Brasil

Diante da violência de José Serra e sua tropa de choque...

Professores dão exemplo de combatividade
e resistência

Práxis, 31 de Março de 2010
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Logo após a Assembléia Estadual dos Professores, no dia 26 de março, que decretou a continuidade da greve e o calendário de mobilização para essa semana, os professores saíram em passeata em direção ao Palácio dos Bandeirantes para acompanhar a comissão de negociação que seria recebida pela Casa Civil.

Durante a passeata os professores encontraram todas as ruas que dão acesso ao palácio cercado. Serra havia montado um verdadeiro palco de operações militares para reprimir o movimento dos professores. Quando a comissão de negociação já se encontrava no interior do Palácio dos Bandeirantes os efetivos (força tática, tropa de choque e cavalaria) da policia militar começaram a agredir os professores com bombas, cassetetes e balas de borracha, o que resultou em um saldo de mais de 20 professores feridos.

Diante da covardia de Serra e de seu aparato repressivo, os professores resistiram bravamente durante horas – apesar de toda a vacilação da direção majoritária do sindicato – até que a comissão de negociação voltasse com um informe sobre a reunião com o governo, demonstrando que a categoria tem grande reserva de combatividade e que está disposta a continuar lutando contra todos esses pacotes de ataques ao magistério e à escola pública.

Na ocasião, e em um claro desrespeito ao magistério, a resposta do governo, diante das reivindicações do magistério, foi de que não negocia enquanto os professores estiverem em greve. Todos sabem que essa é uma tática primária usada por patrões e governantes para desmobilizar as categorias em luta e, é claro, não atender nenhuma das reivindicações.

Chamar a unidade com trabalhadores de todas as categorias para derrotar a truculênica de José Serra

O desfecho dessa luta irá influenciar profundamente os rumos da escola pública no estado de São Paulo e em todo o país. A vitória dos professores contra Serra terá imediatamente um reflexo, por exemplo, na resistência dos trabalhadores e estudantes nas universidades públicas estaduais (USP, UNESP, UNICAMP) que lutam, também, contra políticas de privatização e precarização do ensino. Mas, de forma geral, derrotar esse governo contribui para abrir uma conjuntura mais favorável para a resistência em todos os setores.

Ao contrário do que faz a direção majoritária do Sindicato dos Professores do Ensino Público do Estado de São Paulo (APEOESP) é necessário chamar imediatamente a aliança de todos setores da classe trabalhadora, servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada, e da juventude estudantil combativa – que cumpriu um papel fundamental durante a batalha campal no Palácio dos Bandeirantes no dia 26 de março – em defesa dos professores e da escola pública.

O nosso movimento não se restringe à luta por questões econômicas e imediatas, lutamos em defesa de uma escola pública para atender a necessidade de formar novas gerações de trabalhadores e que seja gerida direta e democraticamente pela comunidade escolar por meio de Conselhos de Escola Deliberativos e Autônomos. Dessa forma, é necessário aprovar nessa Assembléia a criação de um Comando Estadual de Mobilização – pois a maioria da direção do sindicato é incapaz de levar a luta até o final – aberta para dar capilaridade e força à direção do movimento grevista.

Por outro lado, precisamos intensificar a participação direta dos professores nas atividades da greve. Está demonstrado que sem a participação dos professores de base nas decisões dos rumos da greve e sem a intensificação de ações contundentes e massivas não será possível arrancar nenhuma vitória desse governo que conta com o apoio descarado da ampla maioria dos meios de comunicação. Táticas para manter a mobilização são necessárias nesse momento, por isso propomos um acampamento massivo em frente à Secretaria da Educação, na Praça da República, para centralizar e dar maior visibilidade ao movimento grevista.

Contato: grupo.praxis@yahoo.com.br

www.socialismo–o–barbarie.org