Reitor da USP
expulsa 6 estudantes da Universidade
com base em decretos da
ditadura militar
Práxis-Socialismo
ou Barbárie, 18/12/11
Em
meio a uma das mobilizações estudantis mais importantes
dos últimos tempos da história da Universidade de São
Paulo (USP). Uma greve massiva contra a militarização e a privatização da USP,
medidas representadas, hoje, através do convênio assinado
com a Polícia Militar que preve permanencia da mesma no
campus, com a justificativa de aumentar a “segurança”.
Essa medida, como não poderia tardar, pelo seu caráter
claramente repressivo, resultou
na prisão e no indiciamento criminal de 73 lutadores.
Outra pauta fundamental da greve é a luta contra os
processos de perseguição política contra estudantes e
trabalhadores da universidade. É neste cenário que temos a
notícia de mais um brutal ataque
ao movimento estudantil e ao direito de livre organização
por parte da reitoria.
Uma das mobilizações estudantis mais importantes
dos últimos tempos
Hoje,
17 de dezembro de 2011, foi publicado em Diário Oficial da
União a notícia da
expulsão de seis estudantes da universidade pelo ReItor João
Grandino Rodas. Essa eliminação é resultado da Comissão
Processante, cuja decisão
se apóia em decretos de 1972 decretos que regulamentou o
AI5 no Brasil durante o regime militar, assim, absurdamente
mesmo depois da Reforma Constitucional de 1988 o AI5 ainda
esta em pleno vigor na USP. Dentre suas normas figura
a proibição de atividade política no interior da
universidade. Segundo a
reitoria os estudantes foram expulsos por
que desrespeitaram os artigos 5º,
6º, 21 e 22 do Código de Ética da universidade que
fala da preservação as normas
aos “bons costumes,
preceitos morais, valorização do nome e imagem da USP,
moralidade, integridade acadêmica (...)”. Estas expulsões, como
todos os outros ataques da reitoria, são de cunho
totalmente político, pois foram aplicadas contra
estudantes que participam da luta pela permanência
estudantil na universidade e vinham
sendo processados pela ocupação de parte do Bloco G da
moradia estudantil.
Este espaço
que era destinado à moradia estudantil vinha sendo
utilizado pela burocracia universitária, com a ocupação
voltou a ser moradia
(Moradia Retomada). A Moradia Retomada continua sendo
um espaço de resistência, já que é um movimento que dá
continuidade à luta
contra o déficit de mais de 1800 vagas todo ano na USP.
O ataque a esses companheiros é inaceitável! E se
deixarmos passar virão ainda mais ataques ao movimento,
dentre eles a desocupação deste espaço de resistência, a
expulsão de outros lutadores, como o caso dos 73 presos políticos,
que hoje estão em liberdade sob fiança; além disso, a
demissão de lideres sindicais processados pela reitoria.
Não
podemos perder de vista que a
luta dos trabalhadores por salário, terra, moradia e outras
reivindicações têm sido duramente criminalizada em todo
país. É necessário ter muita clareza que estas expulsões
fazem parte do pacote privatista do governador Alckmin,
encabeçado na USP pelo Reitor Rodas que, para imporem
seu projeto, pretendem acabar com qualquer forma de resistência e critica no
interior da USP. Chega de criminalização dos movimentos
sociais e da luta como um todo!
Fora
Polícia Militar da USP! Fora Rodas!
A
classe dominante sabe que, com
a extensão da crise econômica mundial e nacional em
2012, a situação política tende a se tornar mais aguda,
gerando processos de enfrentamentos que ameacem diretamente
governos, instituições, propriedade privada e escapem ao
controle do Estado. Por
isso esta
vem tomando
medidas preventivas, ou seja, reprimindo violentamente com a
força policial e processando amplamente ativistas e lideranças.
Assim,
além da óbvia medida legal, impetrando um
mandato de segurança contra a eliminação desses
estudantes, é necessário dar uma resposta política à
altura ainda este ano.
Diante de medidas fascistas como essa, é necessária
a mais ampla denúncia e a unidade de ação. Para isso,
precisamos combinar a denúncia
política e a construção de ações com todos os setores
da comunidade acadêmica, e fora dela, que defendem a
universidade pública e democrática.
Neste
sentido, a reunião emergencial realizada na moradia
estudantil (CRUSP) (já que a maioria dos estudantes
expulsos vivem neste polo de resistencia) tirou medidas
fundamentais para dar uma resposta imediata do movimento a
esse brutal ataque.
Dentre
essas medidas está sendo convocado um Ato
em resposta à eliminação dos seis estudantes na próxima
segunda-feira (19 de Dezembro), com concentração às 13
horas em frente à reitoria e uma reunião às 17 horas na
sala 51 do CRUSP, que reúna vários ativistas, o Comando de
Greve, o Sindicato dos Trabalhadores (SINTUSP), a Associação
dos Professores (ADUSP) e demais entidades combativas de
dentro e de fora da universidade.
|