Crisis mundial

Cumprem–se 12 jornadas de greve sem acordo no
metal do sul da Galiza

Kaos en la Red, 18/06/09

A de hoje foi a décima segunda jornada de luita convocada polas principais centrais sindicais nas metalúrgicas do sul galego, umha jornada marcada por umha nova viragem no tipo de mobilizaçom.

Enquanto o patronato continua sem assumir umha negociaçom em que os milhares de trabalhadoras e trabalhadores arranquem direitos significativos no novo convénio, a greve discontínua nom esmorece.

Na jornada de hoje –número 12– as mobilizaçons já nom se dirigírom aos concessionários de carros. Em lugar disso, fôrom ocupadas as instalaçons do estaleiro de Vulcano, em Guixar, acusada de fecho patronal encoberto ao retirar a passarela de acesso ao barco em que se desenvolviam os trabalhos nos últimos dias, por alegados "motivos de segurança".

O tránsito foi cortado na avenida de Guixar, para protestar por essa acçom patronal, passando–se depois a ocupar a fábrica, com reforços chegados de outras instalaçons do sector na cidade de Vigo. Milhares de operários e operárias continuam a participar nas convocatórias diárias das forças sindicais, mudando objectivos, percursos e acçons quase a diário, e rotando nos horários o pessoal convocado.

Hoje, após umha assembleia espontánea, houvo umha marcha em direcçom à sede municipal, com cortes de tránsito polo centro de Vigo, sem que se registassem confrontos apesar do assédio policial.

Entretanto, a Junta convocou separadamente as organizaçons sindicais e os empresários, através da conselheira do Trabalho, Beatriz Mato. O diálogo nom evitará que a luita organizada continue na cidade de Vigo, em Ponte Vedra, Marim, etc, já que o obstáculo do desacordo salarial continua em cima da mesa.

Existem denúncias relativas aos maus tratos policiais a participantes nas greves nos últimos dias, a última ontem em Marim, com agressom a um trabalhador incluída. As provocaçons som constantes, tal como a propaganda mediática do sistema contra a luita das trabalhadoras e trabalhadores do metal galego, mas a luita continua...


Lançam manifesto “A história está a ser escrita
nas ruas de Vigo”

Kaos en la Red, 18/06/09

Manifesto assinado por personalidades do mundo da cultura, as artes, o ensino, etc, com representantes de movimentos sociais e políticos da Galiza e internacionais, em apoio à luita operária em Vigo.

Ontem foi apresentado em Vigo um manifesto assinado por numerosas personalidades do mundo da cultura, as artes, o ensino, profissionais, etc, junto a representantes de movimentos sociais e políticos da Galiza e internacionais, em apoio à luita operária que está a ser dada nas ruas de Vigo polo proletariado galego como símbolo da luita de todo um povo e umha classe pola plena emancipaçom.

Eis o documento na sua versom integral, seguido de um resumo dos apoios recebidos polo mesmo:

A historia está a ser escrita nas ruas de Vigo

As e os abaixo assinados consideramos um imperativo ético e social dar todo o apoio solidário à luita dos metalúrgicos de Ponte Vedra que, junto aos trabalhadores e trabalhadoras doutras empresas radicadas em distintas zonas da Galiza, hoje simbolizam no nosso país a mobilizaçom social e obreira contra umha resoluçom da crise capitalista favorável em exclusiva aos mesmos que a provocárom. A gente do Metal, polos seus métodos democráticos, assembleares e combativos, sem se dobrarem diante de um patronato que nos derradeiros anos aproveitou a bonança económica num contexto de contínua reduçom da capacidade aquisitiva e restriçom dos direitos sociolaborais do pessoal assalariado, vem sendo um exemplo para o conjunto da classe trabalhadora galega, em paralelo às mobilizaçons que estám a acontecer na Grécia, Portugal ou França.

Aqui, nom som eles os únicos que enfrentam as consequências de umha crise gerada pola destruidora capacidade do sistema para acumular riqueza nas maos de uns poucos: as trabalhadoras do têxtil, com Caramelo à frente, os das empresas do leite como Pascual, o pessoal das fábricas como Bunge, Galfrío ou Vidreira del Atlântico, todos eles estám a demostrar que só com o confronto de classes e a defesa das liberdades públicas, pode impedir–se a degradaçom das condiçons de vida e de trabalho do conjunto da populaçom, frente ao egoísmo patronal e a dureza dos governos que a sustentam.

Há anos tentárom fazer invisível a classe obreira, como se abaixo do “capitalismo popular” dos Reagan e as Thatcher, quer dizer, a sua faciana neoliberal, todo o mundo pudesse viver sem o salário, das rendas e dos investimentos financeiros. Agora que a gente de trabalho, fonte de toda a riqueza, está maciçamente na rua para defender os direitos da humanidade despossuída, a maioria dos meios de comunicaçom manipulam a realidade apresentando as manifestaçons obreiras como actos criminais, salvando a cara do patronato e das autoridades que decote exercem umha surda violência contra as condiçons laborais e sociais do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras, sejam assalariados ou autónomos.

Na realidade, o convénio do Metal de Ponte–Vedra passou a ser a fronteira que a Patronal espanhola fixou para a totalidade dos sectores da produçom: congelaçom salarial, jornada laboral delongada, nom pagamento de horas extras, liberdade de contrataçom de imigrantes para os explorar sem medida, precarizaçom do emprego, submissom e isolamento dos sindicatos, ameaças de deslocalizaçom ou de clausura… E, para os seus colegas do Governo, passou a ser questom de Estado, penalizando os protestos e a rebeldia, conculcando se for preciso a liberdade de reuniom e manifestaçom, acarom do direito á informaçom veraz e objectiva. Em consequência, na luita do Metal jogamos muito mais do que umha singela subida de jornais para um segmento da populaçom empregada; está em jogo, além do futuro do resto dos convénios e da qualidade do emprego, o direito a rejeitar o papel subsidiário que outros tenhem decidido para as nossas vidas.

A crise do capital colocou cada qual no seu lugar e os que pensavam que chegara “o fim da historia”, nom tenhem outra que aprender a cantiga que di: “detrás dos tempos venhem tempos, e outros tempos ham de vir”. Assim pois, hoje, a historia está a ser escrita nas ruas de Vigo.

A sua vitória é a vitoria de todos e de todas, e a unidade entre as forças obreiras e sociais abre as portas a umha resposta contundente do conjunto da sociedade ao que é o fundo: a crise é do capital, dos capitalistas, e portanto som eles os que tenhem que a pagar, ao tempo que os direitos e liberdades civis devem ser garantidos.

Resumo de adesons:

Personalidades internacionais: Adolfo Pérez Esquivel (argentino–galego) Premio Novel da Paz; Nora Cortiñas, Maes de Praça de Maio, Victor Mendivil, Dirección Nacional de la Central de los Trabajadores Argentinos, Antonio Arruti, Coordenador Nacional do Movimento de Libertação Sem Terra ( Brasil).

Académicos/as RAG: Francisco Fernández Rei, Margarita Ledo, Xosé Neira Vilas e Xosé Luis Méndez Ferrín.

Escritores/as: Suso de Toro, Anxo Angueira, Xurxo Borrazás, Séchu Sende, Manuel Forcadela, María Lado, Miguel Anxo Fernán Vello, Chus Pato, Patricia Janeiro.

Cineastas: Antón Dobao, Alberte Pagán.

Historiadores: Carlos Velasco (Universidade da Corunha), Francisco Espinosa (da Univ. de Sevilla), José Luis Gutiérrez Molina (da Univ. de Cádiz), Dionísio Pereira, Eliseo Fernández, Xoán Carlos Garrido, Uxío Breogán Diéguez, Xurxo Martínez Crespo, Gonzalo Amoedo.

Políticos: Xosé Manuel Beiras (BNG), Camilo Nogueira (BNG), Carlos Morais (Primeira Linha), Maruchi Álvarez (ACE), Carlos Dafonte (ex. secretario PCG), Lois Pérez Leira (Nova Esquerda Socialista), Maurício Castro (Nós–UP), Mariano Abalo (FPG), Xosé Collazo (PCPG), Roberto López Laxe (Corrente Vermella), Xosé Mª Pazos (ACE), Miguel Anxo Abraira Movemento pola BASE.

Catedráticos e professores: Fermín Bouza, Carlos Taibo, Xoán Doldán, Francisco Sampedro, Celso Álvarez Cáccamo, Pablo González Mariñas.

Jornalistas: Gustavo Luca de Tena, Lara Rozados, Comba Campoy, José Manuel Martín Medem (Madrid), Oscar Castelnovo (Arxentina), Manuel Vidal Villaverde.

Advogados: Xosé Luis Franco Grande, Carlos Slepoy, Gustavo García.

Editores: Victor Freixanes,   Manuel Bragado, Francisco Pillado Mayor, Paco Macías, Antón Mascato García.

Músicos/as: Xosé Bocixa, Leo e “Arremecaghona”, Marina Quintillán.

Organizaçons internacionais:

Jaime Pastor (de Izquierda Alternativa, Madrid), Nines Maestro Corriente Roja, Solidaridad Obrera (Madrid), CTA (Arxentina), Asociación ex detenidos y desaparecidos Arxentina, Luis Fernández Ageitos Asociación Taxista de Bos Aires, Mario Alderete (Arxentina), Rogelio de Leonardi (Arxentina), José Urreli (Arxentina).


El metal de Vigo vuelve a la calle tras romper la negociación

Los trabajadores intentan parar la factoría de Citroën

Por María Fernández
El País, 13/06/09

Vigo.– Los trabajadores del metal vigués suelen decir que cuando la fábrica de PSA Peugeot Citroën estornuda, el resto de la industria se resfría. Por eso los sindicatos (CC OO, UGT y CIG), que llevan tres meses negociando sin éxito el convenio provincial para el metal en Pontevedra, quisieron ayer extender la protesta a las empresas con regulación propia. Eso incluía tanto a la fábrica de coches como su larga lista de suministradoras. Desde primera hora de la mañana los piquetes recorrieron los polígonos industriales cortando con barricadas una de las salidas de la autopista de Vigo a Pontevedra.

A mediodía ya eran cerca de 8.000 los manifestantes concentrados en las inmediaciones del estadio de Balaídos para impedir la llegada del segundo turno de trabajo a la planta, custodiada a esa hora por un fuerte dispositivo policial. Al grito de "somos trabajadores, no delincuentes", los huelguistas intentaron traspasar, sin éxito, el cordón de los antidisturbios con las manos en alto. La huelga obligó a PSA a suprimir uno de los turnos de trabajo y a terminar la jornada con 1.200 vehículos ensamblados, 400 menos que en un día normal.

En el fondo del conflicto está la falta de acuerdo en la mesa del metal, que negocia un convenio considerado como una referencia para la industria. Los sindicatos piden incrementos salariales del 4% y la patronal ofrece como tope el 1,9%.