Lula
aumenta a carga de tributos que afetam pobres
UolNews.com,
13/04/04
Para
responder à necessidade de elevar os pagamentos da dívida pública e
manter o patamar dos gastos sociais, o governo Lula recorre a um
expediente comum nos últimos anos: elevar a carga de tributos
considerados socialmente injustos. (Diga-se passagem, mais dinheiro
pros banqueiros. Diferentemente do que pregou em todas as suas
campanhas eleitorais, portanto mentiroso).
São
os chamados tributos indiretos, que incidem sobre a produção e o
consumo. Como eles acabam embutidos nos preços dos produtos e serviços,
têm um impacto maior sobre os mais pobres do que sobre os mais ricos.
( É isso que o Governo do PT chama de justiça? Tirar de quem já não
tem, beneficiando quem já tem?)
De
acordo com os dados oficiais, os tributos diretos, que incidem sobre a
renda e o patrimônio, perderam participação na arrecadação
administrada pela Receita Federal - passaram de 42,7% do total para
41,9%.
No
ano passado, cresceu a arrecadação das principais tributos indiretos
federais, duas contribuições destinadas à área social: o PIS
(Programa de Integração Social) e a Cofins (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social). (Ou seja aumento de impostos).
Somadas,
as receitas de ambas passaram de 4,8% para 5,1% do PIB (Produto
Interno Bruto). Neste ano, o governo estenderá a cobrança de PIS e
Cofins aos produtos importados.
O
movimento vai na contramão do que a própria área econômica
considera um sistema tributário justo. Segundo estudo elaborado pela
Fazenda no ano passado, os tributos indiretos subtraem quase 25% da
renda dos 10% mais pobres da população; para os 10% mais ricos, a
perda com esses impostos e contribuições é pouco superior a 10%. (Isso
é que é um partido preocupado com os trabalhadores e com os pobres
desse país).
Ainda
segundo o documento, a tributação da renda pessoal responde por
apenas 6% da receita pública brasileira, enquanto nos países
desenvolvidos a proporção média é de 27%. (Mas lá as coisas
funcionam. A educação ensina, a saúde cuida e os salários dão pra
viver com dignidade).
Motivos
Se
é assim, porque o governo opta por aumentar os tributos indiretos?
Uma primeira explicação é que, em razão de o Brasil não ser um país
de renda alta, dificilmente um sistema tributário baseado em impostos
e contribuições diretas seria capaz de arrecadar tanto - a carga
tributária brasileira chega a 36% do PIB, bem acima do padrão dos países
de economias emergentes. (E lá as coisas funcionam, não é essa
porcaria dos serviços públicos daqui).
Outra
razão: os tributos indiretos são mais fáceis de cobrar e dão menos
margem à sonegação do que, por exemplo, o Imposto de Renda. Isso
explica, por exemplo, a permanência de uma contribuição que deveria
ser provisória, a CPMF. (A CPMF foi criada para arrecadar dinheiro
pra saúde e nunca chegou a ela, sempre foi desviado para outros fins).
O
governo federal tem mais um motivo para preferir tributos indiretos,
em especial as contribuições sociais: diferentemente do que acontece
com a arrecadação do IR, a das contribuições não precisa ser
compartilhada com os Estados e os municípios. (Sabidinhos não? E nós
que moramos nas cidades é que pagamos o pato?)
Há
ainda, é claro, dificuldades políticas para elevar a tributação
direta sobre as camadas mais abastadas. O governo FHC, por exemplo,
chegou a defender a elevação da alíquota máxima do IR de 27,5%
para 35%, mas o Congresso rejeitou a idéia (Deve ter sido aprovado
pelos 300 picaretas que agora apóiam o governo do PT. Eu acho que tem
mais de 300).
Com
o argumento de que assim tornaria a tributação e o gasto público
mais justos, o Planalto propôs no ano passado as reformas da Previdência
e tributária. Nesta última, porém, os resultados ficaram muito aquém
do prometido. ( Ou seja, os argumentos usados na época para aprovação
das reformas, está mais do que claro que eram, no mínimo
equivocados, para não dizer falsos, mentirosos).
Caíram
no Congresso as propostas de aumento dos impostos sobre o patrimônio,
e a Fazenda acabou não concluindo o projeto de reforma do IR. Já a
CPMF foi prorrogada até 2007, e a carga do PIS e da Cofins foi
elevada. (GUSTAVO PATU). (É, parece que só nos resta o caminho da
desobediência civil, protestos nas ruas e muita pressão pra mudar o
rumo desse destino, que nos reserva fome, miséria e violência. Como
se tudo isso já não fosse uma violência travestida de legalidade.
Pode ser até legal, mas não tem nada de ético e nem de justo,
portanto não temos porque aceitar e concordar com isso).
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