Brasil

A vinda do papa ao Brasil

A Igreja disputa a juventude para o seu projeto reacionário

É hora de lutar contra machismo e homofobia

Declaração de Práxis – Socialismo ou Barbárie, 22/07/2013

Nessa semana teremos a visita do Papa Francisco ao Brasil durante a jornada mundial da juventude que será realizada na cidade do rio de janeiro de 23 a 28 de julho. Essa jornada ocorrerá em meio a uma onda histórica de protestos contra o aumento das passagens no mês de junho que abriu uma nova etapa na luta de classes em território nacional.

A vinda do papa, ao contrário do que se diz correntemente na imprensa,
 não é neutra ou tem objetivos meramente “religiosos”

Pela repercussão, nacional e mundial, desse evento é fundamental que durante esta semana todos os setores seriamente comprometidos com os trabalhadores e com a juventude desenvolvam ações de repúdio ao papa (e ao Vaticano) e sua postura reacionária frente aos principais problemas políticos da atualidade.

Além disso, devemos denunciar que a vinda do papa, ao contrário do que se diz correntemente na imprensa, não é neutra ou tem objetivos meramente “religiosos”.

A vinda do representante máximo do Vaticano se soma às iniciativas dos governos (particularmente Dilma – PT) e parlamentos, como o plebiscito ou a reforma política feita pelo congresso, respectivamente, que objetivam tirar as massas das ruas para que nada fundamental na realidade nacional seja alterado.

A Igreja disputa a juventude para o seu projeto reacionário

A Jornada Mundial da Juventude foi criada no ano de 1985 pelo papa João Paulo II. Esse papa cumpriu um papel político reacionário durante o final da década de 80 e o início da década de 90 em um momento no qual as lutas da classe trabalhadora em várias partes do mundo questionavam governos burgueses ditatórias, estados burocráticos e as políticas neoliberais que foram desenvolvidas na Europa a partir da década de 80.

No interior da Igreja também houve uma perseguição brutal contra as tendências mais progressistas – teologia da libertação –, por um lado, e apoio total aos setores que defendem a ideia de uma igreja espetáculo e alienada dos problemas concretos da vida – pela renovação carismática –, por outro.

Após a morte de João Paulo II é eleito é escolhido Joseph Aloisius Ratzinger para assumir o posto máximo da Igreja. Antes de eleito foi nomeado para prefeito em 1981 da Congregação para a doutrina da Fé, instituição da Igreja católica que nos “tempos modernos” substituiu a santa inquisição, por joão Paulo II. Desde este posto foi responsável em perseguir e colocar sob silêncio figuras, como o conhecido teólogo brasileiro Leonardo Bof, que representavam movimentos reformistas no interior da Igreja. 

Eleito papa em 2005 assume o nome de Bento XVI é da continuidade sem rupturas ao pontificado do seu amigo João Paulo II. Essa continuidade serviu para que as contradições da Igreja se acumulasse e viessem à tona na forma de corrupção, envolvimento da Igreja com lavagem de dinheiro e denúncias sistemáticas de pedofilia. 

Francisco, papa dos pobres?

Em meio a essa crise Bento XVI renuncia e é eleito Jorge Mario Bergoglio (Papa Francisco). Assim que é eleito surgem as denúncias de colaboração direta com a ditadura militar argentina, de que fez vista grossa com o desaparecimento de crianças e de dois religiosos que atuavam sob o seu comando. 

Recentemente, antes de ser eleito, se colocou em uma raivosa campanha contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra o direito do aborto na argentina. Temas que, alias, o novo papa “dos pobres” prudentemente não tem se pronunciado. As medidas tomadas até agora pelo novo papa foram no sentido de estabelecer maior controle sobre a cúpula financeira da Igreja e de tentar construir uma imagem agregadora entre o vários setores para que nenhuma mudança significativa seja tomada. 

Apesar do respeito que nutrimos pelo sentimento religioso – sentimento de um mundo sem coração e ópio do povo (Marx) –, a ideologia relogiosa e as igrejas colocaboram com a manutenção da exploração capitalistas com o engodo da justiça divina ao mesmo tempo em que constróem verdadeiros impérios de poder reacionário na terra. 

Essas instituições são inimigas das lutas dos trabalhadores e da juventude, pois a ação direta das massas nas ruas, ainda que sem um programa anticapitalistas, pode evoluir para um questionamento geral da sociedade capitalista e de todas as instituições que a sustentam, por isso é que a posição do vaticano é a de desviar a energia política das ruas para saídas sempre conservadoras. 

Lutar contra exploração e toda forma de opressão

É dentro dessa perspectiva crítica em relação ao papel reacionário que cumpre no cenário mundial a Igreja católica e seu chefe supremo e da nova situação política nacional que temos que encarar a vinda do papa Francisco ao Brasil. 

A vinda do papa ao Brasil e o posicionamento reacionário da Igreja em relação aos temas democráticos colocam em relevo pautas decisivas. A estrutural capitalista patriarcal brasileira é responsável por uma situação insustentável de exploração e opressão contra as mulheres trabalhadoras. O estado não garante o direito ao aborto livre e seguro para as mulheres, o que provoca a morte de milhares todos os anos..

Mesmo após a onda de mobilizações que fez recuar momentaneamente projetos como o da chamada “cura gay”, que prevê o tratamento psicológico aos homossexuais, outras iniciativas reacionários no interior do congresso nacional e do governo não param de serem desenvolvidas. Agora tramita no congresso o projeto de lei do Estatuto do Nascituro (embrião com direitos civis) que prevê a criminalização da interrupção da gravidez e o cadastro de todas as mulheres gravidaz no sistema nacional de saúde com o objetivo de aumentar ainda mais o controle do estado sobre o corpo das mulheres. 

Superar segmentação da luta

A conjuntura explosiva de junho passou, mas a nova etapa política mantém características que vão estar presentes em todas as conjunturas dentro dessa nova etapa, sendo uma das mais importantes o despertar das massas para a ação política de rua e a indignação com todo o poder estabelecido, É sobre essa nova realidade que devemos nos apoiar para atuarmos politicamente. 

A onda de protestos de junho foi vitoriosa à medida que conseguiu a redução das passagens em praticamente todas as cidades do Brasil, mas medidas que garantam o atendimento às demandas de transporte, saúde e educação públicos e gratuitos, bem como redução da jornada de trabalho, reforma agrária e outras, dependem do enfrentamento com as políticas neoliberais, com os governos de plantão, com os interesses da classe dominante e de todos os seus representantes espirituais (e a Igreja é um dos mais poderosos). 

Essa luta só pode ser feita com a máxima unidade da juventude e da classe trabalhadora em torno de um programa anticapitalista para o conjunto dos temas que foram colocados pela ação das massas nas ruas a partir de junho. É dentro dessa perspectiva que devemos atuar nessa semana.

Durante esta semana todos os setores independentes do governo e dos patrões, como a Conlutas, não podem repetir a atuação do dia 11 de agosto. Nessa ocasião a preparação do dia de lutas foi realizada sem que os setores que protagonizaram as jornadas de junho fossem chamados a participar da organização do evento. Houve a secção entre sindicatos e centrais e os setores que tiveram à frente da eclosão da rebelião de junho. Essa postura das centrais, inclusive da Conlutas, acabou fazendo com que a capacidade de mobilização para o dia 11 fosse menor. 

É necessário reverter essa postura. Todos comprometidos com a luta contra exploração devem fortalecer os atos, as passeatas e demais iniciativas pela legalização do aborto, contra a violência machista, pelos direitos civis dos homossexuais e etc. Nós, do Práxis, levantaremos a bandeira do aborto seguro, público e gratuito, pela retirada do projeto de Lei do Nascituro, pela retirada definitiva do projeto da “cura gay” e pela igualdade de direitos civis entre heterossexuais e homossexuais. Além de darmos continuidade à luta por saídas anticapitalistas para por transporte, saúde e educação e pela constituinte revolucionária contra a manobra de “reforma política” feita pelos governos capitalistas de plantão (particularmente Dilma – PT) e pelo congresso nacional.


La visita del Papa a Brasil

La Iglesia disputa a la juventud para su proyecto reaccionario

Es hora de luchar contra el machismo y la homofobia

Declaración de Práxis – Socialismo ou Barbárie, 22/07/2013

Esta semana tenemos la visita del papa Francisco al Brasil durante la Jornada Mundial de la Juventud que se realizará en la ciudad de Río de Janeiro entre el 23 y el 28 de julio. Esta jornada transcurrirá en medio de una ola histórica de protestas contra el aumento al pasaje del transporte ocurrida en junio que abrió una nueva etapa en la lucha de clases en el territorio nacional.

La visita del Papa, al contrario de lo que se dice comúnmente en los medios,
no es neutra ni tiene objetivos meramente "religiosos"

Por la repercusión nacional y mundial de este evento, es fundamental que durante esta semana todos los sectores seriamente comprometidos con los trabajadores y con la juventud desenvuelvan acciones de repudio al Papa (y al Vaticano) por sus posturas reaccionarias frente a los principales problemas políticos de la actualidad.

Junto con esto, debemos denunciar que la visita del Papa, al contrario de lo que se dice comúnmente en los medios de comunicación, no es neutra, ni tiene meramente objetivos religiosos. La llegada del máximo representante del Vaticano se suma a las iniciativas de los gobiernos (principalmente el de Dilma-PT) y del Parlamento, como es el plebiscito y la reforma política, que buscan sacar a las masas de las calles para que nada fundamental de la realidad del Brasil sea modificado.

La Iglesia quiere ganar a la juventud para su proyecto reaccionario

La Jornada Mundial de la Juventud fue creada en 1985 por el papa Juan Pablo II. Este Papa cumplió un papel político reaccionario durante los finales de la década del 80 y del 90, en un momento en el que la lucha de clases de las masas trabajadoras en varios países del mundo cuestionaban gobiernos burgueses dictatoriales, estados burocráticos y las políticas neoliberales que fueron desarrolladas en Europa a comienzos de los 80.

En el interior de la Iglesia también hay, por un lado, una persecución brutal contra las tendencias más progresistas (Teología de la liberación), y por el otro, existe un apoyo total a los sectores que defienden una idea de una Iglesia del espectáculo y alienada de los problemas concretos de la vida (como la Renovación carismática).

Después de la muerte de Juan Pablo II es electo como Papa Joseph Ratzinger. Antes de esto había sido nombrado en 1981 como Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe, institución que en los “tiempos modernos” vino a sustituir a la Santa Inquisición por orden de Juan Pablo II. Desde ese puesto, Ratzinger fue responsable de perseguir y silenciar a figuras como el conocido teólogo brasileño Leonardo Bof, que representaba a los movimientos reformistas dentro de la Iglesia.

Electo Papa en 2005, asume como Benedicto XVI y da continuidad, sin rupturas, al pontificado de su amigo Juan Pablo II. Esa continuidad sirvió para que se acumulasen las contradicciones en la Iglesia, y  pasasen a primer plano la corrupción, la participación de la Iglesia en el lavado de dinero y las denuncias sistemáticas de pedofilia.

¿Francisco, el Papa de los pobres?

En medio de esta crisis Benedicto XVI dimite y es elegido Jorge Mario Bergoglio (papa Francisco). Una vez elegido surgen acusaciones de colaboración directa con la dictadura militar argentina, que hizo la vista gorda frente a la desaparición de niños y al secuestro de dos sacerdotes que ejercían bajo su mando.

Recientemente, antes de ser elegido, se ubicó al frente de una furiosa campaña contra el matrimonio entre personas del mismo sexo y contra el derecho al aborto en Argentina. Temas sobre los que, el nuevo Papa "de los pobres", prudentemente, aún no se ha pronunciado. Las medidas adoptadas hasta ahora por el nuevo Papa fueron en el sentido de establecer un mayor control sobre la cúpula financiera de la Iglesia y por la vía de un sinnúmero de pequeños gestos, tratar de construir una imagen simpática para diferentes sectores, sin que esto se tradujera en ningún cambio significativo.

A pesar del respeto que tenemos sobre el sentimiento religioso de las masas populares (“La religión es el suspiro de la criatura oprimida, el sentimiento de un mundo sin corazón, así como el espíritu de una situación sin alma. Es el opio del pueblo”, Marx), la ideología religiosa y las iglesias han colaborado con el mantenimiento de la explotación capitalista con el señuelo de la justicia divina en el cielo mientras construyen verdaderos imperios terrenales de poder en la tierra.

Estas instituciones son los enemigos de la lucha de los trabajadores y la juventud, ya que la acción directa de las masas en las calles, incluso aun sin un programa anticapitalista, puede evolucionar en un cuestionamiento general de la sociedad capitalista y de las instituciones que la apoyan; por eso es que la política del Vaticano es desviar la lucha en las calles por alguna salida conservadora.

Luchar contra todas las formas de explotación y opresión

Es dentro de esta perspectiva crítica en relación al papel reaccionario que cumple la Iglesia Católica y su líder supremo en el escenario mundial, y la nueva situación política nacional, es que tenemos que encarar la visita del papa Francisco a Brasil.

La llegada del Papa a Brasil y la posición reaccionaria de la Iglesia con respecto a las luchas democráticas, ponen en relevancia cuestiones decisivas. La estructura capitalista patriarcal brasileña es responsable de una situación insostenible de explotación y de opresión contra las mujeres trabajadoras. El Estado no garantiza el derecho al aborto libre y seguro para las mujeres, lo que provoca la muerte de miles cada año.

Incluso después de la ola de protestas intentaron relanzar proyectos como el denominado "cura gay", que patologizaba  a las minorías proponiendo tratamiento psicológico para los homosexuales, u otras iniciativas reaccionarias dentro del Congreso Nacional y del gobierno que no dejan de ser promovidas. Ejemplo de esto es el actual proyecto de ley sobre el Estatuto del No Nacido, que está esperando tratamiento en el Congreso, el cual prevé la criminalización de la interrupción del embarazo y el registro de todas las mujeres enmarañados en el sistema nacional de salud con el fin de aumentar aún más el control estatal sobre el cuerpos de las mujeres.

Superemos la fragmentación de la lucha

La coyuntura explosiva de junio ya pasó, pero la nueva etapa política mantiene las características que van a estar presentes en todas las coyunturas dentro de esta nueva etapa, siendo una de la más importantes el despertar de las masas para la acción política en las calles y su indignación con todos los poderes establecidos. Es sobre esa nueva realidad que debemos apoyarnos para la acción política.

La ola de protestas de junio fue victoriosa en la medida que consiguió frenar el aumento del transporte en prácticamente todas las ciudades. Pero las medidas para asegurar las demandas del transporte público, la salud y la educación, así como la reducción de la jornada laboral, la reforma agraria y otros reclamos, requieren de enfrentar de conjunto las políticas neoliberales, contra los gobiernos de turno y contra los intereses de las clases dominantes y contra todos sus representantes espirituales, siendo la Iglesia uno de los más poderosos.

Esta lucha sólo puede ser llevada acabo con la más grande unidad de la juventud y la clase trabajadora en torno a un programa anticapitalista que encare el conjunto de los reclamos y demandas que fueron planteados en las calles en junio. Es en esta perspectiva que debemos actuar esta semana.

Durante estos días, todos los sectores independientes del gobierno y de los patrones, como la Conlutas, no pueden repetir los errores del 11 de agosto. En esa ocasión la lucha fue planteada sin que los sectores que protagonizaron las jornadas de junio fuesen llamados a participar en la preparación de la lucha. Hubo una fractura entre los sindicatos, y los sectores que estuvieron al frente de la explosión de la rebelión de junio. Esta postura de las centrales, inclusive de Conlutas, terminó atentando contra la propia movilización del 11.

Es necesario revertir esta postura. Todos quienes estamos comprometidos en la lucha contra la explotación debemos reforzar los actos, marchas y otras iniciativas para legalizar el aborto, contra la violencia de género, los derechos civiles de los homosexuales, etc. Nosotros, desde Praxis, levantamos la bandera del derecho al aborto legal, seguro, público y gratuito, por el retiro del proyecto de Ley del No Nacido, la caída definitiva del proyecto de la "cura gay", y por la igualdad de los derechos civiles entre heterosexuales y homosexuales. Además de darle continuidad a la lucha por salidas anticapitalistas para el transporte, la salud y la educación, y por la Asamblea Constituyente Revolucionaria contra la maniobra de "reforma política" realizada por los gobiernos capitalistas de turno (especialmente Dilma-PT) y el Congreso Nacional.