Contra a polícia no campus da USP e
perseguição política:
Estudantes ocupam sede administrativa
da FFLCH
Praxis-SoB
Boletim 31 de Otubro de 2011
Para quem pensava que o movimento
estudantil na USP estava derrotado e apostava na desmobilização
como a atual gestão do DCE (PSOL), os fatos ocorridos no
dia 27 de outubro, e seus desdobramentos, demonstraram
justamente o contrário, além de colocar a resistência ao
avanço do processo de privatização e elitização da usp
em patamar totalmente distinto.
No dia 27 de outubro, a polícia
militar deu uma amostra cabal, para quem quisesse ver, sobre
qual é o seu verdadeiro papel no interior do campus, aliás
como o é em qualquer outro lugar. A PM, como sempre faz, não
tardou em demonstrar a que veio. A partir de uma abordagem
policial, que resultou na prisão de três estudantes, pelo
suposto porte de drogas, centenas de estudantes e
trabalhadores se indignaram e resistiram bravamente à
truculência policial. Mas, a polícia só conseguiu efetuar
as prisões depois de enfrentar a brava resistência dos
manifestantes. O pior é que a PM só conseguiu autuar os
estudantes contando com o apoio da atual gestão do DCE e da
diretora da FFLCH, Sandra Nitrini.
O fato relatado, nada evidencia senão
que a polícia não é, e jamais será, uma alternativa para
trazer segurança para trabalhadores e juventude. Mesmo na mídia
burguesa, com toda sua hipocrisia, são noticiados inúmeros
casos do abuso e violência empregados pela polícia em todo
país, principalmente, quando se trata de moradores de
periferia ou trabalhadores de maneira geral. Para a reitoria
não basta mais a utlização dos mecanismos de repressão
judiciais e administrativos - lembramos que a usp ainda é
regida por um estatuto instituido durante a vigência do AI
5 - para aprofundar a privatização e a elitização da
universidade. O governo do estado (Alckmin) e a reitoria tem
claro que essa estratégia, para ser posta em prática,
depende da intensificação dos mecanismos de repressão
policial, e para isso foi assinado o convênio entre a
Secretaria de Segurança Pública e a reitoria.
Não era sem tempo para que o movimento
estudantil desse uma resposta contundente a pró-privatista
e autoritária desenvolvida na Universidade de São Paulo,
através do Rodas enviado do governo do estado. Foi
imediatamente instalada após a O projeto que vem sendo
implantado conta com o apoio da burguesia paulistana,
representada no interior da universidade pela burocracia
universitária, pois atende à expectativa sempre crescente
de que o conhecimento desenvolvido esteja a serviço da
agregação de valor dos produtos ou para o desenvolvimento
de novos que interessem ao grande capital. Enfrentamos
inimigos que não serão detidos sem que construamos um
movimento político massivo e prolongado. É sabido por
todos que qualquer movimento, desde as primeiras ocupações
da história, tem que lutar a fundo para evitar o isolamento,
além de buscar várias táticas para que cada vez mais
setores o apóiem e sejam parte dele. Apenas com isto
poderemos ter possibilidades reais de vitória.
Neste sentido, temos na USP os
trabalhadores, que pela sua larga tradição de
combatividade, são aliados que podem contribuir imensamente
para nos ligar também aos professores e aos demais setores
organizados e combativos da sociedade. Além disso, é
necessário construir um plano de luta que conte
fundamentalmente com assembleias de estudantes,
trabalhadores e professores, além de buscar estender essa
luta para os trabalhadores em geral. Essa campanha que deve
colocar como objetivo imediato passar em todas salas de
aula, panfletar em todos os espaços da universidade, colar
cartazes em todos os murais, ou seja: não pode haver nenhum
estudante ou trabalhador que não saiba os reais motivos
pelos quais estamos ocupados.
Além de combater a contra-propaganda
que vem sendo realizada pela reitoria, apoiada pelos meios
de comunicação de massa, temos que apontar uma clara
estratégia que leve ao fortalecimento e a ampliação da
nossa luta; esta estratégia passa, portanto, pela realização
de assembléias em todas unidades para propor claramente a
construção de uma greve em toda universidade, condição
fundamental para uma massificação da luta e atendimento de
todas as reivindicações.
• Fora
PM, Fora RODAS!!!
•
Pelo fim de todos os processos!!!
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