Perspectivas
para o segundo semestre de 2009
Por
uma frente classista para lutar contra demissões e
demais
ataques aos trabalhadores no segundo semestre
Por Antonio Carlos Soler
Praxis,
setembro 2009
Desde
o final de 2008 o governo Lula e o grande capital vêm
tratando de implementar uma série de ações para
transferir aos trabalhadores o custo da crise: demissão em
massa, redução de salários, redução de impostos para o
grande capital, intensificação da exploração através do
aumento das horas-extras e outros mecanismos, redução de
gatos nas áreas sociais (saúde, educação) etc.
É
fato que o elemento que detonou a crise internacional - uma
combinação de superprodução e especulação através do
mecanismo internacional de compra e venda de títulos e
derivativos - não esteve presente no Brasil e em parte dos
chamados países emergentes. Porém, a economia (produção,
mercado e finanças) capitalista internacional desde o final
do século XIX constitui uma totalidade na qual, apesar das
especificidades, todos os países fazem parte do mesmo fenômeno
econômico.
Dados
recentes sobre a produção industrial no Brasil indicam uma
ligeira melhora no desempenho do setor, assim a indústria
apresentou um crescimento de 2,2 % em julho em relação ao
mês anterior; no entanto, “Nos primeiros meses a produção
industrial acumulada apresentou queda de 12,8% em relação
ao mesmo período de 2008. Até o final de 2009 o desempenho
será melhor, mas sem chegar a ser positivo”. O chamado
início da recuperação econômica, como se vê, é
bastante frágil, principalmente comparado com as perdas dos
últimos meses, “Na comparação com julho do ano
passado, a produção industrial amarga uma queda de 9,9% -
a menor nessa base de comparação desde março (-9,7%). No
acumulado de janeiro a julho, a retração chega a 12,8% e
nos últimos 12 meses fica em -8%.”. Se levarmos em conta
as indefinições na economia mundial, em relação aos
ritmos e a sustentabilidade da recuperação, a ligeira
recuperação da indústria no Brasil pode retroceder nos próximos
meses.
É
interessante notar também que existe um descompasso entre a
apresentada recuperação da atividade industrial e o nível
de emprego na indústria. O Instituto Brasileira de
Geografia e Estatística (IBGE) dá conta de uma queda de
5,1% no nível geral do emprego no primeiro semestre,
atingindo 8,1% da População Economicamente Ativa (PEA). O
problema é a utilização de uma metodologia onde os
trabalhadores que deixaram de procurar emprego nos últimos
meses e os trabalhadores em tempo parcial (bicos) não são
contabilizados, o que contribui para maquiar a realidade.
Parece que não é verdade que as “coisas estão
melhorando”. Desde setembro de 2008 apenas a indústria
paulista eliminou 199,5 mil postos de trabalho. Somente no mês
de junho só a indústria paulista demitiu 3,5 mil
trabalhadores. Em relação ao total de emprego na indústria,
segundo o IBGE, houve uma que de 7% em relação ao mesmo mês
de 2008 e a massa salarial teve queda de 3,8% em relação
ao mesmo mês de 2008.
Como
se pode verificar, no Brasil os mecanismos de transferência
da crise para os trabalhadores foram extremamente eficientes
neste período de crise econômica internacional com terríveis
repercussões para o emprego e para a renda da ampla maioria
dos trabalhadores. Tais políticas anticíclicas têm como
base a transferência para os trabalhadores os custos da
crise gerada pelo sistema capitalista. A transferência de
trilhões de dólares para o grande capital se combina com
as demissões em massa e outros ataques às condições de
vida das massas. A crise gerada pelo regime capitalista não
pode ser paga pelos trabalhadores; é por isso que fazem
falta ações coordenadas em nível continental e
internacional. Desta forma, a luta de classes no segundo
semestre terá como característica a continuidade da crise
que afronta os trabalhadores, o que demandará formas
radicais de resistência.
Recessão planetária
está longe de se dissipar
As
políticas de transferência da crise econômica capitalista
para os trabalhadores têm colocado enormes desafios em
todo mundo e provocado fenômenos políticos como o Golpe de
Estado em Honduras, com repercussões decisivas para a
correlação de forças entre as classes sociais na América
Latina e no mundo.
A
crise, que combina elementos clássicos como a superprodução
de mercadorias, e elementos ligados ao desenvolvimento de
crise estrutural do capital (baixas taxas globais de acumulação,
típicas da financeirização do capitalismo pós-boom econômico),
tem como saída generalizada para recompor valor e taxas de
lucro, por um lado, a redução de força de trabalho (demissão
em massa) e, por outro, a transferência de trilhões dos
cofres públicos em todo mundo diretamente para as contas
dos bancos e das grandes empresas. A imediata redução das
transações internacionais afetou todos os países.
A
economia mundial está longe de superar definitivamente a
recessão na qual mergulhou. Se as políticas “anticíclicas”
salvaram o planeta da depressão à custa de trilhões de dólares,
“Só nos EUA... no mínimo 12 trilhões de dólares estão
envolvidos, e um quarto disso já foi gasto. Ao lado da
elevação de despesa está o grande estímulo fiscal,
empurrando o déficit orçamentário federal para 13% do PIB
deste ano.”, as instituições financeiras ao tomar o
dinheiro público o utilizam para sua própria capitalização
e não para realizar empréstimos, o que apesar de toda essa
a economia mundial continua com um fraco desempenho.
Para
agravar a situação orçamentária dos governos exerce uma
forte pressão inflacionária sobre a maior parte dos países
centrais, o que tem colocado para as economias uma séria
contradição, pois “Parar de gastar agora é arriscar-se
a uma nova recessão e a uma profunda deflação (estag-deflação).
Manter os gastos é arriscar-se a uma nova recessão, como o
aumento das expectativas de inflação (estag-inflação)”.
Ou seja, de acordo com esta análise para nada
esta garantida que haja uma recuperação sustentável em
curto prazo, pois a retomada do crescimento é ameaçada
simultaneamente por uma eventual escalada inflacionária;
o que obrigaria uma elevação das taxas de juros e, conseqüentemente,
a contração econômica impulsionada pelos déficits públicos
astronômicos, se mantida a política fiscal. De outro lado
a ameaça inflacionária não seria menos ameaçadora, pois
coloca em risco toda a arquitetura “anticíclica” dos
governos. A difícil retomada do crescimento da economia
mundial, pelos fatores expostos acima, colocam para
economias como as do Brasil - onde governos já anunciam a
retomada linear da recuperação econômica - um sinal de
alerta, pois, diante da perspectiva de novos freios no
mercado mundial, a incipiente melhora da economia brasileira
não pode se sustentar.
Superar a limitada resistência do
primeiro semestre
É
um crime político transformar uma derrota em vitória ou
vice-versa. Exemplo recente dos malefícios desta conduta
política foi a avaliação feita pela CONLUTAS da mobilização
dos metalúrgicos de São José dos Campos contra os ataques
da GM, que, dentre outras coisas, queria impor o banco de
horas e a redução e o contrato temporário de trabalho.
Particularmente em relação a GM de São José dos
Campos, a empresa vai, justamente, atacar primeiro o elo
mais fraco: os temporários contratados em 2008. O que
queremos demonstrar com esta pequena descrição? É que ao
não avaliar concretamente o que significava a introdução
dos contratos temporários, a direção da CCONLUTAS não
preparou os trabalhadores a contento para os futuros
enfrentamentos com a patronal, fato que contribuiu para que
não houvesse resistência diante da demissão de mais de
800 trabalhadores.
No
segundo semestre, teremos uma combinação que pode ser
explosiva, pois será marcada pela continuidade da recessão
- e, conseqüentemente, das políticas de transferência da
crise para os trabalhadores - e por uma série de categorias
importantes que estarão em campanha salarial. Esse quadro
certamente provocará uma nova polarização na luta de
classe na medida em que categorias como os funcionários da
USP, professores, trabalhadores da previdência, petroleiros
que têm pendências do primeiro semestre puderem combinar
suas lutas e reivindicações com metalúrgicos, químicos,
correios e outras categorias que iniciaram a sua campanha
salarial agora.
Não
podemos deixar de considerar que as direções burocráticas
procurarão inviabilizar qualquer questionamento das políticas
- públicas e privadas - de transferência da crise para os
trabalhadores, mas cabe aos lutadores e lutadoras e suas
organizações encontrarem pontes para impulsionar e
combinar as lutas que ocorrerão no próximo período. Os
dados demonstram claramente que a burguesia e o governo
continuam transferindo a crise para o conjunto dos
trabalhadores no segundo semestre com arrocho de salários,
com o Estado capitalista e os governos burgueses garantindo
as condições de super-exploração - inclusive com a dura
repressão policial -, com a transferência de dinheiro público
para os patrões.
Organizações
como a CONLUTAS e Intersindical, que se colocam como
classistas, não podem cometer os mesmos equívocos
superestruturais e corporativistas dos últimos tempos –
em que não contribuíram com a mobilização e muito menos
com o fortalecimento de uma perspectiva de classes
independente para os trabalhadores - sob pena de atrasarmos
ainda mais a construção de uma alternativa real para a CUT
e demais centrais que estão no campo do governismo e da
conciliação de classes.
Tudo
Isso coloca para o segundo semestre, particularmente para as
categorias que entraram em campanha salarial, o desafio de
unificar as suas campanhas com um comando de base nacional e
unificado para que a luta combine as reivindicações específicas
com a luta geral contra o desemprego e outros ataques aos
direitos e as condições de vida dos trabalhadores, além
de uma saída classista para a crise recente que vive a
democracia dos ricos expressa pela crise do Senado. Para
organizar as categorias em luta e o conjunto dos
trabalhadores, propomos uma plenária nacional de base com
delegados eleitos na base das categorias em luta para
organizar pela base a resistência no segundo semestre.
Neste
sentido, construir uma frente classista nas lutas contra o
governo e os patrões de forma totalmente independente -
inclusive das centrais pelegas - é decisivo. A CONLUTAS tem
diante de si o desafio de se constituir como organização
que supere as direções tradicionais, construir um frente
que se diferencia política e programaticamente da CUT e da
Força Sindical. Para tanto precisa levar aos trabalhadores
sistematicamente uma política diferenciada destas centrais.
Ações como a do dia 14 de agosto (plano de luta
unificado), por exemplo, onde não se delimita claramente
quais são os pontos de diferenciação, não contribui para
disputa política na base da CUT.
A
unidade na ação - para enfrentar o desemprego, por exemplo
- só faz sentido se for acompanhada de uma política de
diferenciação do governo, do capital e, também, da
burocracia sindical. A
luta contra as demissões só pode ser levada a cabo com a
superação de um dos principais entraves: a burocracia
sindical. É evidente que exigir que a burocracia mobilize
contra os ataques aos trabalhadores é parte da tática para
desmascará-la, mas não se pode esquecer que parte
fundamental desta tática é fazer a diferenciação política
e a denúncia sistemática para as massas do papel da
burocracia.
A
etapa de mobilização em que vivemos só poderá ser
cumprida com a mais ampla unidade pela base, enfrentando as
direções burocráticas e com um conjunto de bandeiras que
respondam às necessidades imediatas e apontem para a
ruptura do sistema gerador de todas as mazelas do
capitalismo, tais como: redução da jornada de trabalho sem
redução de salário; estatização sob controle dos
trabalhadores das empresas que demitirem; fim do PAC,
dinheiro público só para obras públicas; reforma agrária
sem indenização e controlada pelos trabalhadores; não
pagamento da dívida interna e externa para aumentar
significativamente saúde e educação; Fora Sarney, Fim do
Senado, por uma Assembléia Constituinte Revolucionária,
pelo Governo dos trabalhadores.
Greve
na USP:
Limites
políticos e estratégicos devem ser superados
A
construção de toda forma de justificação ideológica
trata de apresentar parcialmente a realidade, separar
mecanicamente causas e efeitos e naturalizar o que é histórico.
O marxismo procura fazer o caminho inverso ao anteriormente
descrito, buscando explicações / avaliações totalizantes,
históricas e dialéticas. No que pese a disputa entre as
organizações políticas que atuam nas várias frentes de
luta dos trabalhadores e da juventude, o esforço para
realizar avaliações objetivas das lutas e das condições
que derivam delas é decisiva para orientar os próximos
passos do movimento. Essa,
infelizmente, tem sido uma prática rotineira que somada a
outros fatores não contribui para a luta dos trabalhadores,
ao contrário, tem desarmado subjetivamente vários setores.
A seguir temos um exemplo recente da maneira como muitas
correntes utilizam a justificação para tentar esconder
suas fragilidades, criando ilusões e desarmando a vanguarda,
os trabalhadores e os estudantes para os próximos
enfrentamentos.
O
DCE (dirigido pelo PSTU/PSOL) tratou de frear a crescente
necessidade e vontade de lutar dos estudantes,
fatores
que atrasaram de forma criminosa a unificação com os
professores e os funcionários, os últimos já em greve por
reivindicações decisivas para o conjunto da comunidade que
questionavam a estrutura de poder no interior da
universidade e a política privatista e elitista do governo
Serra. Por força da mobilização e graças à indignação
diante da repressão policial aos piquetes, estudantes e
professores entraram em greve. Com a greve instaurada em
todos os setores e ganhando apoio da “opinião pública”
e de outros trabalhadores e estudantes, o governo Serra
intensificou sua política repressiva,
o que gerou mais indignação e radicalização da luta. Na
semana seguinte foi realizado um grande ato na Avenida
Paulista com aproximadamente sete mil pessoas, o que
demonstrou grande força e potencial da mobilização.
Apesar
disto, a política da sua direção (fórum das seis, DCA)
nesta mobilização não serviu para impulsionar outros
processos. No final da manifestação foi anunciado que o
Conselho de Reitores propôs a “retomada das negociações“
(no dia 22 de junho) e a retirada da tropa de choque do
campus, com a condição de que os piquetes fossem suspensos
neste momento deveria ter continuado a resistência, mas
infelizmente isso não ocorreu. O que ocasionou uma
“estranha” apatia na semana seguinte. Resultado: o
Conselho de Reitores não atendeu nenhuma das bandeiras
fundamentais, nem as democráticas e nem as econômicas.
Suely continuava no cargo, Brandão demitido, os processos
políticos contra ativistas continuam em curso, a resolução
do Conselho Universitário autorizando a entrada da força
policial na universidade está mais do que mantida, A
UNIVESP (apenas prorrogada), as reivindicações salariais não
foram atendidas.
O Balanço
real e necessário: mascarar a realidade não contribui para
o avanço da luta
O
que explica que uma crescente mobilização tenha refluído
de forma tão abrupta? Para nós o elemento fundamental foi
a política da direção deste movimento. Primeiro
por ter aceitado negociar com a reitoria - reconhecendo sua
autoridade (como se pode sentar para negociar com inimigo
que se quer a cabeça em um momento que é possível
continuar lutando?) - e por suspender os piquetes da greve.
Segundo, porque após a passeata dos sete mil não
houve mais nenhuma iniciativa política para aglutinar em
uma ação conjunta todos os setores.
Desta forma, nenhuma das reivindicações importantes foi
atendida sem ter sido dada todas as cartadas possíveis. Apesar
da heróica resistência dos funcionários da USP que
suportaram de forma isolada, inclusive pela CONLUTAS e
Intersindical, as pressões mais difíceis deste movimento, pois
são os trabalhadores que tem a sua sobrevivência ameaçada
em uma greve que reúne trabalhadores e estudantes. Apesar
de respeitar a combatividade do Sindicato dos Trabalhadores
da USP (Sintusp), não podemos nos furtar ao debate
franco que a luta de classes exige e, neste sentido,
avaliarmos que medidas políticas como negociar com Suely e
suspender os piquetes foram equivocadas.
Não
concordamos em absoluto, por todos os motivos expostos
acima, com a avaliação da greve na USP, no primeiro
semestre, realizada pelas correntes (PSTU, PSOL, LER-QI) e
pelo Sintusp que afirmam que houve uma vitória do movimento
no primeiro semestre. Neste sentido, a metodologia destes
setores se assemelha à utilizada tradicionalmente por todos
os setores burocráticos. Ou seja, a burocracia sempre
coloca o seu prestigio pessoal na frente de qualquer análise
concreta da realidade. Não é isso o que nos legou o melhor
da tradição revolucionária de Lênin, Trotsky e Rosa
Luxemburgo, pelo contrario, sempre se coloca a necessidade
de tirar todas as lições do passado doa a quem doer.
Infelizmente
a direção do Sintusp não fugiu desta lógica. No jornal
do Sintusp de agosto de 2009, dedicado ao balanço da greve,
afirma-se que “... a greve dos trabalhadores da USP
“teve como subproduto três conquistas extremamente
importantes, para além das conquistas econômicas
parciais...” dentre estas conquistas são elencados, o
“exemplo de como se deve lutar para resistir aos ataques
que serão descarregados sobre a classe trabalhadora frente
aos impactos da crise econômica mundial”; o “exemplo de
como os trabalhadores podem e devem levantar as demandas dos
demais setores explorados” e “colocou em evidência o
caráter oligárquico e reacionário da estrutura de poder e
das camarilhas que governam a universidade”. Como se pode
ver, o exemplo citado acima torna explícito o que afirmamos
em relação aos perigos de transformar derrotas em vitórias.
Não podemos negar que a luta dos funcionários do primeiro
semestre colocou em evidência uma série de problemas políticos
e estruturais da universidade e que a força da sua mobilização
praticamente empurrou os demais setores da universidade ao
processo de unificação do movimento grevista, mas não
podemos medir o resultado de uma luta pelas intenções do
movimento é necessário verificar objetivamente quais
foram os resultados políticos e econômicos da luta.
Acreditamos
que a greve do primeiro semestre foi sim um ensaio da luta
que pode ser desenvolvida nos próximos meses, onde houve
uma aferição das forças antagônicas, ou seja, Serra /
Suely, de um lado, estudantes e trabalhadores, de outro.
Neste processo não houve uma derrota categórica do
movimento grevista, mais objetivamente, pela política da
direção todas as fichas não foram jogadas o que levou ao
fortalecimento circunstancial das forças governistas na
Universidade. O Fórum das Seis e o DCE lançaram no final
do primeiro semestre o “Movimento pela democratização da
USP”. Este fórum só pode servir para a mobilização e
superar o regime oligárquico e elitista da USP se colocar
no centro das discussões todas as demandas não atendidas
do primeiro semestre, dentre elas se destacam a readmissão
de Brandão, o fim de todos os processos políticos, o fim
da ameaça de demissão de mais de cinco mil funcionários,
o fim do vestibular e da Univesp, e a bandeira que sintetiza
tudo isso: Fora Suely.
É
necessário retomar a mobilização no segundo semestre
superando problemas que foram decisivos para que o movimento
não tenha sido vitorioso na etapa anterior. Em primeiro
lugar, romper com a fragmentação e iniciar o segundo
semestre com um processo de mobilização com pauta, calendário
e fóruns comuns entre funcionários, estudantes e
professores. A fragmentação do primeiro semestre foi um
elemento central para a derrota do movimento. Outro
aprendizado decisivo é que não poderemos derrotar
Serra/Suely abrindo mão dos instrumentos de luta e das
bandeiras que unificam o movimento.
[1]
A Ler-qi, com uma estratégia centrista, em vários
momentos capitulou a política do PSTU.
Fatores que atrasaram
[2]
No dia 9 de junho - ataca violentamente uma manifestação
no interior da universidade no Campus do Butantã.
Tínhamos uma proposta concreta no sentido de realizar
um acampamento em frete a reitoria, essa medida
aglutinaria os estudantes, funcionários e professores
durante a greve.
[4]
Ao aceitar retirar os piquetes (instrumento legítimo de
luta em defesa da existência real da greve decidida por
maioria) em um momento onde havia uma intensificação
da luta foi outro equivoco que desarmou o movimento e
acabou com uma importante atividade de aglutinação da
vanguarda.
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