Brasil

Ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo

Apoio à greve é aprovado nas assembleias dos cursos

Juventude Já Basta!
Praxis (SoB-Brasil), 03/10/2013

Com a ocupação da reitoria estamos em uma nova conjuntura política no interior da universidade que terá desdobramentos ainda difíceis de prever. Essa foi uma ação que colocou a universidade em sintonia com a etapa política nacional de rebeliões populares aberta em junho, demonstrando na prática o grande potencial de rebeldia da maior universidade da América Latina.

É importante que se diga que a ocupação e a greve, aprovada na assembleia geral e nas assembleias de curso, não são raio em céu aberto. Esses fatos foram precedidos de mobilizações recentes em vários campi (EACH, Largo São Francisco e FAU) contra condições criminosas de infraestrutura, intervencionismo reacionário nos espaços estudantis e contra a intensificação da repressão e o autoritarismo no interior da universidade.

Campanha política pela democratização se demonstrou vital

Durante o congresso dos estudantes de geografia colocávamos, em oposição a uma perspectiva minimalista/economicista, que estávamos em um momento de maior politização, que o movimento estudantil tende a ação política e que pautas políticas poderiam se tornar mote de mobilização a partir da repressão ou da mobilização direta dos estudantes/trabalhadores.

Em 2011, por exemplo, a campanha pelo Fora PM que parecia incompreensível pela maioria dos estudantes inicialmente se tornou uma pauta concreta a partir da prisão de três estudantes no dia 27 de outubro desse ano. A partir daí discutíamos que era fundamental que saíssemos do congresso com campanhas políticas, como o apoio as categorias em luta e as pautas por democracia no interior da universidade.

Infelizmente a maioria dos participantes desse congresso foi tomada por uma perspectiva despolitizada e pudemos aprovar apenas a luta pela estatuinte soberana. Esse fenômeno de certa maneira se repetiu ontem na assembleia unificada entre os cursos de geografia e história, pois mesmo a ocupação e a greve tendo como motivação a luta pela democratização da universidade a assembleia não aprovou o eixo de eleição para reitor.

Apesar da direção do DCE ter um nefasto balanço em relação às lutas anteriores não podemos ter uma posição sectária em relação a luta como um todo, uma coisa é a direção de uma mobilização a outra é essa própria mobilização, suas pautas e seus alcances, não considerar isso é de um sectarismo atroz que só seve para desmobilizar, ou seja, é uma posição tão nefasta quanto o oportunismo.

Não podemos ficar contra a ocupação, contra a greve ou determinada proposta, como fazem alguns setores, simplesmente porque foi proposta pela direção do DCE sem fazer uma análise concreta das necessidades da luta,  a ocupação e a greve hoje podem incorporar milhares de estudantes, por isso são propriedade da direção do DCE. Por outro lado, o DCE também tem uma posição sectária (o sectarismo pode ser de ultra esquerda ou oportunista) quando se fecha em uma só posição e perde a dimensão de que as consignas podem ser superadas no calor da luta direta.

A direção do DCE toma o tema da luta pela democracia, por exemplo, de uma maneira extremamente minimalista (rebaixada), pois em vez de levantar a reivindicação de voto universal para todos os cargos e revogabilidade dos mandatos insiste em defender a proposta de eleição paritária. De outro lado, temos os setores maximalistas (propostas que não levam em consideração o momento atual da luta) que não compreendem que os eixos de luta devem ser compostos por reivindicações que abstraem totalmente a necessidade da luta pela democratização da universidade e que as ações recentes comprovaram como decisivas.

Eleição universal para todos os cargos, estatiuinte livre e soberana e fora Rodas!

Após o ato no CO, a ocupação e a greve ficou mais do que evidente o potencial de luta das reivindicações por democracia na universidade. Não podemos correr o risco de ter a nossa recente mobilização se eixos políticos concretos, sob pena de ver uma luta com grande potencial se esvaziar ou não atinge uma parcela significativa dos estudantes, o que levaria a derrota dos estudantes e dos trabalhadores. Por outro lado, os sucessivos desgastes que da reitoria e a ocupação colocam o tema do poder na universidade na ordem do dia.

Com a ocupação há o questionamento direto do poder de Rodas e de toda a estrutura burocrática, por isso consideramos que o eixo Fora Rodas volta à tona como fundamental para a atual mobilização. Por isso pensamos que temos que construir um sistema de consignas como eixo (além das pautas específicas) que deem conta desse conjunto de problemas relacionados à luta pela democratização com os seguintes eixos: eleição universal para todos os cargos, estatiuinte livre e soberana e fora Rodas!


Ocupación del rectorado de la USP

Luchemos hasta conseguir la democratización

Juventude Já Basta!, 02/03/2013
Traducción de Socialismo o Barbarie, semanario, 03/10/2013

En el día de ayer vivimos una de los días más importantes en la lucha por la democratización de la USP. Centenares de estudiantes y trabajadores realizamos una importante protesta frente a la rectoría para que nuestra voz sea escuchada. La intransigencia de la rectoría llevó a los desbordes que hoy son noticia en los diarios de todo el país, la ocupación de la rectoría ya alcanzo repercusión nacional.

Desde hace mucho tiempo los estamos luchando por mayor democracia en la USP, una infinidad de actividades fueron realizadas por este fin por las organizaciones de estudiantes y trabajadores. Nuevamente esta demostrado que sin acciones directas como la ocupación de la rectoría y la masificación de la movilización no es posible cambiar las cosas. Las jornadas de junio pasado están repercutiendo en la USP, y la consigna que moviliza y unifica es por la democratización. Es por esto que la asamblea de ayer, con un numero mucho mayor de lo que venían siendo, voto por una estatuyente, por gobierno tripartito y elecciones paritarias.

Superar el sectarismo y unificar la lucha

Esta lucha arrastra un problema que debe ser resuelto dentro del movimiento estudiantil: como tener una política unificada en este momento. El sectarismo afecta a los estudiantes que se acercan y quieren luchar.

Tenemos que debatir sobre que acciones encaminamos para ampliar la lucha y no actuar para diferenciarse en abstracto como acostumbran a hacer algunos grupos, eso termina dividiendo artificialmente al movimiento. Es necesario, para masificar la lucha, que se deje de lado el sectarismo que no lleva a ningún lado. Solo así podremos incorporar a miles de estudiantes que hoy no se están sumando a la lucha. Cada uno tiene que hacer el esfuerzo por trabajar conjuntamente para derrotar el autoritarismo que impera en la universidad.

Desde la Organización estudiantil  - JÁ BASTA! – llamamos a todos los estudiantes a participar de las asambleas por cursos que hoy se estuvieron realizando y aprovechamos para convocar a la asamblea general para este jueves en frente a la rectoría y fortalecer la lucha.


Toma de la Universidad de San Pablo

Todo el apoyo a la lucha de los estudiantes paulistas

Por Marcos Doudtchitzky,
vicepresidente del Centro de Estudiantes
de Ciencias Exactas y Naturales (UBA),
Socialismo o Barbarie, semanario, 03/10/2013

A los compañeros de la USP:

Compañeros, ha llegado a Buenos Aires la noticia de la toma del rectorado que están llevando adelante. Es mi intención transmitirles mi más profunda solidaridad en esta lucha.

En ella no se encuentran solos. En estos momentos, los estudiantes de la Universidad Nacional de La Rioja, en Argentina, han logrado echar al rector de esa institución, el cual luego de 22 años de gobierno buscaba perpetuarse aún más. En estos momentos discuten cómo profundizar la lucha por democratizar su universidad.

En la UBA también nos encontramos discutiendo de qué manera afrontar este desafío frente a la inminente elección de decanos y rector. Lo que resulta evidente, entonces, es que esta lucha es más general y está generando movilización en varios puntos de nuestro continente, y que debemos impulsarla todos los sectores independientes y combativos del estudiantado.

Es importante dejar claro este punto, ya que de allí surge la necesaria solidaridad que debe hermanarnos a todos en esta lucha: la pelea por la democratización de las universidades es la forma más profunda de lucha anticapitalista en las mismas, y es por eso que debemos abordarla de manera inmediata y sostenida. El problema del cogobierno democrático de nuestras instituciones, sea cual sea la forma que ella cobre coyunturalmente en cada lugar, es el enfrentamiento entre los empresarios y autoridades que hacen un negocio de la educación y los estudiantes, docentes y trabajadores que buscamos orientarla hacia los intereses del  pueblo. No es un problema de forma, sino de contenido: al servicio de quién estará ese núcleo concentrado de política y formación que es la universidad.

¡Su lucha es nuestra lucha, y la de todos los estudiantes de Latinoamérica!

Les mando un gran abrazo, y mucha fuerza para profundizar el camino que han comenzado a transitar. Nos comprometemos a dar nuestro mayor esfuerzo para que los estudiantes de la UBA encaren también esta lucha, lo cual nos acercará a todos a la victoria.

Marcos Doudtchitzky
Vicepresidente del Centro de Estudiantes
de Ciencias Exactas y Naturales (UBA)