Por uma política
independente dos patrões e do governo diante da
continuidade da crise
Perspectivas para o segundo semestre
Por Antonio Carlos Soler
Práxis, Agosto 2009
As políticas de transferência
da crise econômica capitalista para os trabalhadores têm
colocado enormes desafios em todo mundo e provocado fenômenos
políticos, como o golpe de estado em Honduras, com
repercussões decisivas para a correlação de forças entre
as classes sociais na América Latina e no mundo.
A crise que combina elementos clássicos, das crises
cíclicas, como a superprodução de mercadorias, e
elementos ligados ao desenvolvimento de crise estrutural do
capital (baixas taxas globais de acumulação, típicas da
financeirização do capitalismo pós–boom econômico),
tem como saída generalizada para recompor valor e taxas de
lucro, por um lado, a redução de força de trabalho (demissão
em massa) e, por outro, a transferência de trilhões dos
cofres públicos em todo mundo diretamente para as contas
dos bancos e das grandes empresas.
A imediata redução das transações internacionais afetou
todos os países.
Desde o final de 2008 o governo
Lula e o grande capital vem tratando de implementar uma série
de ações para transferir para os trabalhadores o custo da
crise: demissão em massa,
redução de salários, redução de impostos para o grande
capital, intensificação da exploração através do
aumento das horas–extras e outros mecanismos, redução de
gatos nas áreas sociais (saúde, educação) etc. É fato que o elemento que detonou a crise
internacional – uma combinação de superprodução da
produção imobiliária coma especulação através do
mecanismo internacional de compra e venda de títulos e
derivativos – não esteve presente no Brasil e em parte
dos chamados países emergentes. No entanto, a economia (produção,
mercado e finanças) capitalista internacional desde o final
do século XIX construí uma totalidade na qual, apesar das
especificidades, todos países são parte do mesmo fenômeno
econômico. Assim, no Brasil o mecanismo da crise e de
transferência do seu custo para a classe trabalhadora é
basicamente o mesmo.
O dito fim da crise não se sustenta nos dados
internacionais e nacionais. Nos
EUA o desemprego oficial está em 9,4% da População
Economicamente Ativa (PEA), mas estima–se que a média do
desemprego neste país chegue realmente a 17%, sendo que em
algumas regiões industrializadas atinja até 25%. A média
de pedidos de seguro desemprego das últimas 4 semanas nos
EUA atingem o número de 365 mil – números que contrastam
com o “otimismo” do “fim da recessão” contido em
muitas análises oficiais e extra–oficiais.
No Brasil, para citar alguns dados da permanência da
recessão e de suas conseqüências para os trabalhadores,
temos os dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) que dão
conta de uma queda de 5,1% do nível geral do emprego no
primeiro semestre, atingindo 8,1% da PEA. O problema que
é utiliza uma metodologia onde os trabalhadores que
deixaram de procurar emprego nos últimos meses e os
trabalhadores em tempo parcial (bicos) não são
contabilizados, o que contribui para maquiar a realidade.
Parece que não é verdade que as “coisas estão
melhorando”, apenas no
mês de junho só a indústria paulista demitiu 3,5 mil
trabalhadores. Desta forma, a luta de classes no segundo
semestre terá como pano de fundo a continuidade da crise
econômica e da transferência do seu custo para os
trabalhadores, o que demandará ao movimento formas de
resistência frente a este processo.
Fora Sarney! Fora
todos! - Construir organismos de poder independentes das
massas rumo ao poder operário!
O noticiário dos últimos meses – depois da crise
das passagens aéreas que envolveu todo o Congresso – tem
se concentrado nas denúncias contra José Sarney (Senador
pelo PMDB, ex–presidente da República e atual Presidente
do Senado). Não há
novidade alguma no caso. Sarney está sendo denunciado
por nepotismo, tráfico de influência e desvio de dinheiro
público. Motivos que levaram outros presidentes como
Antonio Carlos Magalhães (falecido coronel da oligarquia
baiana) após várias denuncias renunciou para não sofrerem
processo por falta de decoro parlamentar; Renan Calheiros (PMDB
e ex–presidente do Senado e da “Tropa de Choque’ de
Sarney), também denunciado por lavagem de dinheiro, dentre
outras falcatruas, nem sequer renunciou ao mandato, após um
acordo interno apenas renunciou à presidência da
“casa”.
Das onze representações feitas no conselho de ética
do Senado todas foram arquivadas pelo seu presidente,
deputado suplente do PMDB... Da mesma forma que no episódio
das passagens aéreas quase
a totalidade dos partidos estão envolvidas nas denúncias.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, também foi
pego com a boca na botija. Um dos seus assessores foi
estudar na Europa com salário pago pelo Senado e o mesmo
senador teve suas contas pagas com dinheiro emprestado do
Senado durante uma viajem com a família na Europa. Vários
outros casos demonstram que o problema é generalizado, o
famoso “mar de lama” que permeia a política dominante
tem um manancial que parece ser inesgotável.
Mas o problema tem que ser observado mais de perto. O
Parlamento, como parte do Estado burguês e da sua
característica divisões dos poderes, em qualquer parte do planeta representa os interesses da classe
dominante, independente da forma que possui
(presidencialismo, parlamentarismo, monarquia
parlamentarista, com câmara baixa, com câmara única),
desta forma, a tão propagada maturidade de outras repúblicas,
em geral européias, não impede que representantes da
classe dominante vez por outra caiam em desgraça,
recentemente tivemos o caso dos deputados ingleses
envolvidos em corrupção.
A própria estrutura deste
Estado, fundado na propriedade privada dos meios de produção
e da opressão de uma classe sobre outra, na democracia
formal pela eleição de “representantes do povo”, na
irrevogabilidade dos mandatos, nos altos salários dos
representantes criam e recriam as condições favoráveis
para todas as formas de corrupção. Por isso, não podemos, como tem feito a direção
da Conlutas e o PSTU, nos restringir à política do “Fim
do Senado, por uma Câmara única”, pois esta política
apenas arranha o problema. A única saída viável para os
trabalhadores é lutar para derrubar Sarney, todos os
corruptos deste Congresso e substituí–lo
por uma estrutura de poder baseada na mobilização e em
organismos de representação direta, estes fóruns de poder
só podem ser construídos na luta direta, estas são as
condições necessárias para a conquista do poder pelos
trabalhadores que se materializa no seu governo e Estado próprio.
A democracia real deve ser baseada na participação direta
de milhões de trabalhadores não pode ser obra de uma
minoria. A sua representação deve começar nos locais de
moradia, de trabalho e de estudo em um sistema onde o centro
de gravidade se inverta totalmente, ou seja, se dê de baixo
para cima. Os seus representantes devem ser eleitos e os
seus mandatos revogados. Os salários não podem ultrapassar
a média salarial de trabalhadores.
Está mais do que demonstrado que a democracia
formal (também conhecida como democracia dos ricos) não
serve para os trabalhadores. Qualquer forma de representação
indireta dentro do Estado capitalista está a serviço da
elaboração de leis voltadas para manter/aprimorar a
exploração e obter mais vantagens para as frações
dominantes. Vários exemplos atuais da política do governo
Lula e do atual Parlamento vão neste sentido. Diante
destes seguidos exemplos e experiências com o Estado burguês,
incluindo o seu parlamento, não apresentar uma proposta aos
trabalhadores que vá para além da democracia formal, que
nunca estará voltada para atender as necessidades da
maioria, como faz Conlutas e PSTU, consiste em um
rebaixamento do programa que só pode ser explicado pela
adaptação desta direção à lógica dominante da
democracia formal. Por isso, neste momento de crise no
Senado, devemos construir um sistema de reivindicações que
passam pelo Fora
Sarney, Fim do Senado e, também, pela apresentação das
consignas que apontem para a necessária conquista do poder
pelos trabalhadores.
Superar
a limitada resistência do primeiro semestre
A construção de toda forma de justificação ideológica trata de apresentar parcialmente a
realidade, separar mecanicamente causas e efeitos e
naturalizar o que é histórico. O marxismo procura fazer o
caminho inverso ao anteriormente descrito, buscando explicações
/ avaliações totalizantes, históricas e dialéticas. No
que pese a disputa entre as organizações políticas que
atuam nas várias frentes de luta dos trabalhadores e da
juventude, o esforço para realizar avaliações objetivas das lutas e das condições
que derivam delas é decisiva para orientar os próximos
passos do movimento. É um crime político transformar
uma derrota em vitória ou vice–versa. Exemplo recente dos
malefícios desta conduta política foi a avaliação feita
pela Conlutas da mobilização dos metalúrgicos de São José
dos Campos contra os ataques da GM, que dentre outras coisas
queria impor o banco de horas e a redução e o contrato
temporário de trabalho.
Quando surge a
crise e as ameaças de demissão em massa a Conlutas sub–avalia
a gravidade da situação e sai com o “demitiu, parou”
ao invés de mobilizar para não demitir, pois uma vez a
demissão ocorrida é mais difícil a reversão e mobilização.
Particularmente sobre a GM de São José, a empresa vai,
justamente, atacar primeiro o elo mais fraco: os temporários
contratados em 2008. O que queremos demonstrar com esta
pequena descrição? É que ao
não avaliar concretamente o que significava a introdução
dos contratos temporários, a direção da Conlutas não
preparou os trabalhadores a contento para os futuros
enfrentamentos com a patronal fato que contribuiu para que não
houvesse resistência diante da demissão de mais de 800
trabalhadores. Esta, infelizmente, tem sido uma prática
rotineira que somada a outros fatores não contribui para a
luta dos trabalhadores, ao contrário, tem desarmado
subjetivamente vários setores.
A seguir temos um exemplo muito recente, como muitas
correntes se utilizam da justificação para tentar esconder
suas fragilidades criando perigosas ilusões entre a
vanguarda, trabalhadores e estudantes de maneira geral.
Greve
na USP: limites políticos e estratégicos devem ser
superados
Os funcionários iniciaram a greve em um momento
muito difícil da realidade nacional.
Uma conjuntura onde os trabalhadores por conta dos ataques
do governo e dos patrões e pela política de conciliação
da maioria das centrais sindicais estavam atônitos, as
categorias isoladas não conseguiram conter as demissões e
o arrocho salarial. O
DCE (dirigido pelo PSTU/PSOL) tratou de frear a crescente
necessidade e vontade de lutar dos estudantes,
fatores que atrasaram de forma criminosa a unificação com
os professores e os funcionários, os últimos já em
greve por reivindicações decisivas para o conjunto da
comunidade que questionava a estrutura de poder no interior
da universidade e a política privatista e elitista do
governo Serra.
Desta forma, por força dos acontecimentos e graças
à indignação diante da repressão policial aos piquetes,
os estudantes deflagraram a greve no dia 4 de agosto, quase
um mês após o início da greve dos funcionários. Com a
greve instaurada em todos os setores e ganhando apoio da
“opinião pública” e de outros trabalhadores e
estudantes, o governo Serra intensifica sua política
repressiva.
O que gerou mais indignação e radicalização da luta. Na
semana seguinte, 17 de junho, foi realizada uma grande
passeata que reuniu mais de 5 mil pessoas na principal
avenida do Estado a Av Paulista. Infelizmente estas frentes
de luta não souberam aproveitar este Ascenso para
impulsionar a mobilização, e o esforço se perde. O
grande problema é que por política da sua direção (fórum
das seis, DCA) nesta mobilização não serviu para
impulsionar outros processos. No final da manifestação foi
anunciado que o Conselho de Reitores propôs a “retomada
das negociações“ (no dia 22 de junho) e a retirada da
tropa de choque do campus, com a condição de que os
piquetes fossem suspensos.
Ai começa os problemas. Primeiro, porque a
bandeira que unificou todos os setores da universidade foi a
do “Fora Suely”, principalmente por ser responsável
direta pela violência policial contra funcionários,
estudantes e professores, e sentar
à mesa de negociação com esta reitora era reconhecer sua
autoridade frente à universidade, o que era na prática
abrir mão da bandeira fundamental da greve unificada,
pois a permanência desta senhora simbolizaria uma derrota
política e o não atendimento às demais reivindicações
– o que infelizmente acabou se confirmando; segundo,
aceitar retirar os piquetes (instrumento legítimo de luta
em defesa da existência real da greve decidida por maioria)
em um momento onde havia uma intensificação da luta foi
outro equivoco, pois desarmou o movimento e acabou com uma
importante atividade de aglutinação da vanguarda.
Na semana seguinte, como não poderia ser diferente,
uma “estranha” apatia tomou conta da universidade. O Conselho de Reitores não atendeu nenhuma das bandeiras fundamentais,
nem as democráticas e nem as econômicas. Suely continuava
no cargo, Brandão demitido, os processos políticos contra
ativistas continuam em curso, a resolução do Conselho
Universitário autorizando a entrada da força policial na
universidade está mais do que mantida, A UNIVESP (apenas
prorrogada), as reivindicações salariais não foram
atendidas. O que explica que uma crescente mobilização
tenha refluído de forma tão abrupta? Para nós o elemento
fundamental foi a política da direção deste movimento.
Primeiro por ter aceitado negociar com a reitoria e
suspender os piquetes da greve, segundo porque após a
passeata dos 5 mil não houve mais nenhuma iniciativa política
para aglutinar em uma ação conjunta todos os setores.
Nenhuma das reivindicações importantes foi atendida e o
movimento recuou sem dar todas as cartadas possíveis, isto
não pode caracterizar uma vitória do movimento (como faz
PSTU, LER–QI, por exemplo). Apesar da heróica resistência dos funcionários da USP que suportaram
de forma isolada, inclusive pela Conlutas e Intersindical,
as pressões mais difíceis deste movimento, pois são os
trabalhadores que tem a sua sobrevivência ameaçada em uma
greve que reúne trabalhadores e estudantes, apesar de
respeitar a combatividade do Sindicato dos Trabalhadores da
USP (Sintusp), não podemos nos furtar ao debate franco
que a luta de classes exige e, neste sentido, avaliamos que
medidas políticas, como negociar com Suely e suspender os
piquetes, foram equivocadas.
Fizemos esta pequena digressão para dizer que não
concordamos em absoluto, por todos os motivos expostos acima,
com a avaliação da greve na USP, no primeiro semestre,
realizada pelas correntes (PSTU, PSOL, LER–QI) que afirmam
que houve uma vitória do movimento.
Acreditamos que a greve do primeiro semestre foi sim
um ensaio da luta que pode ser desenvolvida nos próximos
meses, onde houve uma aferição das forças antagônicas,
ou seja, Serra / Suely, de um lado, estudantes e
trabalhadores, de outro. Neste
processo não houve uma derrota categórica do movimento
grevista, mais objetivamente pela política da direção
todas as fichas não foram jogadas o que levou ao
fortalecimento circunstancial das forças governistas na
Universidade.
Perspectivas
para o segundo semestre
Para nós estes foram os principais pontos de
debilidade do primeiro semestre que devem ser superados. No
segundo semestre, teremos uma combinação que pode ser
explosiva, pois será marcada pela continuidade
da recessão e, conseqüentemente, das políticas de
transferência da crise para os trabalhadores e por uma série
de categorias importantes que estarão em campanha salarial.
Este quadro certamente provocará uma nova polarização na
luta de classe na medida que categorias como os funcionários
da USP, professores, trabalhadores da previdência,
petroleiros que têm pendências do primeiro semestre
puderem combinar suas lutas e reivindicações com metalúrgicos,
químicos, correios e outras categorias que iniciaram a sua
campanha salarial agora. Não podemos deixar de considerar
que as direções burocráticas procurarão inviabilizar
qualquer questionamento das políticas – públicas e
privadas – de transferência da crise para os
trabalhadores, mas cabe aos lutadores e suas organizações
encontrar pontes para impulsionar e combinar as lutas que
ocorrerão no próximo período.
Os dados demonstram claramente que a burguesia e o
governo continuam transferindo a crise para o conjunto dos trabalhadores no segundo semestre, arrochando salários, com o Estado
capitalista e os governos burgueses garantindo as condições
de super–exploração – inclusive com a dura repressão
policial –, com a transferência de dinheiro público para
os patrões. Organizações como a Conlutas e Intersindical
que se colocam como classistas não podem cometer os mesmos
equívocos superestruturais e corporativistas dos últimos
tempos – que não contribuíram com a mobilização e
muito menos com o fortalecimento de uma perspectiva de
classes independente para os trabalhadores no Brasil – sob
a pena de atrasarmos ainda mais a construção de uma
alternativa real para a CUT e demais centrais que estão no
campo do governismo e da conciliação de classes.
Tudo
Isso coloca para o segundo semestre, particularmente para as
categorias que entraram em campanha salarial, o
desafio de unificar as suas campanhas com um comando de base
nacional e unificado para que a luta combine as reivindicações
específicas com a luta geral contra o desemprego e outros
ataques aos direitos e as condições de vida dos
trabalhadores além de uma saída classista para a crise
recente que vive a democracia dos ricos expressa pela crise
do Senado. A etapa de mobilização em que vivemos só
poderá ser cumprida com a mais ampla unidade pela base,
enfrentando as direções burocráticas e com um conjunto de
bandeiras que respondam às necessidades imediatas e apontem
para a ruptura do sistema gerador de todas as mazelas do
capitalismo, tais como: Fora
Sarney, Fim do Senado; redução da jornada de trabalho sem
redução de salário; estatização das empresas sob
controle dos trabalhadores que demitirem; fim do PAC,
dinheiro público só para obras públicas, reforma agrária
sem indenização e controlada pelos trabalhadores; não
pagamento da dívida interna e externa para aumentar
significativamente saúde e educação; pelo Governo Operário
fundado na democracia direta dos trabalhadores. Para organizar as categorias em luta e o conjunto dos
trabalhadores propomos uma plenária
nacional de base com delegados eleitos na base das
categorias em luta para organizar pela base a resistência
no segundo semestre.
[1]
A última para tirar do mercado os chamados papeis tóxicos
(ações e títulos que devido à própria lógica do
capital financeiro perderam totalmente a relação com a
valorização real e por isso tornaram–se inegociáveis).
[2]
A economia capitalista mundial depende cada vez mais das
exportações – no caso brasileiro é composta
basicamente de produtos primários (no geral produtos
com baixo valor agregado) – de todo tipo de
mercadoria, desta forma seria impensável pensar em
passar incólume a qualquer crise econômica na
atualidade.
[3]
Para citar alguns exemplos, Vale (1.300), GM (802),
Embraer (4200).
[4]
Neste episódio, a direção da Conlutas (PSTU) dos
metalúrgicos de São José dos Campos cometeu dois
graves erros. Primeiro, poderia ter desenvolvido uma política
para estadualizar e até nacionalizar esta campanha, mas
se limitou em realizar ações no âmbito local, política
que teve o seu peso no desfecho da referida mobilização.
Segundo, a GM manteve a política de contratação de
trabalhadores temporários – isto teve conseqüências
futuras –, um duro golpe contra os trabalhadores da
GM. A Conlutas saiu imediatamente a dizer que resultado
desta resistência foi uma grande vitória!
[5]
A greve da USP do primeiro semestre, iniciada pelos
funcionários no dia 5 de maio, que levantou várias
bandeiras fundamentais, enfrentou a repressão policial
foi finalizada sem que as principais reivindicações
fossem atendidas, dentre elas: (re) incorporação de
Claudionor Brandão (dirigente sindical que foi demitido
por uma sindicância política), fim de todos os
indiciamentos políticos, rejeição do ensino virtual
(materializado na Universidade Virtual de São Paulo),
foram Suely Vilela (Reitora da universidade que com o
apoio do governo estadual usou da tropa de choque para
reprimir os piquetes de greve), reposição salarial de
17%( o conselho de reitores concedeu apenas 7%).
[6]
A Ler–qi, com uma estratégia centrista, em vários
momentos capitulou a política do Pstu.
fatores que atrasaram
[7]
No dia 9 de junho – ataca violentamente uma manifestação
no interior da universidade no Campus do Butantã.
[8]
Tínhamos uma proposta concreta no sentido de realizar
um acampamento em frete a reitoria, essa medida
aglutinaria os estudantes, funcionários e professores
durante a greve.
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