Balanço
do Congresso Nacional dos Estudantes
Práxis,
20/06/09
O
Congresso Nacional dos Estudantes (CNE), realizado na
Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do
Governador, teve a participação de 1.500 delegados que
representavam estudantes de vários Estados e universidades.
Mesmo tendo ocorrido em uma importante conjuntura de luta de
classes – a Greve Unificada na USP –, a direção hegemônica
– PSTU – se recusou a transferir o Congresso para São
Paulo, mais particularmente para dentro da Universidade, o
que permitiria que o clima, as discussões e resoluções do
Congresso expressassem este acontecimento fundamental.
O
CNE foi marcado por todo tipo de manobra e o Cronograma do
Congresso foi alterado por mais de uma vez porque o PSTU em
vez de priorizar as discussões ficou o tempo todo fazendo
auto–propaganda, o que atrasou todo o andamento das
discussões, criando melhores condições para que o golpe
fosse dado, ou seja, criaram uma "entidade" (Aliança
Nacional dos Estudantes Livre – Anel) antes de
discutir quais eram as sua bases políticas e o centro da
sua atuação imediata. É isso mesmo, votaram a forma/organização
antes do conteúdo/político.
Mais
uma vez, a direção
da juventude do PSTU se comportou como aprendizes de
burocratas, não deixaram aprovar nenhuma proposta de
luta concreta para apoiar a mobilização dos
estudantes e trabalhadores da USP.
Da nossa parte
(PRÁXIS) apresentamos sistematicamente – nos grupos,
através de panfletos, na plenária final – propostas
no sentido de que
nacionalizar a luta das universidades paulistas,
começando por propor um
acampamento centralizado em frente à reitoria da USP e um Dia Nacional de
Paralisação em Apoio à Mobilização, propostas que
foram rechaçadas com o argumento de que não havia condições
nos Estados para esta proposta e que devemos organizar
atividades para o segundo semestre (na prática só no mês
de Agosto).
O
problema que uma
direção que se pretende revolucionária
não se pode raciocinar de maneira comodista – como faz o
PSTU – em uma luta pode influenciar em toda uma conjuntura.
Na verdade, não se trata de condições na base para
realizar um dia de paralisação ou outras atividades em
solidariedade, mas de que fiel a sua orientação nacional
– exigência a Lula apenas – vetar qualquer proposta que
signifique impulsionar de fato a mobilização.
A
única proposta votada foi a "Nota pública exigindo de
Lula o repúdio a presença da PM no campus da USP".
Assim, toda política
do PSTU cria ainda mais expectativas no governo LULA, pois
abandonam totalmente o campo da denúncia para impulsionar a mobilização
direta contra o governo, isto em âmbito mais geral se
reflete na política de priorizar o abaixo assinado de exigência
que Lula faça uma medida provisória impedindo as demissões.
|