, com distintos matizes e candidaturas, todas situadas à direita do atual governo.

Com grandes traços, a oposição patronal conseguiu impor seu “programa” conservador: a necessidade de um governo mais “normal”, que seja amigável aos “mercados”, e que a inflação e a “segurança” devem estar no topo da sua agenda etc. etc. Mas, simultaneamente, esse voto, no conjunto indiscutivelmente conservador, tem suas nuances.

O principal beneficiado foi Sergio Massa, prefeito de um distrito da Grande Buenos Aires, que ocupou altos cargos nos governos kirchneristas, entre eles chefe do Gabinete de Ministros.

Para tais eleições, Massa organizou a coalizão opositora Frente Renovadora (FR). Muitos de seus votantes, desgostosos pela situação econômico-social e a gestão de Cristina, o veem como um representante dos “anos dourados” do kirchnerismo. Massa, um camaleão político que passou por todos os governos desde meados dos anos 90, cuidou muito bem de afastar tais equívocos.

Mas o signo conservador neoliberal de sua candidatura – patrocinada pelo monopólio midiático do Clarín, a Globo argentina – não deixa dúvidas.

Outro beneficiário, ainda que menor, da migração conservadora do “voto castigo” a Cristina, foi Mauricio Macri, prefeito da Cidade Autônoma de Buenos Aires, que encabeça o Pro. Diferentemente de Massa, Macri não dissimula. É uma espécie de Geraldo Alckmin portenho: seu neoliberalismo raivoso se combina com seu afã de reprimir com extrema violência qualquer protesto. Por último, como uma versão mais de “centro-esquerda” ou “moderada” do voto conservador, se coloca a coalizão UNEN, aliança dos restos dispersos do radicalismo com o centenário Partido Socialista de tradição liberal-gorila, além de outros grupos menores.

Um grande problema da burguesia é que ainda não tem uma força indiscutivelmente hegemônica para fazer a substituição do kirchnerismo nas eleições presidenciais de 2015. Todos, começando pelo exitoso Massa, são coalizões e partidos de alcances mais regionalizados: Massa e sua Frente Renovadora na Província de Buenos Aires; Macri e o Pro na cidade de Buenos Aires; UNEN na província de Santa Fé, governada pelo PS.

Assim, o governante FpV de Cristina Kirchner, ainda que muito debilitado, segue sendo a principal força política em escala nacional e com maioria (precária) em ambas as câmaras do Congresso Nacional. É uma primeira minoria muito deteriorada, mas sua força é a debilidade ainda maior de seus adversários em sua construção nacional.

Perspectiva de transição traumática

Os dois anos que faltam do mandato presidencial de Cristina ameaçam ser traumáticos. A economia nacional vem sofrendo paulatina deterioração, perdas de reservas e inflação crescente. Em sua costumeira linguagem crítica, os economistas e políticos patronais de todos os campos falam da necessidade de um “sinceramento” da economia. Ou seja, um brutal ajuste que faça a crise ser paga pelos trabalhadores e os setores populares.

Mas quem põe os pingos nos is? Esse assunto crucial não esteve abertamente presente na campanha eleitoral. A grande maioria não espera que isso possa vir. Porém, o grosso dos votantes operários e populares – tanto os que se inclinaram por Massa como pelo kirchnerismo – tem a expectativa de manter “melhorada” a situação atual.

Qualquer grupo que pretenda aplicar o ajuste que parece necessário deverá pagar um alto custo político, além de desatar elementos de instabilidade social e rejeição. Por essa razão, a patronal exige de Cristina que seja ela a se encarregar de aplicá-lo já, fazendo o trabalho sujo que deixe aberto o caminho ao próximo governo, a chegar em 2015.

Esse é outro elemento de crise nas alturas. O kirchnerismo vai fazer tranquilamente um harakiri político em beneficio do governo que o sucederá? Não está claro que esteja disposto a levar adiante as medidas de ajuste com o rigor necessário.

Assim, um panorama de incertezas se avizinha ao redor das contradições que rodeiam a derrota e o fim do ciclo K. A passagem ao novo governo não será sem crises e conflitos.

A Argentina viveu nos últimos 30 anos duas transições e agora se encaminha para uma terceira. Talvez os traumas não sejam tão graves como os explosivos finais das presidências de Alfonsín (1989) e De la Rúa (2001), no meio de circunstâncias de hiperinflação, hiper-recessão e conflitividade social aguda. Isso ainda não acontece.

Mesmo assim, nada permite assegurar, com certeza, que não será assim ao final. Cada período de transição teve suas bombas-relógio. No meio, não se pode descartar que outra vez apareça uma grande crise. Menos ainda na Argentina, país cuja classe trabalhadora é caracterizada por grandes tradições de luta.

O voto da esquerda “vermelha”

É dentro desse panorama social, com todas as suas contradições, que uma faixa minoritária do voto kirchnerista derivou em sentido oposto. Foi até a esquerda trotskista, principalmente à FIT, mas também uma porcentagem do Novo MAS. Vejamos alguns números.

Nas PASO de agosto de 2011, a FIT conquistou 520 mil votos e o Novo MAS (apresentando-se só na província de Buenos Aires) conseguiu 16.000.

Agora, nas PASO de agosto de 2013, a FIT obteve 900.000 votos e o Novo MAS (apresentando-se em quatro distritos), 120.000 votos. Assim mesmo, a relação entre os votos da FIT e do Novo MAS se reduz bastante se forem medidas as cifras nos distritos em que ambos se apresentaram, que são os mais importantes politicamente e em nível de movimento operário: a cidade de Buenos Aires, a província de Buenos Aires, Córdoba e Neuquén. Ali, a FIT conseguiu uns 500.00 votos, ante os 120.000 do Novo MAS.

Nas eleições definitivas de 27 de outubro de 2013, a FIT subiu para 1.150.000 milhão de votos. Esse aumento teve várias vertentes: 1) o Novo MAS, eliminado pelos mecanismos proscritivos da lei eleitoral, chamou o voto crítico na FIT. O aumento de votos da FIT em quatro distritos centrais que mencionamos é praticamente a soma de seus votos de agosto, mais os obtidos pelo Novo MAS; 2) Contrariamente, em duas províncias – Mendoza e Salta – houve maior retorno à FIT de ex-eleitores kirchneristas, o que fez a diferença.

Assim, a FIT obteve três deputados nacionais, um pela província de Buenos Aires e outros dois por Mendoza e Salta.

Essas cifras de votos da esquerda “vermelha” são muito importantes. É um triunfo político eleitoral indiscutível. Mas, ao mesmo tempo, há de se ter em conta simultaneamente que os demais 95% dos eleitores votaram em partidos patronais... E que nessa faixa impressionantemente majoritária o centro de gravidade se voltou ao sentido conservador.

Ter em conta todas as cifras e proporções é essencial para não se perder a cabeça, como já ocorreu a alguns dirigentes que falam de “rebelião nas urnas”, como veremos à frente.

Transformar a vitória eleitoral em construção orgânica

A pergunta do milhão é: como levar essa vitoria eleitoral ao terreno da luta de classes?

De outra maneira: a votação histórica com a qual se alçou a esquerda nas duas eleições deste ano, assim como os parlamentares que obteve, colocam o desafio de sustentar um curso independente, que não faça o jogo de nenhum setor, assim como o esforço de transformar a votação obtida em construção orgânica no terreno da classe trabalhadora e da juventude.

Ter isso em conta é essencial. Não é a primeira vez que a extrema-esquerda consegue votações de certa importância, desde a Frente Operária Camponesa Estudantil Popular (FOCEP) do Peru (com 15%) ou o trotskismo francês que algumas vezes chegou a 6%.

Mas a experiência final desses e outros grandes êxitos eleitorais foi que os votos vão e vêm, caso não haja correlação com um curso político independente e, sobretudo, um avanço qualitativo da construção orgânica no movimento operário e a juventude.

Com maior ou menor tamanho, os partidos trotskistas argentinos (os três da FIT e o Novo MAS) ainda são organizações importantes de vanguarda. Os votos conquistados ainda excedem de longe sua implantação orgânica, especialmente no terreno de combate decisivo: o movimento operário.

Ali as correntes trotskistas – não o PO, mas particularmente o PTS e o Novo MAS – conseguiram posições em estruturas de base (comissões internas e corpos de delegados). Mas ainda as burocracias sindicais, mesmo que venham dividindo três centrais peronistas (CGTs) e duas de fachada “progressista” (as CTAs), conservam um controle praticamente total dos sindicatos. Agora, as três centrais pretendem se reunificar. É evidente que um de seus pontos de unidade é “arrebentar os troskos”, o que não é uma metáfora.

Em síntese: estamos diante de imensas e difíceis tarefas, que os votos não resolvem por si mesmos.

A FIT, “cooperativa eleitoral” ou Frente para a Luta de Classes?

Tendo em conta essa perspectiva, os sinais de interrogação se acentuam pelo caráter do FIT, que tem agora uma enorme responsabilidade política por ter obtido três parlamentares.

Quem definiu o FIT de forma mais científica (e não sem certo cinismo) é seu componente menor, a Esquerda Socialista (IS): a FIT é uma “cooperativa eleitoral”.

A FIT se fundou com vista nas eleições de 2011. Uma das primeiras medidas de sua conformação foi a de excluir o Novo MAS, uma operação sectária que se aproveitou das normas proscritivas da nova lei eleitoral que antes comentamos.

Em seus dois anos de existência, a FIT não conseguiu tomar uma posição comum (nem ao menos desenvolver uma ação conjunta) em quase nenhuma luta ou acontecimento importante. E não se trata de nuances, mas de posições encontradas. A lista é muito grande e os temas politicamente significativos, como, por exemplo, os cacerolazos da oposição gorila, dos bairros de classe média alta, contra o governo K. Um setor da FIT apoiou fervorosamente essas “mobilizações” da direita conservadora, outro esteve corretamente contra e o terceiro oscilou entre ambos.

Mas o caso que motivou um escândalo em toda a vanguarda, especialmente no ativismo operário, como a União Ferroviária (UF), um dos sindicatos mais importantes do país.

A burocracia da UF, ao mesmo tempo em que atua como patrão dos operários ferroviários precarizados, assassinou em outubro de 2010 o jovem militante do Partido Obrero, Mariano Ferreyra. A morte de Mariano desatou um escândalo nacional e grandes mobilizações de protestos, nas quais confluiu toda a esquerda. O governo e o aparato judicial se viram obrigados a atuar contra o principal burocrata da UF – José Pedraza – e vários de seus cúmplices, que hoje estão presos e condenados. Isso foi algo inédito na larga história de crimes da burocracia sindical argentina.

Tempos depois, já constituída a FIT, houve eleições na União Ferroviária, onde a burocracia de Pedraza continua controlando o sindicato. Ante o assombro da vanguarda operária de todo o país, os três componentes da FIT dividiram o ativismo anti-burocrático. O PO, PTS e IS conformaram três chapas diferentes, que se dedicaram a guerrear mutuamente. Logicamente, a burocracia de Pedraza se impôs sem grandes problemas.

As novas responsabilidades que agora caem implacavelmente sobre a FIT mudaram seu caráter de “cooperativa eleitoral”? Ou a FIT “vai fechar o quiosque” até o próximo verão eleitoral, as presidenciais de 2015?

A necessidade de balanços sérios

Para finalizar, digamos que um curso político correto está sempre fundamentado em caracterizações e balanços sérios. Por esse motivo, provocou estupor o balanço das eleições e da situação política que apresenta o Partido Obrero, pela boca de seu principal dirigente, Jorge Altamira. E isso se agrava porque o PO é o patrão ou sócio principal da FIT (durante muitos anos, em relação ao Brasil, o PO e Altamira, estiveram associados ao Partido da Causa Operária – PCO – de Rui Costa Pimenta).

É um balanço simplesmente desvairado, que não leva em conta as dimensões reais de um triunfo (somente) eleitoral, que é indiscutível, mas que tem as proporções aqui analisadas.

Altamira – com cerca de 5% dos votos para a FIT e 95% para os partidos patronais – proclama desde o “desmoronamento do peronismo” até que as eleições configuram uma rebelião popular. Como se votar não fosse exatamente o oposto de uma rebelião!

O fundamental de seu balanço é que se confirmariam suas teorias do “catastrofismo” e da “queda do capitalismo” (textual!), que já está em curso e sendo precipitada na Argentina, a partir dos resultados eleitorais.

Sob os golpes fatais de cerca de 5% dos votos para a esquerda revolucionária (que além de tudo não está só no PO), o capitalismo em geral, e seus partidos políticos (em primeiro lugar, o peronismo), começaram a cair. Simples assim!

O peronismo governante está em queda e a oposição burguesa é só um desprezível “conglomerado de tribos”. Todos os partidos patronais se pulverizaram (textual!), o que também “representa o esgotamento” do regime democrático-burguês iniciado em 1983, após a liquidação da ditadura militar.

Não vamos mais cansar o eleitor com essa antologia do disparate. Convidamos à leitura de seu texto completo em http://www.socialismo-o-barbarie.org/argentinazo/131030_elecciones-dos-formas-opuestas-de-hacer-un-balance.htm

Comentamos também por que se trata do pensamento político do “patrão” da FIT. Para o bem de toda a esquerda revolucionária e do ativismo operário e juvenil da Argentina, esperamos que o indiscutível triunfo eleitoral (que não é só do PO, mas também do resto da FIT e do Novo MAS) não se dissipe neste deliruim tremens.

Abriu-se uma grande oportunidade para toda a esquerda revolucionária. Mas, ao mesmo tempo, é uma responsabilidade imensa para todas as suas direções – em primeiro lugar, da FIT, por ter conseguido representação parlamentar – avançar em uma construção orgânica no movimento operário e na juventude, e simultaneamente enfrentar as inevitáveis pressões do parlamentarismo. Para isso, os festejos eleitorais não ajudam.

* Roberto Ramirez é editor de Socialismo o Barbarie, revista internacional da web.


II

Elecciones en Argentina en un horizonte de
crisis económico-social y política

Buenos resultados para la izquierda “roja”… pero
también enormes responsabilidades

Por Roberto Ramírez (*),
Desde Buenos Aires para Correio da Cidadania, 06/11/2013

El domingo 27 de octubre se realizó el “segundo acto” de las elecciones legislativas, que marcan la mitad del período presidencial de Cristina Fernández de Kirchner.

En ellas, como ya había sucedido en el “primer acto” de este año electoral –las elecciones “primarias” del 11 de agosto pasado– hubo un importante crecimiento de los votos de la izquierda “roja”. Es decir, para las listas de organizaciones trotskistas, en primer lugar al Frente de Izquierda y los Trabajadores (FIT: compuesto por el Partido Obrero [PO], el Partido de los Trabajadores Socialistas [PTS] e Izquierda Socialista [IS]), pero también el Nuevo MAS (Movimiento al Socialismo).

Paralelamente, en ambas votaciones –las del 11/08 y del 27/10–, se asistió a un fuerte retroceso de otras expresiones de izquierda. Nos referimos a los sectores de izquierda “rosada”, que antes solían estar en el primer plano electoral de esa franja. De entre ellos, vale mencionar tres: 1) El MST (Movimiento Socialista de los Trabajadores), afín internacionalmente a algunas corrientes del PSoL y que considera a Syriza como el modelo actual de agrupamiento político; 2) AyL (Autodeterminación y Libertad) encabezada por el ex diputado Luis Zamora, que sostiene un autonomismo posmoderno anti-partido; 3) Marea Popular, coalición que exhibe un chavismo “moderado”, encabezada por el diputado nacional Claudio Lozano junto con dirigentes estudiantiles y sociales provenientes del Frente Popular Darío Santillán.

Es necesario subrayar este aspecto, porque es menos conocido internacionalmente. El ascenso electoral de la izquierda revolucionaria fue simultáneo al bajón de la izquierda “rosada” en sus diversas variantes. Así quedó desmentido el supuesto “axioma” de que la izquierda, en estas épocas, sólo puede lograr éxitos electorales si renuncia a programas revolucionarios y adopta un reformismo rosa pálido, que no asuste a los votantes.

Explicación previa imprescindible: el fraudulento sistema electoral de la Argentina K.

Antes de entrar al balance global de las elecciones, en el cual se ubica la votación de la izquierda “roja”, es imprescindible explicar al lector brasileño el insólito y tramposo sistema electoral impuesto por el kirchnerismo. Es, en parte, una mala copia del sistema de EEUU.

Se hacen dos elecciones. Primero, se realizan las PASO (Primarias Abiertas Simultáneas Obligatorias), que se efectuaron el 11 de agosto. Estas “primarias” son un filtro que elimina a listas y candidatos. Luego, con los que quedaron, se realizan las elecciones definitivas, las del 27 de octubre. Aunque en los partidos y coaliciones que se presenten no haya listas competidoras sino una lista única, es igualmente obligatorio pasar por el filtro de las “primarias”.

Junto con mayores exigencias de miles y miles de afiliados para que los partidos tengan legalidad electoral, el kirchnerismo estableció este sistema con dos propósitos.

Uno, para tratar de recuperar el perdido y tradicional bipartidismo. Al calor de las crisis sociales y políticas, especialmente la del “argentinazo” (el estallido social del 2001), se fue produciendo una peligrosa fragmentación política de los partidos patronales, principalmente de los dos mayores y tradicionales, el peronismo y el radicalismo. Se suponía que haciendo elecciones “primarias”, estilo EEUU, para designar candidatos, sus fracciones y corrientes se reunificarían dentro de ese mecanismo. Esto fracasó.

El otro objetivo fue la proscripción de la izquierda, imponiendo grandes exigencias de legalidad electoral y luego el filtro de las PASO.

El balance global de las elecciones

Aunque en ambas votaciones la izquierda “roja” logró cifras importantes, que analizaremos en detalle más adelante, la tendencia principal no fue en ese sentido.

El Frente para la Victoria (FpV), la gran coalición oficialista de la presidenta Cristina Fernández, perdió 4 millones de votos en relación a las anteriores elecciones del 2011. Fue una clásica elección de “voto castigo”.

Una fracción minoritaria de esos votos fueron a la izquierda “roja” –el FIT y el Nuevo MAS–, lo que explica su gran crecimiento en relación a 2011, que luego veremos en cifras. Pero, al mismo tiempo, un análisis serio no puede ignorar que la mayor parte de los sufragios perdidos por el kirchnerismo marcharon en sentido opuesto: hacia un voto conservador con distintos matices y candidaturas, todas situadas a la derecha del actual gobierno.

A grandes rasgos, la oposición patronal logró imponer su “relato” conservador: la necesidad de un gobierno más “normal”, que sea “amigable con los mercados”, que la inflación y la “seguridad” deben estar al tope de la agenda, etc., etc. Pero simultáneamente este voto, de conjunto, indiscutiblemente conservador, tiene sus matices.

El principal beneficiado fue Sergio Massa, prefeito de un distrito del Gran Buenos Aires, que ocupó altos cargos en los gobiernos kirchneristas, entre ellos jefe del Gabinete de Ministros.

Para estas elecciones, Massa organizó la coalición opositora Frente Renovador (FR). Muchos de sus votantes, disgustados por la situación económico-social y la gestión de Cristina, lo ven como un representante de los “años dorados” del kirchnerismo. Massa, un camaleón político que ha pasado por todos los gobiernos desde mediados de los ´90, se ha cuidado muy bien de despejar esos equívocos. Pero el signo conservador neoliberal de su candidatura –patrocinada por el monopolio de medios Clarín, una especie de Rede Globo argentina– no deja dudas.

Otro beneficiario, aunque menor, de la migración conservadora del “voto castigo” a Cristina K., ha sido Mauricio Macri, jefe de Gobierno de la Ciudad de Autónoma de Buenos Aires, que encabeza el Pro. A diferencia de Massa, Macri no disimula. Es una especie de Geraldo Alckmin porteño: su neoliberalismo rabioso se combina con su afán de reprimir con extrema violencia cualquier protesta.

Por último, como una versión más de “centro-izquierda” o “moderada” del voto conservador, se ubica la coalición UNEN, alianza de los restos dispersos del radicalismo con el centenario Partido Socialista de tradición liberal-gorila, más otros grupos menores.

Un gran problema de la burguesía es que todavía no tiene una fuerza indiscutiblemente hegemónica para hacer el recambio del kirchnerismo en las presidenciales del 2015. Todos, comenzando por el exitoso Massa, son coaliciones y partidos de alcances más bien regionales: Massa y su Frente Renovador, en la Provincia de Buenos Aires; Macri y el Pro en Ciudad de Buenos Aires; UNEN, en la Provincia de Santa Fe, gobernada por el PS.

Así, el gobernante FpV de Cristina Kirchner, aunque muy debilitado, sigue siendo la principal fuerza política a escala nacional, y con mayoría (precaria) en ambas cámaras del Congreso Nacional. Es una primera minoría muy deteriorada, pero su fuerza debilidad es la debilidad aun mayor de sus adversarios en su construcción nacional.

Perspectivas de transición traumática

Los dos años que restan del mandato presidencial de Cristina K. amenazan ser traumáticos. La economía nacional viene sufriendo un paulatino deterioro, pérdida de las reservas e inflación creciente. En su acostumbrado lenguaje críptico, los economistas y políticos patronales de todos los campos, hablan de la necesidad de un “sinceramiento” de la economía. O sea, un brutal “ajuste” que haga pagar la crisis a los trabajadores y los sectores populares.

¿Pero quién le pone el cascabel al gato? Este tema crucial no estuvo abiertamente presente en la campaña electoral. La gran mayoría no espera que esto pueda venir. Más bien, el grueso de los votantes obreros y populares –tanto los que se inclinaron por Massa como por el kirchnerismo– tiene la expectativa de mantener “mejorada” la situación actual.

Cualquier elenco que pretenda aplicar el ajuste que parece necesario, deberá pagar un alto costo político, amén de desatar elementos de inestabilidad social y rechazo. Por esa razón, la patronal exige a Cristina que sea ella la que se encargue de aplicarlo ya, haciendo el “trabajo sucio” que deje expedito el camino al próximo gobierno que venga en 2015.

Este es otro elemento de crisis en las alturas. ¿El kirchnerismo va a hacerse tranquilamente un harakiri político en beneficio del gobierno que lo sucederá? No está claro que esté dispuesto a llevar adelante las medidas de ajuste con el rigor necesario.

Así, un panorama de incertidumbres se anuda alrededor de las contradicciones que rodean la derrota y el fin de ciclo K. El pasaje hacia un nuevo gobierno no será sin crisis y conflictos.

La Argentina ha vivido en los últimos 30 años dos transiciones y ahora se encamina hacia una tercera. Quizá los traumas no serán tan graves como los explosivos finales de las presidencias de Alfonsín (1989) y De la Rúa (2001), en medio de circunstancias de hiperinflación, hiper recesión y conflictividad social aguda. Esto aún no sucede.

Sin embargo, nada permite asegurar con certeza que no será así finalmente. Cada período político de transición tuvo sus bombas de tiempo. En el medio, no se puede descartar que otra vez emerja una gran crisis. Y menos que menos en la Argentina, país cuya clase obrera está caracterizada por grandes tradiciones de lucha.

El voto de la izquierda “roja”

Es dentro de ese panorama global, con todas sus contradicciones, que una franja minoritaria del voto kirchnerista derivó en sentido opuesto. Fue hacia la izquierda trotskista, principalmente al FIT pero también un porcentaje al Nuevo MAS. Veamos algunas cifras.

En las PASO de agosto de 2011 el FIT logró 520.000 votos y el Nuevo MAS (presentándose sólo en provincia de Buenos Aires) logró 16.000.

Ahora, en las PASO de agosto de 2013, el FIT obtuvo 900.000 votos y el Nuevo MAS (presentándose ahora en cuatro distritos), 120.000 votos. Asimismo, la relación entre los votos del FIT y el Nuevo MAS se reduce bastante si se miden las cifras en los distritos en que ambos se presentaron, que son los más importantes políticamente y a nivel del movimiento obrero: la Ciudad de Buenos Aires, la provincia de Buenos Aires, Córdoba y Neuquén. Allí el FIT logró unos 500.000 votos frente a los 120.000 del Nuevo MAS.

En las elecciones definitivas del 27 de octubre de 2013, el FIT subió a 1.150.000. Esto aumento tuvo varias vertientes: 1) el Nuevo MAS, eliminado por los mecanismos proscriptivos de la ley electoral, llamó a votar críticamente por el FIT. El aumento de votos del FIT en los cuatro distritos centrales que mencionamos es prácticamente la suma de sus votos de agosto más los obtenidos por el Nuevo MAS. 2) Por el contrario, en dos provincias periféricas –Mendoza y Salta–, hubo un mayor vuelvo al FIT de los ex votantes kirchneristas, lo que hizo la diferencia.

Así el FIT obtuvo tres diputados nacionales, uno por la provincia de Buenos Aires y otros dos por Mendoza y Salta.

Estas cifras de votos de la izquierda “roja” son muy importantes. Es un triunfo político electoral indiscutible. Pero, al mismo tiempo, hay que tener en cuenta simultáneamente que el otro 95% de los electores votó por partidos patronales… y que en esa franja abrumadoramente mayoritaria, el centro de gravedad se ha corrido en sentido conservador.

Tener cuenta todas las cifras y proporciones es esencial para no perder la cabeza, como ya le ha sucedido a algunos dirigentes que hablan de “rebelión en la urnas”, como veremos más adelante.

Transformar el triunfo electoral en construcción orgánica

La pregunta del millón es ¿cómo llevar este triunfo electoral al terreno de la lucha de clases?

Dicho de otra manera: la votación histórica con la que se ha alzado la izquierda en las dos elecciones de este año, así como los parlamentarios que ha obtenido, plantean el desafío de sostener un curso independiente que no le haga el juego a ningún sector patronal, así como el esfuerzo por transformar la votación obtenida en construcción orgánica en el terreno de la clase obrera y la juventud.

Tener esto en cuenta es esencial. No es la primera vez que la extrema izquierda logra votaciones de cierta importancia, desde el Frente Obrero Campesino Estudiantil Popular (FOCEP) de Perú (con el 15%) o el trotskismo francés que a veces llegó al 6%.

Pero la experiencia final de esos y otros grandes éxitos electorales ha sido que los votos vienen y se van… si no hay correlato con un curso político independiente y, por sobre todo, un avance cualitativo de la construcción orgánica en el movimiento obrero y la juventud.

Con mayor o menor tamaño, los partidos trotskistas argentinos (los tres del FIT y el Nuevo MAS) aún somos organizaciones importantes de vanguardia. Los votos logrados, aún exceden de lejos nuestra implantación orgánica, especialmente en el terreno de combate decisivo: el movimiento obrero.

Allí las corrientes trotskistas –no el PO sino principalmente el PTS y el Nuevo MAS– han logrado conquistar posiciones en estructuras de base (comisiones internas y cuerpos de delegados). Pero todavía las burocracias sindicales, aunque se han venido dividiendo en tres centrales peronistas (CGTs) y dos de fachada “progresista” (las CTAs), conservan un control prácticamente total de los sindicatos. Ahora, la tres CGTs se reunificarían… Y es evidente que uno de sus puntos de unidad será el de “reventar a los troskos”… lo que no es una metáfora.

En síntesis: estamos ante inmensas y difíciles tareas, que los votos no resuelven por sí mismos.

¿El FIT, “cooperativa electoral” o frente para la lucha de clases?

Teniendo en cuenta esta perspectiva, los signos de interrogación se acentúan por el carácter del FIT, que tiene ahora una enorme responsabilidad política por haber obtenido tres parlamentarios.

Quien ha definido al FIT en forma más científica (y no sin cierto cinismo) es su componente menor, Izquierda Socialista (IS): el FIT es una “cooperativa electoral”.

El FIT se fundó en vistas a las anteriores elecciones del 2011. Una de las primeras medidas de su conformación fue la de excluir al Nuevo MAS, una operativo sectario que aprovechó las normas proscriptivas de la nueva ley electoral que antes comentamos.

En sus dos años de existencia, el FIT no logró tomar una posición común (ni menos desarrollar una acción mancomunada) en casi ninguna lucha o acontecimiento importante. Y no se trata de matices sino de posiciones encontradas. La lista es muy larga y los temas políticamente significativos, como por ejemplo, los “cacerolazos” de la oposición gorila, de los barrios de alta clase media, contra el gobierno K. Un sector del FIT apoyó fervorosamente estas “movilizaciones” de la derecha conservadora, otro estuvo correctamente en contra y un tercero osciló entre ambos.

Pero el caso que motivó un escándalo en toda la vanguardia, especialmente en el activismo obrero, fue el de la Unión Ferroviaria (UF), uno de los sindicatos más importantes del país.

La burocracia de la UF, que al mismo tiempo actúa como patrón de los obreros ferroviarios precarizados, asesinó en octubre del 2010 al joven militante del Partido Obrero, Mariano Ferreyra. La muerte de Mariano desató un escándalo nacional y grandes movilizaciones de protesta, en las que confluyó toda la izquierda. El gobierno y el aparato judicial se vieron obligados a actuar contra el principal burócrata de la UF –José Pedraza– y varios de sus cómplices, que hoy están presos y condenados. Esto fue algo inédito en la larga historia de crímenes de la burocracia sindical argentina.

Tiempo después, ya constituido el FIT, hubo elecciones en la Unión Ferroviaria, donde la burocracia de Pedraza sigue manejando el sindicato. Ante el asombro de la vanguardia obrera de todo el país, los tres componentes del FIT dividieron al activismo antiburocrático. El PO, el PTS e IS conformaron tres listas distintas, que se dedicaron a hacerse la guerra mutuamente. Por supuesto, la burocracia de Pedraza se impuso sin mayores problemas.

Las nuevas responsabilidades que ahora caen abrumadoramente sobre el FIT, ¿cambiaran su carácter de “cooperativa electoral”? ¿O el FIT “cerrará el kiosko” hasta el próximo verano electoral, las presidenciales del 2015?

La necesidad de balances serios

Para finalizar, digamos que un curso político correcto está siempre fundamentado en caracterizaciones y balances serios. Por ese motivo provocó estupor el balance de las elecciones y de la situación política que presenta el Partido Obrero, por boca de su principal dirigente, Jorge Altamira. Y esto se agrava porque el PO es el patrón o socio principal del FIT.

Es un balance simplemente disparatado, que no tiene en cuenta las dimensiones reales de un triunfo (sólo) electoral que es indiscutible, pero que tiene las proporciones que hemos analizado.

Altamira –con alrededor del 5% de los votos para FIT y el 95% para los partidos patronales– proclama desde el “desmoronamiento del peronismo” hasta que las elecciones configuran una “rebelión popular”. ¡Como si votar no fuese exactamente lo opuesto de hacer una rebelión!

Lo fundamental de su balance, es que se confirmarían sus teorías del “catastrofismo” y del “derrumbe del capitalismo” (textual!), que ya está en curso y que los resultados de estas elecciones precipitarían en Argentina.

Bajo los golpes mortales de un 5% de los votos para la izquierda revolucionaria (que además no son sólo del PO), el capitalismo en general y sus partidos políticos (en primer lugar el peronismo) han comenzado a derrumbarse. ¡Es así de simple!

El peronismo gobernante está “en derrumbe” y la oposición burguesa es sólo un despreciable “conglomerado de tribus”. Todos los partidos patronales se han “pulverizado” (textual!) lo que también “representa el agotamiento” del régimen democrático-burgués iniciado en 1983, tras la liquidación de la dictadura militar.

No vamos cansar al lector con esta antología del disparate. Lo invitamos a leer su texto completo en: http://www.socialismo-o-barbarie.org/argentinazo/131030_elecciones-dos-formas-opuestas-de-hacer-un-balance.htm

La comentamos porque se trata del pensamiento político del “patrón” del FIT. Para bien de toda la izquierda revolucionaria y del activismo obrero y juvenil de Argentina, esperamos que el indiscutible triunfo electoral (que no es sólo del PO, sino también del resto del FIT y del Nuevo MAS) no se disipe en este delirium tremens.

Se ha abierto una gran oportunidad para toda la izquierda revolucionaria. Pero al mismo tiempo es una responsabilidad inmensa para todas sus direcciones –en primer lugar, las del FIT por haber logrado representación parlamentaria– la de avanzar en una construcción orgánica en el movimiento obrero y la juventud, y al mismo tiempo, enfrentar las inevitables presiones del parlamentarismo. Pero, para eso, las borracheras electorales no ayudan.

* Roberto Ramírez es editor de Socialismo o Barbarie, revista internacional en la web.


III

El balance electoral del PO

El método del inflador

Por José Luis Rojo
Socialismo o Barbarie, semanario, 07/11/2013

“En el lapso de apenas dos años, el Frente de Izquierda pasó de medio millón de votos a casi un millón y medio, un crecimiento del 200 por ciento. Acabamos de conquistar el ingreso de un bloque de cuatro diputados nacionales, y la instalación en numerosas legislaturas y concejos deliberantes”
(“El ascenso de la izquierda”, Jorge Altamira, 29/10/2013).

Así comienza el balance de la elección del FIT presentado por Altamira. No discutiremos aquí lo que ya hemos señalado: el hecho que la elección de la izquierda ha sido histórica para sus patrones, como la gran importancia de haber logrado parlamentarios.

Discutiremos, sí, un criterio y un método: la manera en que se deben abordar triunfos parlamentarios, así como las oportunidades y presiones que se derivan de él. 

Que el método del texto de Altamira es ell del inflador se puede observar desde los primeros renglones: el millón y medio de votos en realidad son 1.150.000; los cuatro diputados, por ahora, son sólo tres.

Cada renglón del balance requeriría de polémica. Al extrapolar tendencias sin ningún contrapeso, se termina en una típica pieza del “fatalismo optimista” que criticara tanto Trotsky como rasgo de los oportunistas, y que apelaba a que la realidad resolviera “automáticamente” los problemas que debemos encarar los revolucionarios.

Por su unilateralidad, por la falta completa de proporciones en casi todo lo que se dice, por la carencia de cualquier tipo de equilibrio, el texto es casi un decálogo de cómo no se debería hacer un balance electoral.

El gobierno se “desmorona”, la oposición “fuga hacia la nada”

En el texto hay tres definiciones de base que llaman fuertemente la atención. La primera es que hay “un cuadro de desmoronamiento del peronismo en cuanto movimiento popular”: una unilateralidad que no resiste el análisis. Es verdad que el kirchnerismo perdió cuatro millones de votos y que pasó del 54% de dos años atrás al actual 33%; esto marca irreversiblemente un fin de ciclo y la apertura de una transición política que estará marcada por enormes incertidumbres y crisis.

También es cierto que de esos cuatro millones de votos, grosso modo, entre medio millón y algo más vino hacia la izquierda, un dato sumamente auspicioso. Tanto el FIT como nuestro partido habíamos detectado en las PASO un importante voto kirchnerista que emigraba hacia la izquierda; ahora el Frente de Izquierda capitaliza este fenómeno en diputados.

Lo que Altamira no dice es que en la provincia de Buenos Aires el 75% de los votos perdidos por los K fueron a parar a Massa, que se alzó con casi 4 millones de votos, en su mayoría entre los trabajadores. Así, el peronismo se está “desmoronando” cuando la suma de los votos K y el massismo alcanza casi 12 millones de votantes…

Un verdadero “desmoronamiento” requerirá de una situación de la lucha de clases mucho más radicalizada que la actual, que podría estar en el horizonte dados determinados supuestos. Pero como dato del presente el análisis de Altamira es de una falta de proporciones absoluta. Lo que sí hay es crisis del kirchnerismo y división del peronismo en dos o tres fracciones (kirchneristas “puros”, sciolistas y masistas).

Otras dos definiciones llaman la atención. La primera: Altamira señala que “el bonapartismo del Ejecutivo tiende a cero”. Claro, tuvo la mala suerte de publicar su balance cuando la Corte Suprema todavía no había emitido su fallo sobre la Ley de Medios.

El resultado electoral ya mostraba ciertos contrapesos: aun en su derrota, el Ejecutivo se había alzado con una exigua mayoría en ambas cámaras y quedaba como primera minoría nacional. Es decir: el mismo lunes 28 se podía ver que mantenía ciertos atributos de gobernabilidad. Por eso, hablar de una capacidad de arbitraje “tendiendo a cero” era un desequilibrio completo, algo que reforzó después el fallo de la Corte.

Otra exageración: para Altamira, Massa, Macri, Binner o Cobos, los “presidenciables” opositores alternativos a los K, son “una fuga hacia la nada (…) el agotamiento de toda la etapa democratizante iniciada en el 83”.

Parece haber un empecinamiento en negar los hechos más simples: Massa cosechó sus votos entre lo más granado de los trabajadores y las clases medias del Gran Buenos Aires; el principal centro estratégico económico, político y social del país.

Es verdad que el de Massa, como el de los demás “presidenciables”, no es aún un armado verdaderamente nacional, y que esa proyección a todo el país va a estar plagada de problemas. Acá talla la crisis no resuelta del sistema de partidos heredada de 2001, uno de los factores más importantes de crisis, inestabilidad y dinamismo del período que viene.

Pero de ahí a suponer, como Altamira, que en la última década no hubo una cierta recuperación de la democracia patronal luego de la crisis de 2001, sino que se vive el “agotamiento” del régimen nacido en 1983, hay demasiada distancia. Altamira parece anunciar una crisis de poder que sólo existe en su imaginación Por ahora, no están las condiciones para que se plantee el problema del poder para los trabajadores.

En una crisis de gobernabilidad puede salir eyectado el presidente, sin llegar a cuestionarse realmente el poder de la clase capitalista. Esto requiere elementos como organismos de poder alternativos de la clase trabajadora, quebrantar el aparato represivo del Estado, armamento popular, etc.

Una curiosa “rebelión popular”

Otras definiciones hacen a la naturaleza de la votación de la izquierda. Llama la atención el planteo de que “se ha manifestado una rebelión popular que ha tenido como escenario la conciencia del proletariado más activo y de numerosos estratos medios”.

Es cierto que en agosto, y nuevamente en octubre, la flor y nata del activismo obrero e, incluso, sectores más allá del activismo de la clase trabajadora han votado por la izquierda. También es un hecho que amplias porciones de las clases medias “progresistas” han girado del kirchnerismo hacia la izquierda, como se puede observar en varios centros urbanos o en una votación como la de Mendoza.

Ahora bien, más allá de que el grueso de los trabajadores votó a Massa en el núcleo central de la clase obrera, nos queremos detener en la “categoría” de “rebelión popular en las urnas”. Si lo que se quiere referir es que algo revolucionario está ocurriendo en la conciencia de un sector minoritario pero sin embargo muy importante de los trabajadores, estamos completamente de acuerdo. Es un movimiento dinámico cuyo contenido no es aún “obrero y socialista”, sino más bien de una simpatía difusa hacia la izquierda en el terreno electoral, que puede estar expresando procesos más subterráneos a desarrollarse en el próximo período. Sobre todo, si los equilibrios construidos en los últimos años se rompen y hay un importante ascenso de la lucha de clases.

Ahora bien, de ahí a hablar de “rebelión popular en las urnas” hay un gran trecho. Es verdad que votaciones como las obtenidas por el PO en la provincia de Salta son extraordinarias y de características históricas, como sería histórico que la izquierda en esa provincia derrote al peronismo o, incluso, pudiera aspirar a dirigir municipios, lo que plantearía inmensos desafíos… y presiones.

Por otro lado, con lo de “rebelión popular” en el terreno puramente electoral, se tira por la borda que el marxismo siempre ha concebido las elecciones como un terreno distorsionado de la lucha de clases, con lentes de aumento o disminución de las tendencias reales, que para hacerse valer deben trasladarse al terreno estructural, la lucha de clases.

Una votación como la de Salta puede anticipar un escenario de luchas incrementadas sustancialmente, y la votación de la izquierda puede estar mostrando, en sectores de amplia vanguardia, una importante disposición de lucha. Pero esto hay que confirmarlo en los hechos y no andar anunciando “rebeliones populares” en un terreno donde no pueden existir: las rebeliones, por definición, son manifestaciones de la acción directa de los explotados y oprimidos, no un fenómeno electoral.

Prepararse para enfrentar fuertes presiones

Altamira plantea algo que el FIT no hizo en toda la campaña electoral: que los parlamentarios del FIT “deberán servir al desarrollo de la conciencia política de la clase obrera” y a la “educación revolucionaria de nuestros parlamentarios (…) como tribunos y cuadros realmente socialistas”.

En sí mismo el planteo es correcto. Efectivamente, el principal rol de los parlamentarios de la izquierda es ser el vehículo de amplias denuncias acerca de la cueva de bandidos que es el parlamento burgués, educando de esta manera a las amplias masas trabajadoras. También es un desafío para los diputados de la izquierda formarse como tribunos populares de estas denuncias y peleas en sentido socialista.

Pero en el texto de Altamira brilla por su ausencia el planteo elemental de que esta acción de los parlamentarios de izquierda debe servir como un punto de apoyo importantísimo pero siempre secundario a la acción extraparlamentaria de los partidos de la izquierda. Su acción principal es siempre la participación e impulso de la lucha de clases directa de los explotados y oprimidos y la construcción de nuestros partidos en dichas luchas, tarea al servicio de la cual se ponen los parlamentarios.

Esta ausencia plantea un grave peligro. Altamira, el campeón de la crítica a las corrientes “democratizantes”, no alerta ni una sola vez acerca de las presiones que vienen sobre los parlamentarios.

Salir a actuar dentro de las instituciones del régimen o aparecer todos los días en los grandes medios de comunicación, son conquistas muy importantes que plantean a los revolucionarios el desafío de salir de la marginalidad. Sin embargo, generan también inmensas presiones que es imposible contrapesar si los principales dirigentes de un partido revolucionario son todos diputados o “figuras”, y tampoco se alerta acerca de las renovadas presiones que se vienen.

Por ejemplo, al parecer Daniel Scioli (gobernador de la provincia de Buenos Aires) habría llamado a Pitrola para felicitarlo por su elección. Seguramente Pitrola lo atendió y le agradeció el llamado, lo que no está mal en sí mismo: ser revolucionario no significa tener un comportamiento infantil. Pero ilustra las brutales presiones de la táctica del “abrazo de oso” que va a ejercer ahora el régimen sobre los partidos del FIT: que “somos todos parte de la gran política”, que las cosas se pueden resolver “por arriba”, “dialogando”, etc.

Cuando somos organizaciones pequeñas en condiciones de marginalidad, las presiones son más bien sectarias; pero cuando se obtienen parlamentarios y aumenta la exposición pública y mediática, la cosa viene por el lado del oportunismo. El balance de Altamira no prepara para enfrentar estas presiones y tampoco para aprovechar revolucionariamente los resultados obtenidos.


IV 

El “catastrofismo” como herramienta estratégica

Por José Luis Rojo
Socialismo o Barbarie, semanario, 07/11/2013

“El catastrofismo sirvió para sustentar una pedagogía política, simplemente porque arma al pueblo para enfrentar mejor las consecuencias del derrumbe del capital” (“El ascenso de la izquierda”, Jorge Altamira, cit.)

El PO cree que el éxito electoral del FIT justifica sus elucubraciones teóricas. Entre ellas, pone en primer lugar la categoría de “catastrofismo”, colocada como una herramienta de análisis válida para evaluar la dinámica de los acontecimientos y armar a los trabajadores para enfrentar los desafíos que vienen.

Sostenemos lo contrario: se trata de un recurso analítico erróneo que siempre ha desarmado a los revolucionarios frente a las tareas planteadas cuando vienen grandes crisis como las que están en el horizonte.

El PO ha afirmado siempre que el catastrofismo es característico del socialismo revolucionario. La verdad es la contraria.

En su lucha contra el revisionismo dentro de la socialdemocracia alemana a comienzos del siglo XX, revolucionarios de la talla de Rosa Luxemburgo opusieron el análisis de una agudización histórica de las contradicciones del capitalismo contra una visión edulcorada de que las contradicciones del sistema tendían a atenuarse. La falsedad de este punto de vista se demostró en pocos años con el estallido de la Primera Guerra Mundial, que llevaría en sus entrañas la Revolución Rusa.

Sin embargo, de esto no se desprende que para el marxismo las puras contradicciones económico-sociales llevarían automáticamente a la revolución social. Si así fuera, los revolucionarios podríamos irnos tranquilamente a la playa y esperar la llegada del “gran día”.

Por su propia dinámica, el capitalismo tiende a generar crisis recurrentes, unas más profundas que otras, que crean las condiciones o prerrequisitos materiales para el desarrollo de una lucha de clases incrementada. Sin embargo, la que decide el curso final de las cosas es la propia lucha de clases: esto es, la acción de las clases sociales, sus partidos y organismos en la liza de la historia.

Las situaciones revolucionarias no son el resultado solamente de factores objetivos como crisis económicas, políticas o guerras, sino también de la maduración de factores subjetivos: la radicalización de la clase obrera y la formación de sus partidos y organismos de poder.

Sin esa maduración, la economía finalmente encontrará su curso para restablecerse, y aunque cada recuperación prepara, en términos generales, crisis cada vez mayores, ya Lenin advertía que ninguna crisis tenía una salida “sólo económica”: debe tallar la lucha de clases para que se salde en favor de los trabajadores. Se puede ir hacia el socialismo o hacia la barbarie, como decía Rosa Luxemburgo parafraseando a Engels y al propio Manifiesto Comunista.

Así, el “catastrofismo” no sólo es equivocado desde el punto de vista de la teoría económica del marxismo, sino un desastre estratégico, como señalara Trotsky.

Arma falsamente a su partido el dirigente que en el análisis de las tendencias de la realidad, no insiste en que no puede haber solución “catastrófica” objetiva a los problemas, sin una radicalización política de la clase obrera, la acumulación de una experiencia de lucha revolucionaria y la construcción de un gran partido socialista revolucionario con influencia de masas que pueda dirigir amplios sectores, y además armado con una política revolucionaria correcta.

La sustitución de esta compleja lucha estratégica solamente puede preparar grandes desastres, como ha ocurrido tantas veces en el pasado. El complejo salto a la construcción de organizaciones con influencia de masas requiere de un abordaje crítico de las experiencias anteriores, y no podrá ser resuelto con un catastrofismo que reedite el "objetivismo" de la mayoría de las corrientes del trotskismo en la posguerra, que finalmente las llevó al desastre.

Es lo que ocurrió, por ejemplo, con el viejo MAS, una experiencia de la cual el PO parece no sacar la menor lección