Primeiro
de Maio em São Paulo
Muitos
atos, apenas um classista consequente
Marcio
Barbio
Práxis,
02/05/09
Com
cerca de duas mil pessoas se realizou o Ato de Primeiro de
Maio realizada pela Conlutas, Intersidical, CPT MST, MTST[i]
e partidos de esquerda que se mantiveram independentes do
governo Lula.
O
consigna central do ato foi o combate às demissões e
ataques que a burguesia tem tentado impor ao conjunto da
classe trabalhadora, houve também um “acordo” sobre a
necessidade de construir a unidade entre os setores que
seguem independente
do governo e dos patrões, também teve lugar no ato uma
homenagem aos que tombaram na luta contra a ditadura, vale
lembrar que esse ano se comemora 45 anos do golpe militar.
Surpresa
foi à aparição no palanque de Eduardo Suplicy, Senador
pelo PT, que alem de participar do ato classista também
esteve nos atos da CUT e Força Sindical,
coerente com sua posição reformista defendeu a
divulgação dos salários dos executivos de grandes
empresas e “melhores condições de negociação entre o
capital e os trabalhadores”.
Por
sua vez o PSTU segue com a cantilena, de que é necessário
combater os desemprego causado pela crise econômica,
preocupação essa que obviamente compartilhamos, o problema
é que na boca da direção Do PSTU, a luta contra a
verdadeira catástrofe que esta sendo submetida à classe
trabalhadora mundial são palavras vazias, saudações à
bandeira para dias de festa. Isso ficou muito claro na luta
contra os 4270 demitidos da Embraer, fabrica que pertence à
base do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos
Campos, dirigido a mais de uma década pelo PSTU.
Hoje
toda a política do PSTIU, esta calçada em uma campanha
pela re- estatização da Embraer. O problema é que o PSTU
se esquece de dizer que sem mobilização independente dos
trabalhadores da Embraer em primeiro lugar será impossível
qualquer estatização. O problema não para por ai.
Mesmo a luta, correta, pela re-estatização, vem
sendo implementada com dois problemas centrais. O primeiro
como dissemos acima, não se baseia na luta independente dos
trabalhadores e sim em um comitê composto pelo sindicato de
São José dos Campos e a burocracia sindical de outras
centrais sindicais. O segundo é com qual política se daria
essa estatização, o cartaz da campanha não deixa dúvida,
a consigna defendida pelo PSTU “a
EMBRAER É NOSSA” é uma capitulação total, mais uma
vez para agradar seus atuais aliados das centrais burocráticas
nem uma palavra sobre o controle operário, uma estatização
simples e pura não é uma palavra de ordem da classe
operaria.
Assim
o ato do 1 de maio, apesar da importância que teve, careceu
de um elemento que segue presente em todo o período, a ausência
da classe operaria industrial, presente com suas consignas e
experiências. O PSTU segue assim aprofundando seu
substitucionismo social. Apesar da importante presença
popular, médios e da juventude a ausência da classe
operaria é um problema central de toda a etapa que estamos
vivendo e que não vemos por parte da direção da Conlutas
nenhuma política de se resolver.
A
burocracia e seus atos de festa
Já
tem virado tradição que as centrais sindicais burocráticas
realizem grandes festas de 1 de maio. Esse ano não foi
diferente. A CUT transformou seu ato em um palanque do
governo, sorteando carros zero kilometro “doados” pelas
montadoras. O PcdoB com sua CTB se juntou a NCST e UGT e
organizaram outra festa com shows de musicas. Por sua vez a
Força Sindical se orgulha d ter organizado o maior primeiro
de maio do mundo com mais de 1 milhão de pessoas, se
esquece de dizer que esses 1milhão se moveram devido a
sorteios de apartamentos, carros e outros ‘regalos’.
O
PCO –uma vergonha a parte
Esse
partido é um capitulo a parte, já fazem anos que vem em um
processo de total, completo e irrestrito débâcle político
e moral, um caso quase único na história do trotskismo
internacional, quase uma opera bufa, uma vergonha total !!!
Esse
pequeno aparato que vive graças ao repasse de dinheiro do
aparato burguês, via fundo partidário[ii],
leal defensor da CUT e da UNE, para manter seu verniz de
esquerda realizou um ato de 1 de maio seu, isso somente de
seus poucos e corrompidos militantes. Ninguém tomou
conhecimento de tal ato, como já era de se esperar foi um
fracasso só, nem mesmo seu site na Internet trás fotos do
dito ato, muito provavelmente o fotografo e a platéia eram
as mesmas pessoas.
[i]
Conlutas é um a frente sindical, estudantil e popular
dirigida pelo PSTU.
Intersidical é uma frente sindical que no seu
inicio era composta por setores da direita do PSOL, PCB
e dirigentes sindicais centristas, hoje se encontra em
crise e divida em dois setores
PSOL por um lado e PCB
e centristas por outro. CPT comissão Pastoral da
Terra organiza os setores progressistas da Igreja Católica
que atuam na questão da Terra. MST Movimento Sem Terra
é a principal organização de luta pela terra, a bem
da verdade jogou pouco peso no ato, possui uma posição
semi-indepenedente em relação ao governo Lula. MTST
Movimento Trabalhadores Sem Teto, organiza a luta pelo
direito a habitação, apesar de ter muito menos peso
social que o MST tem tido uma posição mais a esquerda
que esse.
[ii]
Fundo Partidário é um repasse que o Estado repasse ao
conjunto dos partido que possuem registro legal. O PCO
conseguiu seu registro legal antes da mudança da
legislação o que lhe possibilita uma soma respeitável
de dinheiro por mês.
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